Somos usuários da metodologia dissimulada em utilizar a tática de lançar uma ideia ou sugestão para chegar ao pretendido. Isso é conhecido como “balão de ensaio”, quando antecipadamente se é apresentada uma situação hipotética, aguardando a repercussão do que – caso não seja aprovado – passa a ser chamado de boato. Numa negociação, seja de que natureza for, é comum deixar vazar uma possibilidade para depois apresentar sua real e concreta proposta.
Isso vale em tudo na vida. Nos últimos dias, estamos lendo e ouvindo, diversos ensaios que estão mexendo com nossas cabeças. O presidente eleito, que já utilizara métodos similares durante a campanha, agora – ao tentar montar seu ministério -, faz vazar “informações em off” até que possa avaliar sua repercussão junto aos brasileiros.
Fusão e extinção de pastas na Esplanada dos Ministérios vem pautando nossas mídias e, especialmente, o debate nas redes sociais. Meio Ambiente, por pouco não fica subordinado a um representante dos ruralistas. Seria o lobo tomando conta do galinheiro. Mas o presidente eleito, embora não empossado, se apressou em descartar a possibilidade. Enquanto isso, aqui em Minas, o futuro governador ainda insiste nessa tese.
Agora, vem sendo especulada a extinção do Ministério do Trabalho, que seria transformado numa peça de ficção dentro e sob a batuta do superministro da área econômica. Sabida e antecipadamente, já se pode afirmar que o trabalhador é quem pagará a conta dos erros e desmandos que tem origem em compromissos prévios com empresários que bancaram a eleição do presidente eleito. O trabalhador irá, mais uma vez pagar o pato dos equívocos e outros atos de responsabilidade dos eventuais governantes.
No plano federal, sem qualquer pudor, essa tática vem sendo usada pelo presidente eleito. Já em Minas Gerais, o próximo governador segue conversando e cabendo a equipe de transição fazer o diagnóstico do “abacaxi” que ele terá de descascar a partir de primeiro de janeiro próximo. Nomes especulados, até onde pude entender, são lançados pelos próprios interessados ou seus grupos de apoio. O silêncio é sepulcral.
Gente do atual governo sendo mantido, outros que encaminham currículo para avaliação, até um brasileiro que reside no exterior, postulando o cargo de Secretário de Segurança Pública.
A tática do “balão de ensaio” vem ganhando adeptos até mesmo noutras esferas administrativas. O Clube Atlético Mineiro, que vendeu 50,1% de seu ativo do Diamond Mall para a Multiplan, agora deixa vazar intenção em transferir seus 49,9 afim de se livrar de dividas acumuladas durante anos de gestões anteriores e da atual diretoria. Podemos afirmar que a reação entre os Atleticanos vem sendo negativa. Digo isso sem qualquer conhecimento técnico do eventual negócio ou mesmo pesquisa entre Atleticanos. Pura percepção entre muitos Torcedores.
Numa ou em qualquer situação, entre as mencionadas acima ou até mesmo outra fora deste contexto, sabemos que a conta será paga pelo contribuinte. No caso do Poder Público o contribuinte que paga seus impostos, produz e gera impostos à União, Estados e Municípios. Já no caso do Galo, o Torcedor que vai ao estádio, para torcer e apoiar o seu time do coração e ainda consome produtos licenciados que geram receitas aos cofres das instituições.
De toda forma, estamos ferrados.
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