Todos nós acompanhamos, alguns com maior e outros nem tanto interessados, a movimentação das campanhas no último sábado. As aferições de presença nas ruas tomaram o lugar dos próprios candidatos. Até porque, não sei se por culpa deles próprios ou pelo clima de ódio e intolerância que dominam as eleições, programas de governo não tem merecido qualquer destaque entre os apoiadores das candidaturas.
Nem mesmo nos debates ou entrevistas promovidas para sabatinar candidatos, os veículos tem se preocupado em debater propostas. Vemos apenas ataques.
Como até já disse aqui, as redes sociais se transformaram num campo de guerra. Todos nós, independente do candidato que optamos, somos alvos de provocações a todo o momento.
Eu tomei uma decisão e tenho sido grosseiro. Inicialmente, sugiro meu desinteresse pelo assunto e se insistem, eu reajo; depois de perceber que o outro lado quer é guerra, simplesmente faço o bloqueio. Depois disso, caso a caso, avalio se retorno com esse tipo de mala ao meu relacionamento. Um total desrespeito, e o pior, não percebem que provocação não muda o voto. Ao contrário, te faz até entrar no jogo e pedir voto.
Meu desejo e esperança são únicos. Após a definição, vença quem for, além do resultado ser respeitado – o que não tem sido prática recente – que o convívio volte à normalidade entre as pessoas. Que as relações pessoais, em família, no trabalho, na vizinhança retomem a normalidade. Tá difícil e tenso.
Dias atrás, numa maratona médica anual, fui a um consultório de número 13. Ao entrar, sem qualquer maldade, disse gostei do número da sua sala. Ato contínuo, ouvi: “você é petista, é comunista”! Não, respondi. -“Galo é 13 e sou Atleticano”. “Ah! Ainda bem!”.
Fiquei chocado e, confesso, com medo. Imagine se aquela pessoa portadora de CRM não gostasse do meu time do coração. Será que estaria em risco? Pela reação inicial, posso admitir que não fosse improvável.
Pois, no meu caso, não tenho preferência por qualquer legenda seja. Meus votos tem partidos com dezenas 12, 13, 43 e 90. Afinal, se tenho seis candidatos para votar, faço minhas escolhas com a minha crença pessoal. Ainda assim, no pouco tempo que manifesto minhas opções, costumeiramente tenho de ouvir “aulas” sobre ética, moralidade e história. Muitos deles desconhecem qualquer das disciplinas que se julgam doutores.
Nesse clima de ódio e intolerância, até o futebol sofre. Faço um blog, aqui mesmo no UAI sobre o meu time – o Galo. Já fui parado e questionado algumas vezes na rua sobre minha escolha de maneira rude. Tenho a impressão que nem do meu time posso falar…
Tudo isso é resultado dos últimos tempos e das reações intempestivas de quem não sabe viver em sociedade, conviver com diferenças, achando que o seu pensar deve ser seguido pelos demais. A divisão começou em 2010 e os seus responsáveis estão ai até se candidatando novamente. Alguns até para buscar a proteção do “foro privilegiado”, assegurando assim sua pretensa impunidade.
Enquanto isso, muitos entre nós – idiotas -, do lado de cá lutando, brigando e quase se matando em defesa desse tipo de gente. Não me iludo com isso, já faz algum tempo. Tento levar minha vida e meus compromissos sem passar recibo ou me envolver com isso. Desde que não provocado, afinal – como disse – 13 para minha pessoa é o número do Galo. Ponto!
Torçamos e oremos para que o resultado dos dias 7 e 28 de outubro sejam respeitados, sobretudo pelos candidatos derrotados. Uma vez que nos tempos recentes, mocinho que não digeriu ter sido preterido acabou insuflando muito essa guerra entre brasileiras e brasileiros.
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Caro, Eduardo. Li muito sobre esse tema nas últimas horas, com o mesmo sentimento. Tanto que ao chegar no seu texto, me identifiquei e resolvi exteriorizar minha angustia e citá-lo. Está na minha página do Faceboock. Gostaria de marcá-lo, mas não consigo. Dados os devidos créditos, se possível da uma passadinha por lá, o acesso é público.
Obrigada por partilhar conosco a sua opinião.
Abraço,
Leda Queiroz Ville
https://www.facebook.com/leda.queirozville