Os mares verdes e transparentes do mês de Janeiro em Fernando de Noronha? Não.
Os corpos sarados, bronzeados e fortes em poses yoga stylist à beira do resort? Não.
O pote brilhante de açaí com banana e leite em pó? Também não.
A foto de perfil bebericando uma cerveja estupidamente gelada? Não de novo.
A garotinha fofa que antes de completar dois anos já tem quase um milhão de seguidores e exibe suas primeiras palavras na internet? Não. Nada disso.
O auge do momento ostentação do “v”, do virtual nas redes sociais na última semana, foi mesmo dos escondidos, cobertos dos pés à cabeça, mascarados e incansáveis profissionais da saúde.
Quem recebeu a tão esperada vacina no seu primeiro lote, fez questão de mostrar a agulhada com uma fotografia ou mesmo um registro do cartão de vacinação preenchido nas redes sociais. Tenho certeza que muitos dos meus amigos que estão no grupo prioritário, por estarem na linha de frente, mostravam por trás da máscara um sorrisão, com um “v” de verdadeiro.
Sei que a vacinação em massa da nossa gigante população, ainda está sujeita a pequenos e grandes vacilos: políticos, econômicos, logísticos, diplomáticos. A velocidade da imunização para nós, brasileiros, deve vir mesmo com um “v” minúsculo.
Mas ver médicos, enfermeiros, psicólogos e fisioterapeutas serem vacinados me emocionou muito e encheu meu coração de esperança, como há muito tempo não sentia. Curti, compartilhei, comentei, vibrei com um “v” maiúsculo.
É o nosso primeiro e gigantesco passo em direção à superação da pandemia, da ignorância e do negacionismo. Aos trancos e barrancos, sem planejamento, sem coordenação, sem ministro, sem auxílio, sem estímulo, vamos mostrando nossos “vs” de versatilidade e vanguarda.
A despeito das dificuldades, conflitos, tristezas, perdas, mortes, restrições, há uma luz brilhando no fim do túnel. Essa luz nos ensina lições de coletividade, cooperação, união, amor, fé, contribuição. Tudo que vá contra isso é perecível e não perdurará.
Tenho consciência do caráter “poliana” deste texto, mas quero agradecer enormemente aos que trabalham há quase um ano ininterrupto na linha de frente da Covid-19. Vocês são merecedores de todo reconhecimento e gratidão. Esse “v” de vitória seria impossível sem o seu trabalho e sua dedicação.
Estamos todos juntos na busca da saúde, da cura, da liberdade e da Vida. Para todos.
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Muito bom, muito bem, Daniela! Oportuníssima e merecida homenagem aos heróis que abrem o peito ao perigo para zelar de nós. Associo-me a você nesse preito.