Tenho mania de ficar prestando contas dos meus atos, a mim mesma. Coisa de gente excêntrica, eu acho.
Numa noite dessas eu estava me ouvindo dizer: querida, nem pense em se apaixonar por esses dias viu?
Como se eu fosse dar crédito a essas teorias que dormem comigo e que depois do café da manhã eu nunca mais vejo.
Acho que esse quesito amor/paixão, por mais que já tenha tido os seus dias de glória, e os seus velórios dentro de mim, é algo que eu considero inexperiente.
E a parte boa é – não permite que eu deixe de acreditar no “felizes para sempre”.
Não precisamos ficar nos ouvindo o tempo inteiro, nem responsabilizando cada passo em falso que cometemos. É pirotécnico demais querer ter o controle da vida nas nossas mãos. Agir como se tivéssemos procurando alguma coisa interessante pra ver, “viver”.
É perdoável não seguir roteiros, não engolir questionários, e sobretudo, humanizar a nossa falta de jeito em lidar com as nossas emoções. Isso é uma saudação à nossa inteligência.
O que importa é se enamorar por sensações baseadas em fatos reais, sem a interferência de palavras que certamente não passaram de um engodo, ou uma vestimenta que não caiu bem.
Não é saudável endeusar pessoas, ou o que quer que seja que não quis nos espiar por dentro, e fez de tudo pra que a gente tivesse a definição de tempo perdido. É aquela decepção chatinha que demora a passar e que nos obriga a pedir desculpas às nossas burrices de peito aberto.
Sempre haverá um bendito(a) ser que se equilibra somente nas teorias, e que coleciona maneiras inovadoras de não se comprometer, ao invés de construir elos que não se arrebentam com o primeiro puxão do vento. E quando isso acontece não temos muito o que fazer.
Todos os dias corremos o risco de esbarrar com alguém que vive em alta velocidade e que não tem nenhum problema em atropelar sentimentos sem conferir o estrago. Aquele tipo que não se importa em transformar sorrisos em cara feia.
É por essas e outras que: primeiramente precisamos viver um caso de amor com o espelho.
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