Vivo o clima e ambiente de eleições desde a minha já distante infância, lá em Araxá. Quando nasci, meu tio era prefeito, depois quando comecei a ter certo discernimento das coisas, pude vivenciar uma eleição de governador entre Israel Pinheiro e Roberto Resende, vencida pelo primeiro.
A família da minha mãe, pessedista, apoiava Israel; enquanto meu pai, udenista, acompanhava Resende. Não me lembro de qualquer tipo de hostilidade em casa e sequer entre tios e primos.
De lá, até esse 2018, foram 26 eleições, sendo que fui eleitor em 21 delas. Entre as quais, duas vezes como candidato. Elegi-me vereador em Araxá no ano de 1982 e não tive a mesma sorte em 1988, concorrendo em Belo Horizonte.
Tanto nestas duas, quanto em outras tantas, tive forte envolvimento, empenho e militância na maioria das vezes. Neste ano presente, talvez pelo clima e ambiente hostil que se anunciava, me resguardei e tenho sido praticamente uma nulidade no processo.
Votei, claro, no primeiro turno e meus escolhidos foram eleitos deputados – estadual e federal – e até mesmo um dos senadores. Já nas duas eleições majoritárias, nenhum dos quais optei , chegou ao segundo turno.
Ao avaliar as possibilidades (refiro não a probabilidades e sim condições de gestão), acabei fazendo opções um tanto antagônicas para um e outro cargo. Inadvertidamente, talvez até para marcar que o pleito não passou em branco, fiz um adesivo – filho único – para colocar no meu carro. Com os dois nomes da minha opção.
Até escolhi uma cor de fundo diferente, de um e outro partido, para fugir da taxação de militante da direita ou da esquerda. Afinal, não sou de um lado e nem do outro, mas questiono ambos e vejo alguma coisa interessante que me conduz a fazer minha livre opção.
Pois, não é que no segundo dia que desfilava pelas ruas da cidade, fui xingando num sinal de trânsito e – ao que pareceu – num tom ameaçador.
Chocado com aquilo, permaneci com o adesivo, até que noutra situação – agora mais branda – fui convocado a justificarr a minha outra escolha. Vale dizer que a falta de respeito às opções existe nas duas direções.
Minhas cores favoritas, por questão do meu time de futebol, são preto e branco. Agora, quando saio de verde ou amarelo, sou visivelmente seguido por olhares nas ruas. Se uso vermelho então, sou quase devorado por outros olhares. Pois, além do preto e do branco, gosto também do verde, do amarelo, do vermelho. Todas elas usadas nos sinais de trânsito. Tem gente que não sabe se para, se segue ou se fica em alerta. Vermelho, verde ou amarelo. Credo!
Nunca vivi um clima tão deprimente como o atual. Qualquer que seja eleito presidente da República, o país fica numa triste divisão. De classes, de medo, de insegurança – nas ruas e jurídica.
Enfim, num segundo turno não existe terceira via. Os ânimos estão perigosamente exaltados. Uma convicção eu tenho: após eleitos, empossados e se medidas sérias de reformas politico, econômica e social não acontecerem, teremos um caos social. Os primeiros a sofrer com a situação serão exatamente aqueles que – como uma manada – caminharam na direção do anti isso ou anti aquilo.
Oremos! Muitas amizades foram desfeitas em nome de uma (i) moralidade. Quero os ver voltarem aos locais de orações frequentados, convenientemente, durante a caça aos votos.
Mário Sérgio Todos os preparativos, naquele sábado, pareciam exigir mais concentração de esforço. Afinal, havia…
Rosangela Maluf Gostei sim, quando era ainda criança e a magia das festas natalinas me…
Tadeu Duarte tadeu.ufmg@gmail.com Com a proximidade do Natal e festas de fim de ano, já…
Peter Rossi Me pego, por curiosidade pura, pensando como as cores influenciam a nossa vida.…
Wander Aguiar Finalizando minha aventura pelo Caminho de Santiago, decidi parar em Luxemburgo antes de…
Como é bom ir se transformando na gente. Assumir a própria esquisitice. Sair do armário…
View Comments
Descreveu muito bem meu sentimento! Parabéns pela lucidez !
Pelo menos estamos afastando a possibilidade de devolver as chaves dos cofres públicos e a administração do País à quadrilha que promoveu a maior roubalheira de dinheiro público da história do mundo e afundou o País na maior recessão econômica, moral e política de nossa história.
Se Bolsonaro representa alguma ameaça (eu particularmente não vejo que ameaça seria essa, a não ser o perigo iminente de se abrir um monte de caixas pretas da corrupção que ainda continuam fechadas), Haddad/PT significa o desastre real e inevitável de reconduzir o Brasil ao caminho que o PT o levava à uma venezuelização.
comparar bostanaro com Haddad é ignorância do ser...o Brasil caminha para um abismo se o 17 prosseguir...credo!
Quem promoveu a maior roubalheira foi o Bolsonaro?
Quem afundou o País na recessão foi o Bolsonaro?
Quem apoia e entupiu ditaduras como Venezuela, Cuba etc com dinheiro público do Brasil, deixando a nossa infraestrutura, saúde e na mão foi o Bolsonaro?