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Confissões de uma pessoa intuitiva

Confissões de uma pessoa intuitiva – Foto: Pixabay

Tais Civitarese

Existe uma solidão particular que sentimos quando percebemos algo que as outras pessoas não vêem.

Às vezes, algo se mostra para nós com tanta clareza, mas tanta, que parece estranho que sejamos os únicos a ver.

Não estou falando de mediunidade ou algo assim. Refiro-me às impressões sobre os fatos corriqueiros da vida, sobre situações e pessoas que encontramos no caminho. Às vezes, sinto coisas que guardo para mim e, após algum tempo, elas se revelam de forma mais escancarada para os outros. Infelizmente, é bastante comum isso acontecer.

Digo infelizmente porque muitas vezes, essa “impressão” pesa muito. Quando inspira algo ruim, pode gerar grandes conflitos. Fico nervosa e tenho vontade de arrancar os cabelos – meus e dos outros – se a revelação demora muito a se mostrar.

Sinto-me indignada e tento gritar: “Você não vê?”. E caso eu me precipite em dizer o que penso, parece uma grande loucura conspiratória ou coisa da minha cabeça.

Às vezes, passam-se muitos anos. Outras vezes, a névoa não dissipa nunca. Porém, as luzes vermelhas continuam acendendo para mim a cada encontro, a cada frase que se ouve da pessoa ou na situação em questão.

Até que vem um novo fato e pimba! Clareia tudo também para quem caminha comigo. Confesso que me sinto feliz quando isso acontece. Obviamente, não pela revelação em si, por vezes trágica. Mas feliz por saber que posso confiar nesse poder estranho, quase obscuro, porém infalível, chamado de intuição.

Dizem que intuição é uma linguagem. Uma leitura que se faz de inúmeras mensagens subliminares não verbais, de pequenos e grandes detalhes que enxergamos e processamos inconscientemente. Por algum motivo, a minha é bem calibrada.

Para quem não é exatamente muito forte ou agressivo, é um bom mecanismo de defesa nessa vida. Quem não tem – ou não é – Mulher-Maravilha, caça com Harry Potter…

*

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