Gosto das meias palavras ou de poucas palavras,
Das reticências que dão margem à imaginação,
Dos silêncios falantes,
Das falas da natureza.
Dos sons que nos invadem de poesia,
A chuva que cai, cai, cai…
O rio que corre, corre, corre…
O vento que sopra, sopra, sopra…
Do suspiro que diz…
Do ritmo do coração emocionado,
Das gargalhadas que dobram de prazer,
Dos gemidos misteriosos…
O pássaro piou,
O livro folheou,
A cobra rastejou,
A vida aconteceu.
O suspiro se fez,
O som ecoou,
O riso dobrou,
Passarinho cantou com voz de primavera.
A vida se renovou,
A pele da cobra ficou
Na areia, e o grão
A formiga levou.
A vida entoou
O silêncio do mistério
Que o rio levou
Mar adentro, e ali ficou.
Do rio, eu rio,
Do nado, eu nada.
De lá para cá,
A vida se faz.
*
Imagem: Referência a mitologia nórdica. Deus da poesia e das artes.
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É tão verdadeiro e profundo que me senti leve, como se estivesse caminhando na trilha e voltei em mim !
Com o som de uma buzina me alertando que estou atravessando a avenida.
Amei. " ...das reticências que dão margem à imaginação " Parabéns Sandra!
Tenho um irmão que diz:- reticências podem ser o início e o fim ao mesmo tempo!