Pensar na morte é pensar sobre a própria vida e o sentido dela. É pensar sobre a nossa forma de viver, de estar no mundo, de se relacionar. Muitas das pessoas já pensaram na morte como uma solução imediata e definitiva para um sofrimento que, apesar de intenso, é transitório. Algumas pessoas chegam a elaborar um plano suicida, pesquisando métodos e escolhendo datas. Poucas delas chegam, de fato, a levar até o fim o planejamento do ato suicida. Muitas vezes, o sofrimento parece insuportável, interminável e inescapável, mas o que se busca é terminar com a dor e não, necessariamente, com a vida.
O suicídio é uma emergência existencial, que coloca o sujeito diante de uma crise que vem revestida de sentimentos de ambivalência, rigidez, impulsividade, desesperança, desespero, desamparo, depressão. Segundo BOTEGA (2015), “a crise pode levar ao colapso existencial, acarretando vivências de angustia, desamparo, incapacidade, esgotamento, de falta de perspectiva de solução. Se ela ultrapassa a capacidade pessoal de adaptação, pode aumentar a vulnerabilidade para o suicídio”.
Sabemos que os dois principais fatores de risco para o suicídio são a presença de transtorno mental e a tentativa anterior de suicídio. Sabemos também que o sofrimento mental e o suicídio são tabus na nossa sociedade, sendo muitas vezes ocultados e revestidos de preconceito. Mas deixar de falar sobre eles não significa que eles deixarão de existir.
Então, falar em prevenção do suicídio passa necessariamente por se falar abertamente sobre o tema. Isso abrange também mostrar os meios possíveis de superação da crise. Ela pode ser reelaborada de uma outra perspectiva, com menor nível de sofrimento e com certo nível de ganhos e aprendizagens. A prevenção também passa por conhecer os mitos sobre o suicídio, reconhecer os sintomas e os fatores de risco para o suicídio e em se procurar ajuda e tratamento especializados (equipe de saúde mental e CVV). Costumo dizer que o silêncio e o isolamento só reforçam o sofrimento. Então, se você está sofrendo ou tem alguém que sofre perto de você, não se cale. Procure ajuda.
Para saber mais:
– CVV – telefone 188
– BOTEGA, N.J. Crise Suicida – Avaliação e Manejo. Porto Alegre: Artmed, 2015.
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A vida humana não teria o menor sentido sem a perspectiva da eternidade e no destino da nossa alma.
Isso não é pensar na morte.
Oi, Marcelo.
Exatamente. Independentemente das crenças religiosas e espirituais de cada um, acho que sempre procuramos um sentido para o que a gente faz.
Também procuramos evitar o pensamento da finitude, buscando nos tornarmos "imortais", pois frente à certeza da morte, somos totalmente impotentes.
E é nessa busca constante, que encontramos saidas cotidianas para "eternizar a nossa existência".
Obrigada por sua contribuição.