Em um supermercado perto de casa, todos os dias a seção de vinhos é reabastecida. Caixas se amontoam para todos os lados, tornando o trabalho do repositor mais fácil – e o dos clientes, mais difícil.
Em seus lares, quando todos os pensamentos já fugiram do rumo da realidade, pessoas analisam suas coleções de rolhas – que carregam em si todos os aromas de todos os vinhos de todas as noites que tiveram até aqui. Aqueles que não tem estômago adéquo a essa bebida – de cores variadas – se esbaldam em outras, de mesmo teor alcóolico. Ainda contemplando todos os vícios, temos a turma do cafezinho.
O assunto virou corriqueiro, as indicações, cotidianas. Texturas, tempo de conservação, qualidade da uva. Tudo isso, de uma hora para outra – e continua – se tornou parte do vocabulário do mundo. Saindo disso – na melhor das hipóteses – seremos, além de sobreviventes, adoradores inconscientes de Baco – e de tantos outros, muitos dos quais não sabemos existir, mas prestamos oferendas diárias.
Rosas na janela para a Deusa da Primavera, fotos do nascer do sol para a Deusa do Amanhecer. Baco, renegado ao longo dos anos por seu nome não soar tão bonito ao ouvido do português brasileiro, agora, acima das nuvens e ao lado dos outros, contempla diálogos embriagados ao longo da nossa fronteira.
– Gostou? É Cabernet Sauvignon! – falou um bêbado na região oeste de Belo Horizonte.
– Cabernet Sauvignon? – diz o Deus – essa uva é Syrah, mortal!
No Olimpo e no Santo Agostinho, uma taça se quebra.
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