Em meio ao isolamento, tenho alternado momentos de boas expectativas e de desanimo para nossa retomada à vida normal. Nuns dias acredito que estamos enxergando a luz ao fim do túnel, noutros me sinto prostrado e sem esperança de recuperar meus prazeres nesta fase avançada da vida. Cafeteria, cinema e Galo.
Improvisando a cada nova manhã, planejo como serão as próximas 24 horas. Já fiz tanta coisa, arrumar casa e armários, eliminar papéis velhos de arquivos, dormir como não fazia há tempos (sesta todo dia), em meio ao home office e outras obrigações do cotidiano. Neste blog, uma vez por semana, e no outro folgando só no dia que estou aqui. Vida que segue!
Pois ontem, me debrucei em reler postagens antigas dos dois blogs e também do facebook. É um momento interessante, rever afirmações feitas em momentos tão diferentes. O gostoso, a mim, foi perceber que permaneço com as mesmas convicções de tempos. A idade não me fez entregar, sobretudo no resistir.
Nesta terça, peço permissão ao amigo leitor deste blog Mirante, para republicar algo que estava guardado lá no face. Copiei do amigo Ângelo Lages, leitor assíduo do outro blog que assino. Me fez, tanto na ocasião quanto ontem nessa pesquisa, voltar à minha infância lá em Araxá.
Lembrar-me do Jardim da Praça da Estação e da Rua Capitão Isidro que nasci e morei. Eram nesses locais as nossas “peladas”. As traves eram as pastas escolares, chinelos ou pedaços de pau, pedra ou tijolos.
Na rua nem passava carro, hoje não acha vaga para estacionar. O jardineiro, na ocasião, cuidava deste jardim e outro próximo. Quando um entre nós gritava “olha o jardineiro”, saíamos todos correndo por direções diferentes, até que ele fosse embora e a partida tivesse continuidade.
Para descontrair…
Velhos tempos, belos dias!!!
REGRAS DE FUTEBOL DE RUA DE ANTIGAMENTE!
(1) Os dois melhores não podem estar no mesmo time. Logo, eles tiram par-impar e escolhem os times;
(2) Ser escolhido por último é uma grande humilhação;
(3) Um time joga sem camisa e o outro com camisa;
(4) O pior de cada time vira goleiro, a não ser que tenha alguém que goste de agarrar;
(5) Se ninguém aceita ser goleiro, adota-se um rodízio: cada um agarra até sofrer um gol;
(6) Quando tem um pênalti, sai o goleiro ruim e entra um bom só para tentar pegar a cobrança;
(7) Os piores de cada lado ficam na zaga;
(8) O dono da bola joga no mesmo time do melhor jogador;
(9) Não tem juiz;
(10) As faltas são marcadas no grito: se você foi atingido, grite como se tivesse quebrado uma perna e conseguirá a falta, senão nada acontece;
(11) Se você está no lance e a bola sai pela lateral, grite “é nossa” e pegue a bola o mais rápido possível para fazer a cobrança (essa regra também se aplica ao “escanteio”);
(12) Lesões como arrancar a tampa do dedão do pé, ralar o joelho, sangrar o nariz e outras são normais;
(13) Quem chuta a bola para longe tem que buscar;
(14) Lances polêmicos são resolvidos no grito ou, se for o caso, na pancada;
(15) A partida acaba quando todos estão cansados, quando anoitece, ou quando a mãe do dono da bola o manda ir pra casa, ou aquela vizinha que prende a bola que caiu na casa dela ou corta a bola;
(16) Mesmo que esteja 15X0, a partida acaba com “quem faz ganha”;
(17) rua de baixo contra rua de cima valendo garrafa de Coca-Cola…
(18) Se chover forte, certamente haverá futebol;
(19) O famoso grito “paroooou” quando vinha carro ou uma mulher grávida/com criança passava perto da pelada:
(20) Lembrou tua infância??? Então foi uma criança normal…
Velhos tempos que não voltam mais…
Dessa forma foi minha infância.
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O esporte “pelada” podia ser olímpico, pois esse livro de regras era respeitado mundialmente!!! Kkkkkk
Quero saber se vc era o último a ser escolhido, Eduardo?!
E não esqueci do café que vc está me devendo heim, logo logo vamos retomar a normalidade....
Sempre fui o último e, muitas vezes, pra jogar no gol.
EDUARDO ,
no meu caso troca-se o jardineiro pelo padre de plantão
nas escadarias da Igreja de Boa Viagem , em cujos jardins
a bola (geralmente de borracha, mas esvaziada , para que
não quicasse tanto) corria solta .
Outro local bem disputado era a quadra do Santo Antônio
antes e depois das aulas , lá com bola de meia , bem firme
e amarrada .
Ali torcíamos para que um colega "de posse" ( o Breno )
aparecesse com sua reluzente bola de futebol de salão e
tivesse a "bondade" de colocá-la em jogo , depois , é claro,
de escolher "seu" time .
Vez ou outra ele era solenemente ignorado , pois fazia as
suas exigências além do aceitável , e a gente o mandava
"praquele" lugar , com bola e tudo .
Ah! , tempos maravilhosos !
Quantas belas recordações .....
Verdade, caro Barata. Eu só jogava quando era dono da bola. Ainda assim, era o último a ser escolhido.
(21) Nas peladas não tem essa de "vim" pra brincar, quem vinha com esse argumento era enquadrado na mais genuína conversa fiada. Todo peladeiro fominha que se preza, podia perder o sono, a namorada, o cinema e até o "café das duas", mas de jeito nenhum ele tolerava perder o jogo, nem mesmo o par ou ímpar.
Acabaram-se as peladas de outrora, mas o que tem de "títulos bíblicos" nuhhhh... é uma farra!
Pois é, Zé! Perder não era admitido. Eu sempre era o último escolhido.
Muito, muito bom! Feliz por me sentir familiarizado com todas as regras, especialmente com a número 4!
Foi assim que descobri minha posição. Goleirão!