Luciana Sampaio Moreira
Ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras ontem, (6), o sócio e administrador da 123 Milhas, Ramiro Júlio Soares Madureira pediu desculpas. Ele é mais um na fila interminável de poderosos, fortões e covardes que têm feito um uso infame do nobre artifício para “pagar de bonzinhos”. Deu errado, pede desculpas que já ameniza a situação. Será?
Pessoalmente, não tenho estômago para tamanha desfaçatez. Um simples “me perdoe” não apaga a frustração do sonho de uma vida inteira não realizado e não vale um prejuízo financeiro para o qual ainda não há uma promessa de recuperação.
O motivo que levou o poderoso da 123 Milhas até a CPI é modelo de negócios, que não é uma novidade no mundo corporativo! Mas não se trata apenas disso. Para além do olho grande dos sócios por dinheiro, as negociatas feitas no escuro – sem combinação prévia com todos os setores envolvidos – renderam vendas que não foram entregues. Faltou humanidade e respeito!
Os clientes não são números ou um combo de login e senha. São muito mais que isso e procuraram a 123 Milhas, como também fizeram com a irresponsável da Hurb, porque viram nas duas organizações uma oportunidade de organizar um passeio inesquecível pela tela do computador.
No momento, resta aos consumidores prejudicados perdoar, mas manter a história sempre viva na memória, para que outros aventureiros não cheguem tão longe como esses. E que o tal pedido de desculpas seja endereçado a quem de direito. No caso, àqueles que deram nome e sobrenome a essa gente. Talvez para esses, a iniciativa “cole”.
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