Às vezes, quando eu não tenho nada para pensar, me ocupo refletindo sobre a intrigante tarefa que é estar vivo e na minha fragilidade enquanto existo. Neste sentido, é sempre fascinante perceber que meu corpo é capaz de se regenerar e adaptar, mesmo depois de um grave acidente. Ao mesmo tempo em um pequeno deslize cozinhando, posso queimar um dedo em uma colher quente pode me lembrar, o resto da semana, da minha estupidez e pequenez.
Aos fãs de Grey’s Anatomy, a dor do membro fantasma já foi retratada em um episódio bem desenvolvido sobre a potência que nosso cérebro tem em criar algo que não está acontecendo, ou não existe – desculpe leitores da área da saúde, Grey’s Anatomy é referência em algumas coisas para este autor. Sendo muito superficial, a dor do membro fantasma acontece diante de quadros de amputação (parcial ou completa) que gera a sensação, em alguns pacientes, de dor no membro ou na área que foi amputada.
É engraçado pensar sobre tudo isso, porque mesmo diante da grandiosidade que é estar vivo (sério, existem centenas de células, sinapses e órgãos trabalhando incessantemente para que eu escreva esse pequeno texto) continuo diariamente encontrando alguma maneira de me sabotar, me comparar ou encontrar algum problema onde não tem. Posto isso e diante de uma crise sanitária mundial, ver pessoas lutando por respiradores nos hospitais me fez refletir sobre a forma devastadora que venho pensando sobre mim mesmo…
Não que com todos esses pensamentos efêmeros eu tenho descoberto a magia do autocuidado. Confesso que ainda não sei bem como lidar com esses dois mundos: entender meu corpo saudável como uma casa que deve ser respeitada ao mesmo tempo que eu me culpo – de forma implacável –por não ter seguido uma rotina exaustiva de treinos e alimentação para alcançar um corpo que não é o meu.
Em síntese, não tenho nenhuma pretensão (acho) em escrever esse texto, até porque das facetas do corpo, não abordei a importância que atribuo à espiritualidade para uma existência menos desgastante. Todavia, achei interessante revelar esses súbitos pensamentos que vagam por aqui.
Foto: ‘Homem Vitruviano por Leonardo da Vinci
Mário Sérgio Todos os preparativos, naquele sábado, pareciam exigir mais concentração de esforço. Afinal, havia…
Rosangela Maluf Gostei sim, quando era ainda criança e a magia das festas natalinas me…
Tadeu Duarte tadeu.ufmg@gmail.com Com a proximidade do Natal e festas de fim de ano, já…
Peter Rossi Me pego, por curiosidade pura, pensando como as cores influenciam a nossa vida.…
Wander Aguiar Finalizando minha aventura pelo Caminho de Santiago, decidi parar em Luxemburgo antes de…
Como é bom ir se transformando na gente. Assumir a própria esquisitice. Sair do armário…