Caminhando para a virada do ano, consequentemente a posse dos eleitos Governador e Presidente da República, assistimos à montagem dos respectivos governos. Tanto Zema quanto Bolsonaro pregaram redução e mudanças drásticas no primeiro escalão.
Durante o processo eleitoral, ficou claro que os candidatos – caso eleitos – diminuiriam no caso do governo estadual para nove Secretarias e no federal para quinze ministérios.
O então candidato ao governo de Minas, pelo minúsculo Partido Novo, foi além e anunciou sequer morar no Palácio das Mangabeiras, que ele e sua legenda consideram “mordomia” a quem exerce o cargo de chefe do Executivo Mineiro. Outras pregações também aconteceram, mas de menor visibilidade que as mencionadas acima.
Vamos à situação atual. Faltando pouco mais de três semanas para as posses e transmissão de cargos, Zema só anunciou dois nomes para seu secretariado. Segundo o governador eleito, ambos assumiram o compromisso anunciado pelo então candidato de só receber salário depois que a folha de pagamento dos servidores estiver em dia e sem parcelamento.
Gustavo Barbosa e Otto Alexandre Levy Reis, ambos de 53 anos (um a menos que o governador) serão os titulares da Fazenda e do Planejamento, respectivamente.
Para as demais secretarias, deverão ser anunciados os nomes na próxima terça-feira. Deveriam ser outras sete, mas já foi anunciado que serão onze e não nove como pregado durante a campanha eleitoral, portanto nove nomes a serem conhecidos.
O perfil exclusivamente técnico, também não será unanime, conforme admitiu o coordenador da equipe de transição do novo governo. A propósito, se Zema tem evitado declarações, o mesmo não acontece com a coordenação da equipe de transição do Novo.
Numa delas, que vem sendo causando certo desgaste é em relação a questões internas dos outros poderes. Ao que percebo, na Assembleia Legislativa, Romeu Zema terá o apoio de 50 ou até mais parlamentares, contudo os próprios deputados não escondem o descontentamento com as declarações do coordenador da equipe de transição. O mesmo acontece entre membros do Judiciário e Ministério Público.
Uma situação, sem receio de ser diferente, é o fato de o governador optar por morar fora do Palácio das Mangabeiras. Não sei exatamente qual seria a destinação a ser dada aquela imponente construção cravada na Serra do Curral.
Ao que parece, Zema vai escolher – com custeio de seu próprio bolso – uma moradia em região próxima à Cidade Administrativa.
Já no Governo Federal, depois de pregar 15 Ministérios, o presidente eleito já admitiu que serão 22 as pastas. Podendo ainda aumentar até o dia da posse. Entre os nomes já confirmados estão Onix Lorenzoni, um veterinário na Casa Civil.
Mencionado numa delação premiada da JBS, o novo ministro pediu “desculpas” por ter recebido 100 mil reais da empresa por meio de caixa dois.
A Economia terá o comando de Paulo Guedes, guru do então candidato e que terá super poderes para executar as medidas do “liberalismo econômico”, donde pode se esperar perda de conquistas trabalhistas desde os tempos de Getúlio Vargas. O Ministério do Trabalho vai deixar de existir. Já o ex-juiz federal, que condenou e impediu a candidatura de Lula, será o ministro da Justiça e Segurança Pública.
Nas demais pastas anunciadas sobressaem o alto número de militares, superando até mesmo os governos dos generais pós 1964. Outros nomes até então desconhecidos participam do novo governo. Duas mulheres foram anunciadas depois de receber críticas pela ausência delas em sua equipe de transição.
Tereza Cristina e a pastora Damares Alves, na Agricultura e na pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos. Apenas um mineiro, o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, que cuidará da pasta do Turismo.
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