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Os presidenciáveis

Tadeu Duarte
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Tancredo Neves queria o fim da Ditadura Militar e a redemocratização do Brasil.

Sarney queria a manutenção do coronelismo vigente e, se possível, combater a inflação.

Collor queria ser um misto de super herói e bon vivant . Farinha pouca meu pirão primeiro, confiscou a poupança dos brasileiros.

Itamar queria fazer a transição com um governo de coalizão minimamente honesto. E tanto quis a volta do Fusquinha que, no carnaval, pirou no capô de Fusca da Lilian Ramos.

FHC se via como a Sorbonne personificada, queria combater a inflação e ajudou a fazer o Plano Real.

FHC 2 queria outro mandato e, comprando votos, mudou a Constituição. Também queria que esquecessem o que o FHC sociólogo escreveu.

Lula queria que todo o brasileiro fizesse três refeições ao dia.

Lula 2 queria equalizar interesses antagônicos e inconciliáveis, também queria a manutenção da “governabilidade” com alianças escabrosas.

Dilma Rousseff queria ser chamada de presidenta e ampliar os avanços de Lula.

Dilma 2 não queria diálogo com o Congresso. Evitou políticos corruptos e, sem ter cometido nenhum crime de responsabilidade, sofreu um golpe que à época foi chamado de impeachment.

Temer queria o poder e, associado a Eduardo Cunha, conspirou e traiu. Temer queria outro mandato, mas o povo queria Fora Temer. Ao final do mandato tampão, Temer ficou sem o cargo. E sem Marcela, que também aderiu ao Fora Temer.

Bolsonaro queria o fim dos direitos humanos, previdenciários e trabalhistas. Queria a miséria da população e entregou um salário mínimo proporcionalmente menor ao fim do mandato. Queria cloroquina ao invés de vacina, queria uma arma pra cada brasileiro, rachadinha, legalizar as milícias, fechar o STF, comer gente, pão com leite condensado, jet sky e fake news. Via Valadão e Malafaia, queria ser o representante do deus evangélico na terra. O canalha queria tanto se manter no poder que chegou a chorar pelo golpe militar.

Lula 3 quer o fim do fascismo, a diminuição da taxa de juros e picanha ao invés de feijão puro. Se possível for e se Arthur Lira e Campos Neto deixarem, Lula também quer governar o país e se credenciar para ser Lula 4.

Aécio Neves queria ser estadista, mas era apenas um cosplay da Shopee de Tancredo Neves e Juscelino Kubitschek. Governando Minas Gerais diretamente das praias do Rio de Janeiro, contratou Oscar Niemeyer para projetar sua Brasília privada. Aécio perdeu pra Dilma e, de garganta e sem provas, acusou fraude nas eleições e deu início ao caos político que vivemos. Aécio nunca será e viverá no pó das notas de rodapé da história

Enéas Carneiro queria a bomba atômica. Com seus óculos de pára-brisa de Chevette enxergava um futuro nuclear para o Brasil. E gritava nos seus 30 segundos no horário eleitoral para que soubessem  que “MEU NOME É ENÉAS”!

Ciro Gomes queria o apoio de Lula e do PT para substituir Lula. Queria ter os votos de Lula para ir ao segundo turno das eleições sem Lula. Queria que Lula fugisse do Brasil e, por fim, repare bem, Ciro queria ser Lula.

Fernando Haddad queria ter em carisma o que possui em cultura. Bom de trabalho e ruim de voto, perdeu eleições para três bostas cozidas: Dória, Bolsonaro e Tarcísio.

Geraldo Alckmin queria que o Brasil votasse como Pindamonhangaba.

Levy Fidelix queria o aerotrem e informar aos eleitores LGBTQIA+ que “o aparelho excretor não reproduz”.

Marina Silva queria ser o que chamou de “nova política”. Queria receber indicação e apoio que Dilma teve de Lula. Sem ter o que queria, apoiou Aécio. Depois disso fundou um partido e deitou na Rede.

Simone Tebet queria agronegocizar o Brasil e presidir um imenso Mato Grosso.

Maluf só queria malufar. Tanto malufou na cara dura e mão grande que finalmente foi preso. Ainda vivo e aposentado, sobrevive com os milhões malufados & não devolvidos.

Silvio Santos queria ser o patrão do Brasil e ser eleito com as palmas do auditório. O ex-camelô queria trocar os direitos constitucionais pela a Tele Sena e o Baú da Felicidade.

Padre Kelmon se dizia o verdadeiro padre de batina, mas queria apenas ser o ventríloquo e “boca de aluguel” do armamentista Roberto Jeferson, que, preso não pode concorrer. Bob Jeferson estava sendo perseguido pelo STF apenas por atacar com fuzil e granadas a Polícia Federal.

Heloísa Helena queria pagar de humilde e, de cabelo preso e sem maquiagem, repetia sempre a mesma roupa e o mesmo discurso.

Brizola queria uma educação pública de qualidade e cassar a concessão da Globo.

Anthony Garotinho queria acreditar que o eleitorado brasileiro é tão otário quanto o carioca.

Ulisses Guimarães queria a democracia e a Constituição. Tinha ódio e nojo à Ditadura. Promulgou nossa carta magna afirmando que “traidor da Constituição é traidor da pátria”.

João Amoedo queria um Estado mínimo que sapatênizasse os mais pobres.

Felipe D’Ávila queria o não Estado para o povo. Pela mão invisível e insensível do mercado, naturalmente os pobres deixariam de existir com o darwinismo social.

Alfredo Sirkis queria ter mais eleitores, mas só tinha o voto do Gilberto Gil.

Fernando Gabeira com sua sunga de crochê queria a política transgressora do corpo. Guinou à direita, sentou-se no sofá da Globo e se reacionarizou.

Henrique Meireles queria pura e simplesmente a total mercantilização do Estado, desconsiderando assim os zeros econômicos, popularmente conhecidos como “pobres”.

Soraya Tronicke tanto queria aparecer que virou meme ameaçando virar onça.

Cristovan Buarque só queria educação, educação e educação. Era sua receita para todos os problemas. Saúde? Educação. Saneamento básico? Educação. Segurança pública? Educação. Vasco na segunda divisão? Educação.

Guilherme Boulos queria ocupar a Casa Grande improdutiva chamada Estado, de forma a fazê-lo cumprir sua função social e constitucional.

Não sabemos o que queriam Sofia Manzano, Vera Lúcia, Luciana Genro, Eduardo Jorge, José Maria Almeida, Mauro Luís Iasi, Rui Costa Pimenta, Ivan Martins Pinheiro, Zé Maria, Plínio Sampaio, Ana Maria Rangel, Luciano Bivar, Ivan Frota, João de Deus, Sérgio Bueno, Thereza Ruiz, Vasco Azevedo Neto, Carlos Antônio Gomes, Esperidião Amim, Hernani Fortuna, Orestes Quercia, Afonso Camargos Neto, Afif Domingos, Antônio Pedreira, Armando Corrêa, Aureliano Chaves, Celso Brant, Eudes de Oliveira Mattar, Lívia Maria Pio, Manoel Antônio de Oliveira Horta, Mário Covas, Paulo Gontijo, Roberto Freire, Ronaldo Caiado, Zamir José Teixeira e Marronzinho.

Talvez quisessem um pouco de tudo dos que os já mencionados queriam.

Nunca saberemos.

Os retardatários não são ouvidos pela História.

Daniela Piroli Cabral

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Daniela Piroli Cabral

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