Pois já se passam alguns dias do início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, e, nem assim, o eleitor demonstra qualquer motivação para este momento tão importante e decisório sobre nosso futuro. A descrença nas instituições, uma total desconfiança sobre os Três Poderes, justificam a apatia que tomou conta dos brasileiros.
O Executivo, nos três níveis, colecionam denúncias que são objeto de centenas de ações. Muitas não prosperam, como no caso do governo federal, pela ação providencial de um Legislativo subserviente ao Poder Central. Por muito menos, foram cassados dois presidentes da República em nossa história recente, mas o atual chefe do Executivo, protegido pela troca de favores com parlamentares, consegue se manter no cargo.
O Judiciário, outrora orgulho nacional, conseguiu em poucos dias mostrar uma faceta que vai na contramão dos interesses das pessoas e privilegia o corporativismo de maneira escancarada. Aumentaram em 16,4% seus próprios salários, que apenas em “auxilio moradia” supera a maioria dos salários brasileiros médios, incluindo os professores. Concomitante a isso, referendaram a terceirização dos contratos de trabalho. Retrocesso histórico e herança do Temer.
Nem pretendo aprofundar em outros casos recentes, como o impedimento da ex-presidente Dilma, que sem discutir o mérito, a tornaria inelegível. Tampouco a impugnação da candidatura Lula, que depois de rejeitada – numa decisão de minutos –, o próprio TSE permitiu a continuidade da propaganda partidária até que se faça a substituição do candidato. No mínimo estranhas as decisões. Parece bate a assopra.
Em outra trincheira, ao que percebo, duas candidaturas conservadoras brigam por espaço entre os eleitores com este perfil. Bolsonaro, com seu jeito truculento, e Amoedo, que se apresenta com uma suspeita docilidade. Entre pessoas que conheço e tenho algum tipo de convivência, curiosamente, são as mesmas que trinta anos atrás – no já distante 1989 – saíram às ruas eufóricas com um candidato “colorido”. Deu no que deu!
Sobre o ex-militar, até onde sei expulso da corporação, pouco se tem a dizer. Até em razão de ele ter se aproveitado dos tempos recentes e mostrado seu estilo pouco afável, sobretudo em relação às mulheres, homossexuais e negros. Tem quem goste deste estilo, só me resta respeitar, embora não concorde. Já Amoedo, com aquele discurso aparentemente “novo” e que veio para fazer diferente, esse sim merece melhor atenção.
Afinal o que o “Novo” representa? Tem quem diz que é o PSDB personnalité. Até memes de um tucaninho alaranjado tem circulado. Sua pregação é conservadora, travestida de modernidade, e o que se extrai é – exclusivamente – a defesa do capital em detrimento dos reais interesses de povo. Critica, por exemplo, 300 bilhões anuais de benefícios sociais (incluindo a previdência, bolsa família e outros benefícios), mas omite sobre os 400 bilhões de juros para o sistema financeiro. Representando o sistema financeiro, ao que parece, entende que privilegiar meia dúzia de banqueiros é mais importante que matar a fome de milhões de pessoas pelo Brasil.
Amoedo se vangloria e usa, sem pudor, que abriu mão do financiamento público de campanha. É fácil entender. Pelos critérios, que leva em conta a representação partidária pelo TSE, caberia ao “Novo” R$ 980 mil contra – por exemplo – R$ 234 milhões de legendas já constituídas ao longo dos tempos e que possuem representação no Congresso.
O valor devido ao Novo é menor que o limite de gastos de um candidato a deputado estadual. Não é pelo pudor pretendido e sim pelo valor legal a receber. Em termos de marketing, esse anúncio é muito mais valioso que o montante a receber. Entre outras novidades que o Novo propõe. Cuidado!
A conta dos patrocinadores da intervenção recente já chegou e tem sido cara ao povo brasileiro. Pode ser ainda muito mais.
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Bom dia Eduardo.
Sempre acompanho o blog Canto do Galo e as vezes posto minha opinião, hoje fiquei curioso em saber a sua posição Politica, porque eleição é posição, uma vez que podemos muda-la a partir do nosso ponto de vista, do momento que vive o Pais assim como as opções dos candidatos. Diferentemente do nosso Galo, que não é posição e sim paixão de verdade independente dos jogadores, diretores e presidente que estão no comando, sempre iremos apoia-lo.
Nesse caso ainda não ficou bem claro pra mim e gostaria se possível te fazer 2 perguntas.
Você já foi candidato ou é filiado a algum partido?
Na sua opinião qual seria o melhor caminho, principalmente para nos Mineiro?
Obrigado pelo espaço!!
Fui vereador, antes de completar 25 anos, na minha Araxá. Entrei sonhando e iludido que contribuiria às mudanças que imaginava necessárias à democracia e justiça social. Quebrei a cara e foi um único mandato. Depois até tentei em BH, sem sucesso.
Quero acreditar que ainda vamos encontrar um líder que realmente pense no coletivo. Entre os nomes, lá e cá, confesso ter dificuldade em apontar algum. Darei meu voto solitário e silencioso naqueles que julgo mais se aproximar desta utopia.
Em tempo: não me desfiliei por total desinteresse, portanto, permaneço naquele partido que nos anos de chumbo simbolizava resistência. Hoje, diferente, está entre os mais nefastos entre tantas legendas promíscuas que existem no Brasil.
Obrigado Eduardo pelo retorno e atenção, também busco isso com meu voto e sonho com um Pais melhor, mais unido onde o politico esteja realmente preocupado em fazer o bem para o povo. infelizmente hoje é muito interesse pessoal e partidário, espero que o tempo encarregue de fazer as mudanças necessárias e que o povo aprenda a força que tem no voto. Sei que todos os partidos tem pessoas boas e capacitadas, cada um com sua ideologia, porém infelizmente com essa divisão que vivemos hoje fica difícil algum candidato ter força para governar. Infelizmente para ter a maioria vende se a alma e acaba naquele ciclo vicioso que tanto temos acompanhando.
Espero mudança para nosso Pais, seja de partido, de pessoas ou simplesmente de atitude desde que o bem estar do povo esteja em evidencia.
Obrigado pela resenha, vamos torcer para que o melhor aconteça sempre...