O calendário virou para 2022 anunciando renovações de ano novo, mas quem continua regendo os sonhos e planejamentos por aqui não são a cronologia nem o mapa astrológico, mas sim a imperiosa e interminável pandemia. Então, nada de novo em 2022. Continuamos oficialmente em pandemia de Covid-19.
Na última segunda-feira, o Brasil registrou mais de 34 mil novos casos, quase o mesmo número de julho de 2021. Resquícios dos ávidos beijos e abraços distribuídos nas festas de fim de ano. Um teste contínuo para a nossa paciência, nossa sanidade e nosso senso de coletividade.
No trabalho, como psicóloga da instituição em que trabalho, entro em contato com os trabalhadores que testaram positivo, oferecendo informações e acolhimento. Só ontem foram 12 pessoas. No consultório, metade está de férias, a outra metade de Covid. Todos são casos leves, sintomas gripais, coriza, dor de garganta, dor no corpo. Felizmente, não há mais aquele grande abalo sísmico na subjetividade após o diagnóstico, um breve susto apenas, graças à proteção proporcionada pela cobertura vacinal.
Graças as vacinas, começamos a sair ao ar livre, respirar um pouco mais aliviados. Graças a elas, podemos retornar à convivência, à escola e ao trabalho. Viajamos, caminhamos mais estáveis nas bordas do abismo. Tivemos o privilégio de comemorar o aniversário e o Galo campeão.
A Covid já não é mais a doença da solidão e da morte, mas nos fez abandonar certezas inabaláveis. A presunção do controle. Em 2021 e 2022 não tracei metas nem fiz planejamentos, como era de costume. Coisas boas e ruins acontecem sem planejar. Aliás, a sensação é que parei em 2019. Esses três anos foram compactados e condensados numa única dimensão temporal. Por outras vezes, ainda sinto certa sensação de dissociação, com a falsa percepção de que estou vivendo fora da realidade, num mundo paralelo, como se num filme estivesse. Talvez porque o enredo do filme seja de terror, obscurantismo e negacionismo.
A Covid é um fato histórico vivenciado e testemunhado por todos nós. Trouxe perdas concretas e também perdas simbólicas com as quais teremos que lidar por bastante tempo. A Covid abalou o nosso mundo presumido, tal como ele era por nós conhecido até então, a partir de uma construção estável que fazíamos dele no nosso campo subjetivo.
A Covid transformou a fome, a sede e o desejo. Ela renovou os amores, redefiniu prioridades, evidenciou os ciclos de fechamento e abertura. Nos ensinou sobre refúgios e afetos. E lá vamos todos nós, sobreviventes, iniciar o ano de 2022 dançando sob a batuta da regência pandêmica.
Fonte:
https://blogs.uai.com.br/mirante/2021/03/17/vida-a-curto-prazo-pandemia-a-longo-prazo/
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Sou de Campinas-SP. Faz mais de dois anos que não entro num supermercado para comprar, e num estabelecimento comercial para comprar, e não porque não tenha dinheiro, isso porque não uso mascara, e nem tenho intenção de usar. Quem compra para mim é a minha mãe, e quando vou comprar, é em um estabelecimento pequeno de bairro, em que fico do lado de fora que nem cachorro!!! Sendo que trabalho, e produzo renda para o país. A sua segurança pública, e o seu hospital vem do meu bolso também- e no entanto você me trata que nem lixo!!!
Muitos acham que isso é campanha de Aids, e outros acham que é politica, a grande verdade mesmo é que manipulam os meios de comunicação como uma forma de humilhar as pessoas. SÓ QUERO TER O MEU DIREITO BÁSICO RESPEITADO como por exemplo de entrar num supermercado para comprar sem que fiquem me constrangendo, só isso