Semana passada, aqui nessa prosa semanal, trouxe relato da dificuldade nas estradas. Pois que, depois de um bom tempo sem carro, estou tentando me readaptar à condição de motorista. Nas estradas e pelas ruas da cidade. Talvez a ranzinzice, nunca negada, tenha ainda aumentado com o passar dos tempos. Fato é que, sair dirigindo parece ter se tornado um desafio. Tanto ao exercício da condição de motorista quanto de se manter são e salvo de um ataque de nervos.
Mesmo não sendo profissional da direção, se bem que muitos que se apresentam assim qualificados são os piores exemplos, sou cuidadoso com a minha conduta e atento aos veículos que circulam nas proximidades. Atenção maior com motociclistas, pois a maioria deles, sem medo de errar, acreditam que aquele bi-bi-bi obriga o condutor de quatro rodas a dar passagem. Até hoje não aprenderam que devem também seguir a mesma faixa dos carros e que a divisória das pistas não é privilégio para duas rodas ameaçarem a todos. Inclusive e especialmente aos próprios motoqueiros.
Só avanço, mesmo com o sinal aberto (verde), consciente de que não vou fechar a outra via que corta a pista. Observo muitos com a mesma prudência, mas é perceptível que tem gente que pra ganhar um minuto, não importa se atrasa a vida dos outros em muitos outros minutos. Lei de Gérson. É incrível, nesta situação, não ter um único agente de trânsito. Esses, ao que parecem, circulam pela cidade na busca de veículos com rotativo vencido.
Sobre esse aplicativo, que já até abordei aqui, com vagas de uma, duas, cinco e até 12 horas (nunca vi uma dessa última) e bonificação de meia hora por unidade utilizada, ainda temos de enfrentar flanelinhas e lavadores de carro. Pelo que observo, com a conivência dessa mesma fiscalização relativa e seletivamente atenta nas vias públicas. É comum, por toda a cidade, baldes e até cadeiras – improvisadas como cavalete – reservando vagas aos clientes destes prestadores informais de serviços.
Nada contra, ao contrário, é a maneira de ganhar a vida num país, estado e município sem oportunidade de trabalho. Porém, se tornaram poderosos guardadores de vagas a quem interessa o seu trabalho. Nem me importo com a bitributação. Além do aplicativo de estacionamento, o cafezinho ao guardador ou o ajuste de preço numa eventual lavação do carro. Existem casos de danos ao veículo cujo dono não aceitar essa condição.
E os pontos de ônibus, fila dupla e tripla, sem efetiva atenção dos agentes de trânsito. Os locais para descida e subida de passageiros, deveriam – em tese -, obrigar o veículo de transporte coletivo a parar rente ao meio-fio. O passageiro, sem entrar na pista de rolamento descer ou subir, mas – via de regra – param no meio da rua, praça ou avenida, impedindo veículos de seguirem seu trajeto. Já em diversos locais, especialmente porta de escola (agora estamos no período de férias), sem constrangimento as mamães e até papais estacionam seus carros possantes e descem para levar a criança até o destino escolar.
E a fiscalização óóó, pois ao invés de engenharia de trânsito a prioridade é receita aos cofres públicos. Sigamos!
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Bem vindo de volta ao trânsito motorizado. Eu tenho saído mais de carro porque o joelho já não aguenta mais as caminhadas longas, mas sobretudo está impedido de descer o morro da Rua Mangabeira onde moro. O cenário que vc descreve é o meu cotidiano. E a cultura das multas é a que importa, de fato, aos cofres públicos!
Mas tenho uma notícia boa, e que gostaria de publicar: após 5 anos de um grande abaixo assinado ser entregue ao vereador Maninho, nosso representante na Câmara Municipal, finalmente foi feito o asfalto que a prefeitura diz ser especial para evitar as costumeiras derrapagens e acelerações desesperadas dos motoristas no quarteirão entre Av. Prudente de Morais e Rua Teixeira de Freitas. Vamos ver o resultado de fato quando voltarem as chuvas!
Um pouquinho mais de “relax”, faz bem.
Não vamos consertar o mundo…
Ótimo texto, pura realidade