Eu precisava dormir primeiro para degustar tudo o que assisti e ouvi ontem e também para acomodar a emoção positiva que tomou conta do meu coração. A histórica posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro de 2023 teve inúmeros significados. Engraçado como as ausências não foram sentidas. Tudo foi encaminhado para demonstrar ao povo e ao mundo que a vitória legítima nas urnas, em 30 de outubro, e a necessidade de reconstruir um país dizimado por um desgoverno ideológico, negacionista e incompetente são mais importantes que todo o resto.
Assim, Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto de braços dados com o cacique Raoni – a ancestralidade do Brasil que também virou alvo das fake news – e recebeu a faixa de uma mulher, preta, de uma família de catadoras de materiais recicláveis. Não precisava de nada mais para marcar o início do seu terceiro governo.
Um capítulo à parte foram as falas do presidente. Antesadepto do improviso, Lula hoje lê discursos. Foram dois momentos e, portanto, dois enfoques diferentes. A medida foi acertada e demostra que, passados 20 anos da primeira posse, Lula sabe que basta uma palavra mal colocada, no calor dos acontecimentos, para gerar um desgaste desnecessário.
As imagens da festa popular que começou na semana anterior também vão ficar na memória das mais de 300 mil pessoas que foram até Brasília e de nós outros que acompanhamos de casa. Ontem, um mar de gente tomou conta da Esplanada dos Ministérios para acompanhar cada etapa da cerimônia de posse. Ali brincaram, se confraternizaram e, na frente do Palácio do Planalto, de forma unânime, fizeram o primeiro pedido ao presidente. “Sem anistia”, gritaram em coro. Eles lá, e eu aqui em casa.
Não dá para simplesmente apagar as mortes pela falta de vacina, as pessoas que se contaminaram porque não acreditavam na gravidade da doença e nem as condutas criminosas que, anunciadas naquela fatídica reunião ministerial de 22 de abril de 2020, revelaram os objetivos reais da antiga gestão. A justiça será feita com amplo direito defesa, conforme garantiu o presidente Lula, que cumpriu uma promessa de campanha ao solicitar a análise dos temas que foram colocados em sigilo por 100 anospela Controladoria Geral da União.
Mas há muito o que fazer para colocar o Brasil no rumo do crescimento e transformar o sonho de ser grande no futuro em realidade palpável hoje. Para seguir em frente é preciso esgotar o passado de forma que ele nunca mais ressurja e compreender que a luta continua e que é imperativo que cada um faça a sua parte! Feliz 2023!
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Prezada Luciana:
Acho que você exagerou na bebida ao comemorar a posse ontem. Viu coisas que não ocorreram. Durante a subida na rampa, o Lula não segurou a mão de ninguém e nem deu o braço. Até recusou o representante LGBTQIA+ que tentou, em vão, apertar a mão do "cara" e foi esnobado por ele. Além disso, é muito ruim ler um blog em que a autora (você) mostra extremo revanchismo. É assim a esquerda? Fala em democracia e liberdade de expressão e vem com isso???
Meu caro. só a forma como vc se referiu a bloqueará, já demonstra como frustrado vc deve estar. Não se trata de revanchismo, e sim, de justiça. Absurdos e crimes foram cometidos neste desgoverno, um retrocesso de 50 anos foi feito em apenas 4 anos. Vcs bolsonaristas implantaram uma política de ódio, face news e um extremismo nunca visto neste país. No período da Ditadura Militar, às atrocidades vieram dos militares para sufocar o povo que se rebelava contra a falta de direitos, mas no bolsonarismo vimos um festival de ignorância, violência e divisões entre famílias. Até hoje vemos um monte de pessoas arrogantes como vc, pedindo intervenção militar nas portas dos quartéis, um crime previsto no mundo todo, mas vcs são o topo da arrogância e da soberba para enchergar isso.
Bom dia. Revanchismo, mas é claro!!! Revanchismo contra a política da morte, da arma, da ameaça, política do extermínio, política que aniquilou os direitos sociais!!! Lembre-se, você que defendeu o governo dos últimos anos, tb foi aniquilado os seus direitos (trabalhistas, previdenciários e etc), foram aniquilados. Bom lembrar dos cortes em educação. Revanchismo, sim, e, sigamos um um novo modelo que valorize a *dignidade humana*. É o fim de falas governistas que defendam nazistas, preconceituos, o mal…afinal, defender a dignidade de todos e todas, como afetam a muitos!!!
Cara colunista: concordo com o Realista da Silva. Além disso, ao se referir ao antigo governo como "ideológico", eu pergunto: a esquerda não é também ideológica? Francamente, seja imparcial e aja como uma blogueira, e não como uma torcedora de futebol fanática...E é bom tirar a viseira e a máscara de dormir durante o dia, para enxergar melhor as coisas.
Gostei bastante da sua análise. O que me chama mais a atenção é que muitas pessoas AINDA insistem na história da não diversidade e da luta contra o comunismo(rs...) e da roubalheira - acredito que só leem e veem o que lhes interessa porque não adiantam Dados, Pesquisas, falas de Cientistas e Especialistas, o que vale é o que diz o "Mi(n)to" e os grupos de Redes Sociais(não à toa dizem para não verem, não acreditarem n
a Mídia).
Notei especialmente em alguns momentos que Lula fez questão de dar visibilidade ao Alckmin e dona Lu, compartilhando com eles o carro e em um momento, no alto da Rampa em que ele e Dona Lu estavam atrás, discretos, Lula os puxou para a frente.
É lugar comum dizer isto e já lemos e ouvimos zilhões de vezes, mas SÓ o fato de não corrermos o risco do retrocesso, do clima de agressividade, de lavagem cerebral nos bolsonarentos (alguns de nossas relações que até nos eram caros), de desagregação de famílias e amigos, discórdia geral, e de fakenews exageradas que pudemos viver nestes últimos 4 anos, já me sinto mais em paz e com tranquilidade para trabalhar e viver.
Parabéns por suas reflexões e obrigada pelo compartilhamento.