Capítulo 9
Faltavam menos de três dias para que Isac voltasse para o seu módulo e retornasse para a Terra. Lá, teria que conviver com a humilhação do sonhador. Ririam dele, o chamariam de lunático, que veio de outro planeta. Ele não se importaria. Havia mais espaço dentro dele para ocupar e se fosse ocupar com outras coisas, seria com outros sonhos.
No penúltimo dia, andando perto de onde havia se instalado, Isac notou uma coisa interessante em uma cratera que ele não havia dado atenção de outras vezes. Eram linhas muito finas que seguiam em diversas direções. Pareciam leves e estáveis, e com uma coloração diferente da poeira branca que era encontrada em toda Lua. O primeiro pensamento que cruzou a cabeça de Isac foi a loucura. O delírio devia estar ocupando parte da sua mente assim como a insistência ocupava a outra. “Estou vendo coisas. Meu cérebro está sucumbindo ao devaneio da loucura”. Chegando perto ele notou que estava mesmo louco, mas uma loucura de outro tipo, uma loucura de euforia. Correu para o módulo e voltou trazendo luvas, ferramentas e potes de amostra. Com todo cuidado do mundo retirou a pequena raiz do chão e a guardou em um pote. Ele não podia acreditar. Ninguém poderia acreditar. Não era água, a fonte da vida que ele havia encontrado, mas a vida em si. E isso era tudo que buscava.
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“Só” é um conto de 10 capítulos, que serão publicados individualmente semanalmente.
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