O gigante das artes mineiras completa 50 anos – o Palácio das Artes, que carrega no nome sua imponência. Tive a grata surpresa quando passava à sua frente e fui capturada pelo cartaz da exposição “50 anos em 5 atos”.
Fui conferir, pois o Palácio é um lugar de aconchego para mim e como ele mesmo se define é a Nossa Casa. No segundo ato nota-se que a escrita é projetada na primeira pessoa. Isso é dar corpo e alma ao nosso querido Palácio. “50 anos em 5 atos” traz dois significantes.
O primeiro o lema de JK – Juscelino Kubitschek, prefeito de Belo Horizonte no período de 1940-1945, tempo no qual o Palácio das Artes foi idealizado. O título remete também aos atos de uma ópera ou das peças de um teatro. No primeiro ato entramos num palco onde as luzes se acendem, instrumentos musicais são afinados e a campainha é acionada, fazendo a marcação para a entrada em cena do artista, e, no caso, nós – os visitantes.
O segundo ato é um deleite para memória. Num mosaico onde fotos e vídeos são projetados em telas gigantes com legendas informativas. Para os frequentadores do Palácio é gratificante ver ou rever imagens dessa rica cultura encenada nesse espaço. E a memória de espetáculos se presentificam. Para muitos será gratificante lembrar ter feito parte de apresentações sendo no palco, plateia ou bastidores.
O terceiro ato é uma explosão de imagens – um vídeo mapping 360० em uma área de mais de 350m² nos transporta para dentro dos espetáculos “Entre o Céu e as Serras”, “Nabucco”, “Pipiripau”, “Madame Butterfly”e “A Viúva Alegre”, produzidos pela Fundação Clóvis Salgado e a um filme original gravado no Palácio das Artes com participação dos corpos artísticos.”¹
O quarto ato é uma “contação de causos”, daqueles que construíram e fizeram parte da história do nosso cinquentão. São áudios distribuídos em caixinhas de sons suspensas. Esse ato está localizado numa sala onde a natureza do Parque Municipal invade o ambiente proporcionando harmonia.
No quinto ato, figurinos de importantes peças e óperas podem ser vistos. A sua apoteose encontra-se na última instalação. Ela reúne objetos e mobiliário de cenários que ali comoveram plateias. É uma espécie de depósito vivo e suspenso e em suspenção ficamos com a beleza cênica. As peças estão de cabeça para baixo, grudadas ao teto. É uma obra de arte que num jogo de luz e sombra nos remete ao poético das apresentações ali encenadas, também, na poesia dessa história, das cenas e da vida dita por diversas formas de artes. Aplausos!!!
¹https://fcs.mg.gov.br/eventos/50-anos-em-5-atos-exposicao-sensorial-e-imersiva-celebra-cinquentenario-do-palacio-das-artes, acesso 20/10/2021
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