Minha casa está sendo construída. Ontem, fomos visitar a obra. Havia ali algumas amostras de materiais para se fazer o piso.
Opções para testarmos entre diferentes tipos de madeira. O engenheiro, ao mostrá-las, disse:
– Nesta caixa, os tacos estão de tamanhos sortidos.
Nessa hora, fiquei imóvel. Distraí-me da obra, dos revestimentos e pedras. Sumiram da vista os encanamentos e esquadrias de janela.
Tudo o que ouvi foi aquilo: sortidos.
Viajei naquela palavra.
Lembrei-me dos sacos de biscoito que eu comia quando criança em que tinha isso escrito por fora, indicando que ali dentro havia múltiplos sabores variados de wafer.
Lembrei-me das caixas de bombons Garoto que eram de um só tipo naquela época e em que vinha essa palavra escrita também. De sacos de bala, dos pacotes de canetinha e de balão, todos de cores “sortidas”. Tantas coisas eram assim. Talvez fosse moda falar “sortidos” nos anos oitenta. Seria ‘sortido’ o passado de “diferenciado”? Se for, houve uma grande perda para o carisma linguístico.
Tudo o que era “sortido” era bom.
Não ouvia esse termo há muito tempo. Imagino que ele deva ainda remeter a algo relacionado a sorte. E um pouco também a sorriso. Por esse motivo, simpatizei com o piso. E dentre todas as outras, foi escolhida aquela caixa.
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Tata, que o seu piso da caixa de “sortidos” seja o talismã da boa sorte pra vocês na casa nova. E que , dentro de todas as possibilidades de uma caixa de biscoitos sortidos da vida, vocês escolham o mais saboroso.