Dia desses, deparei-me com um seriado na Netflix chamado “Machos Alfa”. Trata-se das desventuras amorosas de quatro amigos de meia-idade vivendo em Madri nos dias de hoje — aos moldes da famosa série “Sex and the City”, protagonizada por mulheres, em Manhattan.
Ao contrário desta, porém, o roteiro tem tônica jocosa ao estilo “pastelão” e o apelo fashionista das amigas novaiorquinas é substituído pelo enfoque em questões de igualdade e de gênero.
Na série, os quarentões resolvem fazer um “curso de desconstrução da masculinidade” após sucessivas frustrações nos relacionamentos com o sexo oposto. Chegam à conclusão de que os desencontros sofridos são consequência de seu comportamento machista e patriarcal.
Santi é o primeiro a se dar conta da necessidade de mudança. Após ser traído pela mulher com o dentista, ele se separa e a filha adolescente vai morar com ele. Inscrito no Tinder por esta, sai com diversas mulheres que se mostram independentes e emancipadas, surpreendendo-o a todo tempo. Ciente de que o mundo mudou e desejoso de se atualizar, ele passa a vigiar minuciosamente suas ações e ainda fiscaliza o comportamento dos demais ao apontar seus deslizes misóginos e sexistas.
Entre diversos enredos comuns à vida cotidiana, como a dificuldade de se relacionar em um casamento com filhos ou um casal apaixonado que almeja modelos diferentes de relação, o que me chamou a atenção foi a fidedignidade às questões contemporâneas que, em outros tempos, teriam sido encaradas sem gerar reflexão.
Séries como essa, décadas atrás, privilegiavam os enredos amorosos cujos obstáculos se interpunham principalmente à união do par heterossexual central que, caso ficasse junto, simbolizaria o êxito. Nesta, ao contrário, a graça está em observar os protagonistas vencerem as amarras do machismo e redefinirem suas posturas diante das inusitadas situações que se apresentam em seu dia-a-dia.
Questões como conviver com uma parceira que ganha maior salário, as oscilações da libido feminina, ter ou não um relacionamento aberto e perdoar uma traição. São estas as situações que se colocam — na série e na vida real — e que precisam ser enfrentadas para tornar o amor atual possível.
De volta aos meus... A imagem de quem fui, acesa e tão cheia de pigmentos…
Você, caro leitor, também se sente um tanto desconfortável, aos moldes do que nos traz…
Rosângela Maluf Quando Graciliana se casou não houve quem não duvidasse daquilo tudo... Ainda…
Wander Aguiar Minha mãe é completamente apaixonada pelo Natal e por tudo que envolve essa…
Outro dia, estava ouvindo um podcast em que uma mulher branca entrevistava um professor negro.…
Sandra Belchiolina Em que rio você entra e deixa seus frangalhos? Quantos rios já te…