Taís Civitarese

Faltam 11 dias para o ano novo. Ano esse que já virá marcante, inaugurando a década de 20 do século XXI. Nossa geração viveu a virada do século, a virada do milênio e agora se prepara para mais uma façanha no calendário.

Às vezes me pergunto se estamos fazendo jus a esses tempos tão notáveis… Com uma moldura bonita, é normal termos cuidado na escolha do quadro. 

Gosto de pensar que sim, estamos indo bem. (Otimismo em excesso? Sempre.) No meu prédio, agora, a energia é solar e na rua há lixeiras coloridas para separar o lixo e destiná-lo à reciclagem.

Outro dia, vi na capa de uma revista um homem muito rico se dizendo filantropo e que estaria determinado a reverter seus milhões para ajudar os pobres.

O buraco na camada de ozônio, fantasma dos tempos da infância, está quase se fechando.

Alguma empresa criativa oferece soluções não-poluentes para o transporte urbano a um custo baixo, equiparado ao de outras alternativas que, apesar de poluentes, aumentam nossas opções para o deslocamento. 

Minhas amigas prestam atenção aos rótulos dos alimentos que dão para os seus filhos e evitam aqueles com excesso de açúcar e nenhum nutriente.

Outras, levam suas crianças ao psicólogo sem esconder de ninguém e sem que isso as estigmatize.

No estacionamento do supermercado encontro coletor de pilhas, de óleo e no do shopping, coletores de lixo eletrônico.

Isso dá a impressão de estarmos, ao menos, tratando nossos rejeitos de forma mais organizada…

Vejo amigos que eram despreocupados coletando cestas básicas para doar. Vejo conhecidos que nunca fritaram um ovo, fritando ovos e cozinhando legumes porque decidiram comer melhor.

Vejo grupos de idosas, vejo meu tio que parou de fumar, vejo as cunhadas que não se falavam organizando juntas um chá de bebê. 

Não vejo jornal, novela, Domingão nem Fantástico. Somente programa gastronômico. E de certa forma, escolhendo o que vejo, o que ouço e tentando fixar no que há de positivo, a sensação de melhora dos tempos reverbera e invade.

Pode parecer um absurdo dizê-lo, pois os problemas do dia-a-dia se fazem ver mesmo de olhos vendados.

No entanto, assim como há filtros no Instagram, escolho esse para colocar na vida. Então, que 2020 seja bacana e que continue melhorando!

E que daqui a um tempo, além de se referir a coisas antigas, a palavra “vintage” também queira dizer de uma época boa…

Tais Civitarese

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