Muito religioso, o pescador confiara o destino de sua vida a Deus. Sabia dos perigos da profissão, das madrugadas mar dentro com tempestades violentas, conhecia todos os riscos. Há mais de trinta anos vivia da pesca. Já perdeu a conta de quantos apertos que passara, mas estava ali, vivinho da silva.
Naquela madrugada, porém, a sorte não estava do seu lado. Sozinho em alto mar, o barco virou diante de uma tempestade nunca vista e a morte começou a rondá-lo. Flutuando abraçado a um banco de madeira, começou a rezar ave-marias e pai-nossos, intercalados por gritos de que “Deus vai me salvar”.
Quando o dia clareou, um helicóptero da guarda costeira aproximou-se e jogou uma corda em direção ao pescador. Ele nem se mexeu. Como a tripulação do helicóptero insistia, agradeceu mandando que fossem embora e avisou convicto que “Deus vai me salvar”.
Três horas depois um navio que passava por perto se aproximou. O comandante desceu num pequeno barco e dirigiu-se até próximo do pescador, estendendo a mão para salvá-lo. O pescador sorriu agradecido, mas dispensou a ajuda. “Eu acredito muito em Deus e Ele vai me salvar”, repetiu dezenas de vezes até ser abandonado à própria sorte.
No final da tarde uma lancha foi enviada ao local com uma equipe preparada para tentar convencer o pescador. Padre, psicólogo, assistente social e até um delegado. De nada adiantou. Ninguém conseguia convencê-lo a largar o banco de madeira e ser salvo. Repetia sem cansar que “Deus vai me salvar”.
Dois dias depois, foi recolhido já sem vida. Não resistiu à desidratação diante de tanta fome e sede sob um sol escaldante. No mesmo dia chegou ao Céu, mal entrou e foi dando bronca:
– Puxa vida, Deus, rezei o tempo todo acreditando que seria salvo pelo Senhor e acabei morrendo abandonado. Isso não se faz.
Ao que Deus respondeu já com certa e justa irritação:
– Salvar você é muito difícil. Mandei um helicóptero, depois um navio e, por fim, uma lancha com uma equipe para buscar você. Mas a sua teimosia é muito grande…
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