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Sunset

Leānder Quadragesimae

Esse é o primeiro texto que escrevo em um estado de completo conforto e alegria. Não sei se esse texto tem um motivo, não sei se é uma despedida de 2021 – como os diversos reels que invadiram nossa timeline (sem line), essa semana – mas quis escrever assim, experimentar o novo. Victória, querida, obrigado por me instigar a ir além do que eu costumo caminhar por aqui. São 1:30 da manhã e apesar de ser particularmente noturno, a vontade deste texto está em mim há alguns dias, há algumas manhãs. 

Não entendia de onde alguns autores tiraram tanta inspiração para escrever, de onde tantas histórias, poemas e músicas saíram; todavia, sinto que entendo agora, acontece. Mais cedo, assistindo Fantástico, vi Maria Bethânia dizer que prefere os dias, que odeia o pôr do sol (como a própria mãe odiava) e ao mesmo tempo o programa mostrava que Caetano Veloso (seu irmão) prefere as noites. Apesar de não entender completamente como os fusos e luzes influenciam nossa capacidade de compreensão e ação, sei que esse texto é filho de uma tarde de domingo bem dormida, e por consequência, uma madrugada de segunda-feira mal dormida.

Das coisas que eu pude sobre(viver) esse ano, vocês, miranteiros, foram uma das mais gratas surpresas. Isso porque nunca escrevi para ninguém se não minha própria mente confusa e abafada. Saber que em algum grau, em alguns textos eu consigo tocar em alguém, me gera uma certa convicção que: das lutas que escolho lutar, desenvolver minha capacidade de comunicação aqui é uma batalha que nunca perco. Não perco, porque aqui até o completo corriqueiro tem espaço para se transformar em algo. Não perco porque não há espaço para competir nem comigo mesmo. 

Partindo disto, preciso dedicar esse parágrafo em especial para Victória Farias. Essa seria uma típica frase que como “não sei por onde começar”, mas eu sei. Há tantas opções para começar a falar de Victória que não me restam dúvidas, se não pelo fato da sua paixão excêntrica por James Blunt. Ou, pelo menos, por me mandar uma música dele, absolutamente do nada, durante o dia. Comecei a me expor aqui porque alguém viu meu potencial, me respeitou e não deixou um dia sequer de me motivar a continuar escrevendo! Mesmo que fosse sobre obviedades, mesmo que fosse sobre o nada. Além de ser uma escritora fenomenal, ela exerce inúmeros papéis incríveis como o de ser simplesmente Victória, minha amiga. Quero sublinhar que te amo, te admiro.

Meu outro agradecimento vai para Diego Lima, meu namorado. Eu poderia descrever aqui o quanto te admiro e te amo, mas isso nós deixaremos para uma carta aberta. Aqui, quero salientar sua importância em evidenciar e apreciar TUDO que eu faço (até meu misto quente). Sei que às vezes não é fácil lidar com alguém que de perto não diz muito, mas que no dia seguinte diz tudo por um texto, em um blog. Todavia, você não falhou um minuto sequer em mostrar que das formas mais loucas, impulsivas, pensadas, corridas, demoradas, eu fiz um bom trabalho (mesmo que naquele momento ele parecesse xoxo, capengo, manco, anêmico, frágil e inconsistente). Obrigado por sempre me apoiar, te amo, te admiro.

Por último, não posso deixar de colocar minha eterna gratidão a Carolina Lins, uma amiga de longa data. Carolina, a menina que não só roubava livros como também os comprava (e depois dava um jeito de enfiar tudo na minha mochila para que eu os lesse também). Carol foi a responsável por me mostrar o poder da literatura. Se consegui desenvolver minha escrita de alguma forma, foi porque essa menina ao longo dos nossos quase 11 anos de amizade, com muito carinho, esteve do meu lado me ensinando que ler não era difícil. Me ensinou que leitura boa não era só José de Alencar, que ler te salva de monstros inimagináveis e te permite ser muito, muito mais. Obrigado, minha cara amiga, eu te amo e te admiro. 

Assim como o começo deste texto, o fim vai deixar a sensação de que nenhuma das ideias foi amarrada. O último texto de 2021 não serve a nada a não ser ele mesmo. E que em 2022 estejamos aqui, novamente, mostrando que os espaços existem para serem ocupados, e às vezes por nós! Finalizo esse texto pela manhã, Bethânia que me desculpe, mas as madrugadas ocupam um lugar especial no meu coração. Com o peito cheio de amor e alegria, me despeço. Vejo vocês em breve!

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