Há algumas semanas falei sobre o tédio, saúde mental e a pandemia. Recebi diversos depoimentos e respostas muito interessantes, e até inusitadas, sobre como lidar com o cotidiano em isolamento que em breve contarei para vocês.
Por ora, gostaria de contar sobre o meu isolamento e como ele tem sido amenizado pela convivência com o melhor amigo do homem. Na verdade, com as duas melhores amigas: Lola e Liz. Lola é uma golden retriever e Liz é uma spitz, que acabou de ter o seu primeiro cio. Como costumo falar, uma é grande, mas acha que é pequena; a outra é pequena, mas tem certeza que é grande.
Na verdade, mesmo antes do isolamento, a presença delas na nossa vida foi uma grande revolução. Afeto, cuidado, lealdade, responsabilidade, atividade.
Quem não tem mais prazer em se exercitar quando se tem companhia garantida para a corrida ou caminhada?
Quem não fica mais sociável ao passear com o dog na rua e arrancar sorrisos das crianças e também conversas dos marmanjos?
Quem não se sente mais feliz por receber amor genuíno em troca de comida e alguns afagos?
Quem não desenvolve senso de autonomia e responsabilidade quando tem um ser que precise do seu cuidado?
Quem não se diverte com a certeza olfativa deles durante as refeições? Ou com as batidas dos rabos, com os latidos e com as lambidas nas demonstrações de afeto?
Quem não se gratifica por ensinar, escovar e brincar com um ser cujas respostas são imediatas e inequívocas?
Para o médico veterinário Luiz Gustavo Piroli Cabral, que é também meu irmão, os cães são considerados os melhores amigos do homem porque eles dão muito em troca de muito pouco. Ele enfatiza alguns estudos que demonstram os benefícios à saúde e desenvolvimento, ressaltando a cinoterapia (ou pet terapia) especialmente nos casos de crianças e idosos.
No entanto, alerta para o risco do antropomorfismo exagerado durante a pandemia, uma vez que, para muitas pessoas, os animais acabam sendo as únicas companhias e formas de contato afetivo direto durante o isolamento social. “A humanização em excesso dos animais domésticos também tende a gerar sofrimento nos bichos“, adverte.
Se você não tem o seu bichinho, prepare a caixa de lenços e aproveite a quarentena para assistir às minhas sugestões de filmes: Sempre ao seu lado, Marley e eu e Greyfriars Bobby, todas eles baseados nas lindas histórias reais entre os cães e seus donos.
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