Refiro, no caso, sobre transitar pelas rodovias federais em nosso Estado de Minas Gerais. Imagino, pelo que leio e ouço, que a BR 381 – no sentido Vitória – seja o nosso maior problema no território mineiro. Porém, existem outros corredores, igualmente ou em situação similar a essa “Rodovia da Morte”, que impõem ao usuário total e completo desdém.
Fiz uma viagem no feriado até Uberaba, num trecho que tem concessão com o consórcio Triunfo Concebra. São quase 500 quilômetros por percurso. Nessa ida, são quatro pedágios, num valor total de R$ 18,80 (4,20 – 4,50 – 4,70 e 5,50). Considerando a volta, pagamos R$ 37,60 ao consórcio.
Fantástico e até confesso que pelo que já vivi no passado, sou favorável aos pedágios nas estradas. Nesta mesma estrada, que transito há décadas, sempre até Araxá (no caso pagando apenas os três primeiros pedágios),já perdi dezenas de pneumáticos, antes da concessão, pelo péssimo estado de conservação das rodovias até tempos recentes. Numa ocasião, acreditem, foram três pneus de uma única vez, o que me obrigou a voltar para casa com carro rebocado e de táxi.
Ruim hoje, pior ainda naquela ocasião. Entretanto, o que se espera da concessionária e da fiscalização é conforto aos motoristas e passageiros durante a viagem. Nada disso, ao que podemos sentir, tem acontecido. Nos postos de pedágio, num feriado e com as estradas completamente lotadas, em todos eles número insuficiente de cancelas de cobrança em funcionamento.
Decorrente disso, enormes filas de veículos se formavam. Permitindo, é claro, que os caminhões – antes, ultrapassados – ficassem à frente de novo pela facilidade da cobrança automática, gerando mais uma fila para superar os veículos de três, quatro ou mais eixos. Os caminhoneiros, por sua vez, não mostravam a menor preocupação em facilitar a ultrapassagem dos veículos leves.
Para piorar, numa viagem deste tamanho, apenas pouco mais de cem quilômetros têm pista dupla. O resto da viagem, em pista de mão dupla, falta a chamada “terceira faixa”, que desafogaria o tráfego. Nos cerca de trinta quilômetros (aqui é chutômetro) da Serra da Saudade, ao que sei, era intenção do consórcio abreviar essa duplicação. Até o momento nada neste sentido, atrasando os motoristas e colocando vidas em risco. Ah! Nos pedágios, uma das cabines, atende à duas mãos. Ou seja, a funcionária atende um veículo indo, depois outro vindo – alternadamente – impondo morosidade aos dois lados do fluxo de veículos.
E a fiscalização? A meu juízo, deveria atuar no sentido de prevenção e orientação dos condutores. Neste segundo caso, como caráter educativo. Por exemplo, concomitante com a concessionária, alertar sobre a nova exigência do uso de faróis nas estradas. Pois, nem a exploradora dos pedágios e tampouco os patrulheiros, se ocupam disso. Seria até simpático ao passar pela cancela, a mocinha alertar “use os faróis”, mas elas ficam de papo – em alguns casos até em acaloradas discussões – com a colega da cabine ao lado. Não lhe sobra, portanto, oportunidade para este gesto.
E os patrulheiros, que igualmente poderiam orientar, optam por ficar debaixo de uma árvore com aparelhos de medição de velocidade e fiscalização de outros itens que podem penalizar ao usuário. Via de regra, numa estratégica e bem escondida posição, flagrão o desavisado e distraído condutor. Afinal, o que é mais importante para a concessionária é a fiscalização ou quem sabe arrecadar para cofres privados e públicos? Ao que parece, a arrecadação é mais valorizada tanto pelo consórcio quanto pelo patrulhamento.
As fotos ilustrativas são do blogueiro e comprova o completo descaso com o usuário. A primeira placa, mostra Belo Horizonte a 51 quilômetros e a segundo a 55 km da capital. O problema é que a distância entre elas é de, aproximadamente, 1500 metros. Vale dizer, estranhamente, que pela sinalização, a distância ao invés de diminuir, aumenta depois de percorrer trecho da estrada. Isso mostra o descaso, tanto da concessionária quanto da Agência Nacional de Transporte Terrestre com o motorista em viagem numa estrada federal.
Eficientes para cobrar e multar, ineficientes para atender e à comodidade do usuário.
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