Religiosidade e o Turismo Religioso: Impactos na pandemia

Sandra Belchiolina
sandra@arteyvida.com.br

O impacto da COVID-19 no mundo tem dimensões catastróficas. Ele perpassa toda humanidade e sua organização social. A abrangência é sentida, também, nas diversas manifestações religiosas e suas celebrações. Como consequência, o segmento do turismo – o religioso, como os outros, está em crise.

Esse final de julho/2020 é marcado para reabertura – ou não – de centros religiosos no mundo.

Para o islamismo, a peregrinação a Meca, na Arábia Saudita, é um dos cinco pilares (lugares) que o devoto deve visitar na sua vida. O final de julho marca sua maior celebração.

A partir do dia 29, os locais estarão abertos para receber 10.000 sorteados. Em outros tempos, sem pandemia, o número de peregrinos chegava a dois milhões. Neste ano os espaços se adaptaram – respeitando o distanciamento, uso de máscaras e também não será permitido tocar na Kaaba ou Caaba – construção cúbica que fica de frente a Grande Mesquita de Meca, considerada pelos muçulmanos como o lugar mais sagrada do mundo. São protocolos e cuidados para a não propagação do vírus.

No Brasil temos movimentos de reabertura de importantes centros católicos. Iniciaram dia 28 com Basílica de Nossa Senhora Aparecida na cidade de Aparecida em São Paulo. No primeiro momento, aberta para realização de missas com redução de fiéis, mantendo o distanciamento. O mesmo se vê em muitas cidades do país. Antes da cerimônia são distribuídas senhas para conseguir esse objetivo.

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) repensa sobre essa liberação, pois a Igreja registra 21 mortes de seus padres e bispos, principalmente do norte e nordeste do Brasil. Os infectados pelo coronavírus somam 347 membros.

Em Salvador, na Bahia, cidade onde há cadastrados 1.738 terreiros de candomblé, umbanda e caboclo, também foram liberadas as atividades pela prefeitura, porém, consta que não irão abrir. As lideranças dos terreiros (cada um têm sua autonomia para decisão) ponderam que não é momento para se voltar com as cerimônias coletivas. As razões passam pela idade avançada da maioria dos líderes, falhas nos protocolos de abertura e conselho direto dos Orixás. Xangô pede cautela”.

O turismo é o setor econômico onde o deslocamento de pessoas no mundo é fundamento para sua existência. Entre os segmentos está o Turismo Religioso. Como relatado, o campo não anda nada bem. Não ocorrendo deslocamento – turismo – não há negócio e muito menos renda. O caos está estabelecido para as empresas. Diante dessa realidade muitos esperam com a compreensão dos budistas. Os mesmos desejam que o vírus entre em harmonia com o ser humano, pois ele coabita outros seres sem provocar os efeitos mortíferos que provoca ao homem. Será que essa manifestação da natureza é uma punição do universo – melhor: do meio ambiente? Vida gera vida. Morte gera o quê?

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Sandra Belchiolina

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