Não cansamos de exaltar a vida. Graças a todos os deuses, elfos, gnomos, orixás e tantas outras energias inominadas, estamos por aqui! E só por a obrigação de sermos felizes!
Essa vida bandida que às vezes finge nos deixar de lado, nos esquecer na mesa do bar, com os olhos embotados de tristeza. Essa vida mundana que parece flertar com outros em cada esquina, sob a luz amarela dos postes de metal, rodeada de histórias para contar.
A mesma vida, às vezes morna e sem sal algum, que insiste em nos lembrar que existem motivos pra assim acontecer.
Somos moleques desavisados, sem estima alguma, a nos curvar ante o acontecido, sem buscar entender a ordem das coisas. Como professora ela nos cobra o dever de casa não feito. Vida orgulhosa de dentro para fora, forrada de metáforas e metas, de símbolos, de luzes.
E nós, eternos apaixonados pela descida da montanha-russa teimamos em sentar na primeira cadeira, e ver o precipício de perto, com o vento a lamber nosso rosto.
Sim vida, te amamos sem qualquer mesura, sem frescura, ao contrário, com muito frescor. Como praia em dia de sol, com um tapete de areia a desenhar a sola de nossos pés.
Minha vida, que às vezes teimo em olhar pelos ombros, imaginando retrovisores acoplados. Vida estrada, sinuosa, charmosa, gostosa, vida minha mulher! Minha dor, meu amor.
Vida que transforma-se em termostato e deixa que tudo se apague de repente e, suando, nos faz acordar assustados temendo não mais vermos a luz no fim do túnel. Mas você está lá, vida, como sempre esteve. E nessa métrica não há medida alguma, sequer rima. Viver é se deixar levar pelos próprios limites, degustando todas as delícias.
Não há necessidade de entender, até porque os formatos são pré-concebidos e por vezes, aliás, na maioria delas, são ajustáveis, escamoteáveis. Perdidos, tentamos escrever a história do fim ao começo, ajeitando as coisas para que façam sentido e nos permitam criar uma onomatopeia daquilo que acreditamos.
Aconteceu assim porque tinha que acontecer. Será? Vida me dá dúvidas, me alça dádivas, me catapulta no infinito do meu interior. E me socorre, me salva, fazendo respiração boca-a-boca.
E não posso esconder, adoro o seu afago, o seu beijo, o seu cheiro, o seu gosto, seu viço!
Você é eternamente jovem e com isso me permite ser também. Tanto melhor. O tempo passa, mas a gente continua como sempre fomos, ainda que com dobras e rugas. Mas isso é um detalhe apenas. Nossos olhos, esses faróis sempre a iluminar, não envelhecem. Podem até se cansar, mas não envelhecem. Continuam a se emocionar, talvez até mais que antes. Vívidos nos apresentam todas as cores, como flores no jardim.
E quando não mais estivermos juntos, tenho a certeza de que você não me deixará perceber, sairá de fininho, num breve cochilo meu, de modo a que pense que ainda estou vivo.
Vida meu amor, te amo como sempre e que sempre seja assim, seja como flor!
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A vida é um breve sopro. É como um café que esfria, fogo que se apaga, chuva que nos molha. A vida é o bem mais valioso que nós temos, portanto, devemos aproveitar este intervalo entre o nascer e o morrer... Boa tarde!