Arnaldo Jabor, que morreu nesta semana, foi um grande cineasta brasileiro conhecido pelos seus pitacos na televisão. Vai dizer que o seu nome não está mais associado aos seus comentários pirotécnicos no Jornal da Globo (certa feita, ele cheirou cocaína ao vivo — era açúcar) do que a filmes importantes, como “Toda Nudez Será Castigada” e “O Casamento”, ambos adaptados da obra de Nelson Rodrigues?
Afirmo isto com pesar: a despeito do inegável talento do Jabor cineasta, o que vem à memória, ao menos de minha geração, é o seu lado menos favorecido, o Jabor da opinião.
Jabor da opinião era polêmico, ácido e, muitas vezes, infeliz. Já defendeu a pena de morte, descredenciou, de forma leviana, os manifestantes que pediam a redução da tarifa de ônibus, em 2013 (‘são filhos de classe média’, bradou) e foi amistoso com o governo de Michel Temer.
Mas o que verdadeiramente doeu em mim foi quando o Jabor da opinião proferiu absurdos contra o gênero musical heavy metal — e isso eu não perdoo.
O comentário (https://www.youtube.com/watch?v=9WZ9Ks-OlLE) se deu em dezembro 2004, um dia após o assassinato do gênio, insuperável, lendário guitarrista Dimebag Darrell, cujo apelido, como ironicamente destacado pelo jornalista William Waack (outro, com quem tenho o pé atrás), antes de passar a palavra ao Jabor, pode ser traduzido como “trouxinha de maconha”.
Em síntese, Jabor defendeu que a música pesada incita violência, e que a violência havia se voltado contra o músico. Isto é, na lógica do Jabor opinião, Darrell mereceu ser fuzilado enquanto se apresentava ao vivo.
Eu até tento lembrar de Jabor pelo seu talento e contribuição com o cinema brasileiro. Mas é o Jabor da opinião de quem eu não esqueço.
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