Este era para ser o último texto do ano de 2023 ou, quem sabe, o primeiro texto do ano de 2024, já que trata de recomeço. A ideia de virar o calendário transmite uma ilusória sensação de renovação, embora cada dia, a despeito do calendário, traga em si uma possibilidade de fazer mudanças ou novos planos.
Confesso que esse ano o clima de ano novo para mim foi mais explícito, primeiro pela energia do momento e pelos novos projetos profissionais, em segundo, porque fui contemplada pela sorte e embolsei 600 reais na loteria da virada.
Quando eu era mais nova, costumava fazer metas e planos, em vãs tentativas de controlar o futuro e os destinos do mundo e os efeitos do tempo em minha vida. Hoje me relaciono melhor com aquilo que é imponderável, imprevisível. Tento manter os sentidos abertos para as experiências que a vida me coloca.
Quando eu era mais nova, eu tinha muitas certezas e não sabia nada. Hoje, eu tenho muitas dúvidas e continuo sabendo bem pouco.
Então não se trata de fazer planos e promessas para o ano de 2024, mas um pedido permanente de vida.
Quero poder rir mais e ser clichê de mesma.
Quero sustentar o direito de parar, de fazer pausas, de usar o tempo a meu bel prazer, não apenas por produtividade ou obrigação.
Quero palavras por verdade e passos por vontade.
Quero sexo por tesão e amor por entrega.
Quero mensagens aleatórias, sem compromisso com datas, que me falem de amor.
Quero trabalho por sentido e férias por diversão.
Quero família por afinidades e amizades por confiança.
Quero mais cafés, sorvetes e encontros despretensiosos.
Quero as coisas inúteis e desimportantes.
Quero a delicadeza, a ternura, a gentileza.
Se houver pressa, que seja pela urgência dos corações apaixonados.
Se houver guerra, que seja de travesseiros.
Se houver filhos, que sejam por desejo.
Quero gente com camadas, não aquelas pessoas rasas e cheias de verdade.
Quero que a escuta seja por comprometimento e reciprocidade.
Quero que a escrita seja ao mesmo tempo simples e também um acontecimento.
Quero livros que sejam espelhos e viagens.
Quero a música, a natureza, a criatividade.
Quero toda a experiência desta existência, ainda que incipiente.
Recomeços cotidianos.
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