Qual de nós ainda não passou por sufoco e até mesmo por situação de confronto com motoqueiros pelas ruas da cidade, especialmente nas avenidas de grade fluxo? Nada contra quem anda sobre duas rodas, até aprecio e acho uma arte conseguir se equilibrar em cima daquela máquina e, em consequência disso, ganhar tempo em relação aos que andam de ônibus e carros.
Acontece que muitos deles são bastante imprudentes e colocam em risco bens materiais e vidas – notadamente às suas próprias. Diariamente – os números são alarmantes -, nos deparamos com condutores de motocicletas acidentados pelas vias publicas de Belo Horizonte. Triste realidade. Responsabilidade da inobservância, principalmente deles, de regras básicas à boa conduta do meio de transporte urbano.
Eu mesmo já tive carro arranhando nas laterais, algumas vezes, pela ultrapassagem perigosa e arriscada de motociclistas. Percebem o dano que causaram e sequer se abalam com o prejuízo do outro. Via de regra, seguem em frente, sendo que alguns ainda costumam gesticular em provocação ao proprietário que causaram prejuízo.
E nas avenidas de grande circulação é comum vir àquela fila de motos, com buzinas, que vem se tornando irritantes, em meio aos veículos, deixando os motoristas em pânico. De segunda à sexta esse cenário é comum na Antônio Carlos, Cristiano Machado, Raja Gabaglia, Afonso Pena, Contorno e por onde tem grande fluxo de veículos nos horários de pico.
Entendem, não sei de onde nasceu essa cultura, que as faixas que separam as pistas de rolamento e alerta sonoro (buzinação) lhes são lícitos e avançam. Não raro também se tornou prática agressiva, como disse acima, mas com o agravante de chutar o carro e/ou ainda bater com o capacete nas portas dos carros. E, lamentavelmente, impunes. A fiscalização, tão eficiente em outras situações, demonstra total ineficácia para coibir esses abusos, que colocam em risco e pânico quem circula pelas vias públicas.
Tivesse a BHTrans maior preocupação com as vidas e o patrimônio do usuário, seguramente essa realidade já estaria revertida ou até mesmo em números menos preocupantes. Essa “permissibilidade” e “impunidade” transformaram as faixas divisórias de pista em local de livre trânsito aos motociclistas. Para mudar essa triste realidade, apenas com ação efetiva de fiscalização (aí sim, aplicando multas e apreensão de motos), reeducando seus condutores a dividir o espaço com carros, ônibus e pedestres. Sim, até os pedestres são vitimas, ao passar entre os veículos e serem surpreendidos por um lunático motoqueiro nessa faixa divisória.
Enfim, o que os condutores de moto e – evidentemente – a fiscalização de trânsito deveriam se ater é que as regras são comuns a motoristas e motociclistas. Vale dizer, preservar a distância de segurança – seja lateral ou frontal – dos outro usuário. Não dirigir, vale a ambos, ameaçando pedestres. Ultrapassagem sempre pela esquerda, obedecendo às regras e sinalização, entre tantas outras recomendações legais e até mesmo de bom senso.
Fechando, caros, a frase que se notabiliza por um trânsito melhor. “No trânsito, somos todos pedestres”. Se todos se conscientizassem disso, certamente os números alarmantes de acidentes, seriam reduzidos e muitas vidas seriam preservadas. Como consequência disso, menos dor por acidentes e até de vitimas de pessoas que nos são tão caras na vida.
Em tempo: Nem fiz referência aos “incautos” usuários deste meio de transporte, que, descaradamente, estacionam suas motos entre carros na zona azul. Tendo local para uso exclusivo de motos, não se intimidam em bloquear a área de manobra para carros com uso obrigatório de talão para estacionamento.
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