Outrora motivo de orgulho para o Brasil e brasileiros, a indicação do documentário de Petra Costa, “Democracia em Vertigem”, ao Oscar 2020 de Melhor Documentário, novamente expôs o acirramento que vivemos desde a reeleição da Dilma para a presidência da República.
Não quero aqui fazer juízo com conteúdo partidário e/ou ideológico, embora eu tenha cá minhas convicções e – sistematicamente – alguns tentam confrontar. Que falta de respeito!
Fato é que a indicação para concorrer ao prêmio – instituído tem exatos 90 anos – é motivo de orgulho para qualquer nação que tenha apreço pelas artes.
Nem precisa ser a cinematográfica, como no caso específico, mas a um país que tenha como prioridade incentivar e difundir seus artistas.
E o que vemos aqui neste período recente são intelectuais sendo afrontados por suas posições pessoais.
Paulo Freire não é um militante, como insiste um grupo de conservadores, é um educador.
Chico Buarque, igualmente, é antes de tudo um entre os maiores nomes da nossa literatura e da música brasileira.
Pois, não é que ambos e tantos outros são confrontados por jovens sem pensamento político e ideológico definidos.
Entendem, embora muitos deles tenham preguiça de ler, que todo e qualquer tipo de manifestação em busca do equilíbrio social de uma sociedade deve e pode ser taxado de uma série de aberrações que nem compensa ser repetida.
Vamos ao que interessa que é a obra da Petra Costa. Ela já nos brindou com duas importantes produções.
Elena, em 2012; Olmo e Gaivota, em 2014. Vi o primeiro e agora este indicado ao Oscar. Entre meus amigos dessa passagem pela terra, um dos seus parentes figura entre os mais queridos.
Celso Costa faleceu em 1993, mas deixou muitos bons registros à minha memória. Entre tantas considerações que seu tio me fez, uma delas era sobre o talento daquela ainda menina que se preparava para enfrentar esse massacre que a vida nos reserva.
No filme “Elena”, que ela conta o drama de sua irmã, acompanhei aquele momento real e depois tive o privilégio de assistir na telona.
“Democracia em Vertigem” traz ao mundo o sentimento de boa parte dos brasileiros que resistiram ao momento que vivemos recentemente.
Expõe feridas e atores daquele tempo (nem disse conspiração), e sua indicação – sem qualquer dúvida – mostra como o mundo assistiu e julga essa situação.
Tão logo foi confirmada a indicação, partidos políticos tentaram ironizar a escolha, partidários daquele movimento igualmente reclamaram que outras produções – na mão contrária – não alcançaram na mesma posição.
Ora, com todo respeito, essa é uma grande oportunidade que o Brasil vive de trazer a estatueta maior do cinema mundial.
Ao meu sentir, brasileiras e brasileiros, deveriam comemorar uma eventual conquista do Oscar pela mineira e belo-horizontina Petra Costa.
Não jogar pedras, como alguns poucos fizeram com Paulo Freire, Chico Buarque, até mesmo Sônia Braga em interpretações recentes e – claro – agora Petra Costa.
Eles e muitos outros artistas e intelectuais que levam, elevam e enlevam a nossa arte, cultura e denunciam horrores que somos vitimas, merecem respeito e louvor dos brasileiros.
A falta de urbanidade de alguns poucos, não se limitam apenas aos conservadores, alguns – também poucos – que se dizem militantes de causas populares, igualmente, agem de maneira agressiva a qualquer movimento ou ação que não lhes sejam do agrado.
Exemplificando, semana passada aqui neste espaço, trouxe considerações pessoais acerca do atual governo de Minas.
Pois, entre pessoas de meu relacionamento, três delas – isso três conhecidos – me surpreenderam ao questionar o motivo daquela postagem.
Tempos difíceis!
Toda sorte e sucesso à Petra, nossa representante na disputa daquela estatueta.
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