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Vereador Saco Sem Fundo

Márcio Magno Passos

Em entrevista que concedi a um portal de notícias em Itabira, no primeiro semestre deste ano, disse que tem vereador (singular) que é igual saco sem fundo, tipo garganta profunda que nunca fica satisfeito com nada.

Eu ocupava o cargo de secretário de Governo da Prefeitura e o choro do corporativismo “edilico” foi imediato, com pedidos de retratação pública.

Respondi que não tinha motivo para me retratar, mas que se fosse convocado iria à Câmara reafirmar o que falei e citar nome. Não fui convocado e o assunto morreu aí.

Não tenho nada de pessoal contra nenhum vereador, mas devo lembrar que faço cobertura jornalística das atuações no legislativo há mais de meio século, quando muitos dos atuais vereadores nem nascidos eram. E sempre houve – como continua ainda hoje – em todas as Câmaras, vereador que nada mais é que um saco sem fundo, que não conhece nem o Regimento Interno, mas se revela um expert em troca-troca, sempre priorizando seu interesse pessoal.

Carapuças aceitas indevidamente ou não, reconheço que aqui e em todos os lugares temos visto boas novidades na representação do eleitor. São raros, mas são bons exemplos que tentam se diferenciar da mesmice que se repete e resulta em baixíssima a avaliação da opinião pública sobre o trabalho de cada um deles.

Mais do que corporativismo, o legislativo brasileiro precisa é rever seus modos operantes para não frustrar ainda mais o brasileiro.

O custo é muito alto pelo retorno que oferecem ao povo e o apoio ao Executivo tem que ser sustentado pelo acerto das ações e parceria nos projetos, mas jamais pela capacidade de compra ou de venda entre as partes.

Sou um profissional político de bom trato, ouço mais do que falo, respeito as diferenças pessoais e democráticas, trato todos com educação e mantenho minha agenda permanentemente aberta. No entanto, sou sempre sincero e franco, além de não ter vocação para enrolar ou enganar ninguém, o que sei não agradar a todos.

Não tenho apego a cargos, muito menos na vida pública. Aos 70 anos e mais de 50 deles como profissional da comunicação e da política não tenho que provar mais nada, mas tenho muita história a preservar, além de disposição juvenil para aprender com gente do bem e de caráter e compromisso político coletivo.

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