O título acima já foi tema de livro e de belas canções. Nos escritos deixados por Samuel Wainer, numa autobiografia, ele descreve episódios marcantes da vida nacional. Em composições e na voz de Melissa e Ara Ketu, tornam-se melodias românticas que embalam corações apaixonados. Todos nós, em passagem por esta vida, temos cá nossa razão e busca do que viemos viver.
Gente é feita para ser feliz. E fazemos nossas escolhas. Evidente que a maioria busca opções que lhes façam feliz. Um ou outro caso isolado, que merece a atenção freudiana, opta por situação diferente. Para ele próprio ou, lamentavelmente, para importunar aqueles que estão de bem com a vida.
E, nestes tempos modernos, surgiu a ferramenta adequada aos infelizes que insistem em querer contaminar aos que estão vivendo em paz. As redes sociais, ambiente comum, expõem e incomodam. Fossem apenas questões mais leves, como seu time de futebol e opção religiosa, seria passível de uma boa prosa. Entretanto, notadamente pelos tempos recentes no Brasil, a questão política tomou contornos que diria até inaceitáveis. Vale para as duas pontas.
Evito, na medida do possível, expor o que penso. Embora provocado frequentemente por gente que pensa diferente. Recolho-me à insignificância do meu modesto e solitário voto, sequer sugiro esse candidato ou partido à minha filha, mas algozes da “moralidade” – sempre os mesmos – sistematicamente invadem a privacidade que as redes sociais não conseguem impedir.
Já quis abandonar todas desde face, whatsapp, instagram, twitter, mas ainda – por questão profissional – tenho de me sujeitar a este tipo de contragosto. Interessante, vejo sempre postagens que não concordo de pessoas que me são (ou deveriam ser) muito queridas, mas jamais entro nessa “privacidade” para bater de frente.
Dias atrás, um “amigo?”, que na verdade pouco conheço, entrou no meu espaço para desejar minha “morte”, ao argumento de que eu seria aquilo que nunca disse ser, mas que ele – no alto da sua “sabedoria”, assim entendia sobre minha pessoa. Loucos! Eu ou o mundo! Jamais conversei com o incauto, que como eu, um já quase “ancião”, a respeito do tema sugerido. Até então havíamos falado tão e somente sobre o nosso time do coração. Vai entender!
Fosse apenas isso, mas esse desconforto se espalha sobretudo em grupos formados. Via de regra, quando são criados, tem como pano de fundo da família, trabalho, vizinhança, entre outras afinidades existentes. Servem, rapidamente, para se transformar num instrumento de provocação. Aí sim entra religião (como tem fanático…), futebol (que é uma paixão desmedida, nenhum provocador aguenta a provocação que ele próprio dá origem) e – notadamente – política. Essa última então merece destaque.
Tem gente que ao invés de desejar o melhor para suas vidas e o país, opta por escolhas fanáticas contra este ou aquele candidato, grupos, partidos ou o que for e solta uma descarga de ódio no contraditório. A maioria, insisto que é a maioria, sem observar se a provocação feita ao seu “amigo” é procedente ou não. Ao que vejo quase todas são fakes e são distribuídos, sem qualquer constrangimento, com a intenção de causar provocação.
Ah! Quando minha aposentadoria chegar e ela já até abriu a porta, me verei livre disso tudo. Afinal, minha razão de viver é uma única. “Não quero ter razão, quero ser feliz!” Obrigado, Ferreira Gullar.
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