Recentemente, li “O filho de mil homens” do escritor português Valter Hugo Mãe. A obra me tocou profundamente ao contar a história de Camilo e de todos os entrelaçamentos humanos que trouxeram significado a sua vida. Desde então, venho me divertindo com o exercício de identificar os mil “procriadores” que assim se colocam para nós ao longo da caminhada. As pessoas que, numa fração de tempo, são aqueles que nos oferecem colo, bronca, recompensas, lições e carinho.
As outras mães de meus filhos, que são suas professoras, avós, madrinhas e mães de amigos.
Os tantos pais que tive, inclusive, às vezes, na pessoa de meu próprio filho.
As mães de meu marido, espalhadas em tias, funcionárias, a cada diretora exigente ou cliente afetuosa que encontra.
E como é interessante perceber que esse potencial papel de acolhimento e referência, naturalmente atribuído aos pais de sangue, pode ser diluído em inúmeras pessoas e de inúmeras formas no transcorrer da existência.
Às vezes, uma suposta falta que temos, não suprida pelos antecessores biológicos, é preenchida de forma sutil e amorosa em um dado momento por alguém que menos esperamos. E nisso se orquestra um balé de afetos e de pequenas ‘parentalidades’ que vão nos sustentando.
Somos mesmo filhos do mundo, filhos de mil homens e de mil mulheres. O que nos cria são nossos afetos e todos os nossos encontros.
E por fim, somos nós que nos criamos, imersos nesta humanidade tão louca, a partir da absorção dessa parentalidade múltipla, complexa, amorosa e, por que não dizer, poética.
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