Talvez ela esteja ficando velha! Antes ela era tão prática. Agora se demora passeando os dedos pelas letras dos jornais guardados, amarelos, muito amarelos. É como se aquelas coisas fossem trazer as outras coisas de volta. Ela não quer jogar nada fora. Talvez aquelas coisas se tornem indícios. Pistas de fatos, pessoas que com o tempo vão se amarelando dentro da cabeça. A memória vai diminuindo e sobram as coisas. A vista vai diminuindo e sobram as coisas pra passar os dedos. As pernas vão diminuindo o passo, mas restam as coisas pra se debruçar, deitar, dormir. As coisas não a deixam morrer, as coisas.
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