Estamos a menos de 50 dias das eleições. No primeiro turno serão eleitas as representações no Congresso, sendo toda a Câmara dos Deputados e dois terços do Senado, além das Assembleias Legislativas. Ao lado disso, também serão escolhidos os governadores dos Estados e o Presidente da República. Nestes dois casos, não havendo mais da metade dos votos válidos para determinado candidato, acontece um segundo turno entre os dois mais votados. Nesta hipótese, três semanas após a primeira votação.
Já tivemos dois debates entre os presidenciáveis e um para o governo do Estado. Confesso que vi parte do debate ao governo de Minas e sobre a presidencial ainda não tive vontade ou motivação em ouvir os candidatos. Sou caso isolado, ou seria, não fosse constatar em conversas e com gente que sempre acompanha o processo eleitoral, uma total desilusão com o momento que vivemos.
No único debate que vi, reitero que parte dele considerei terrível e até um tanto deprimente. Eram seis candidatos, pois os demais, pela legislação eleitoral, nem participam do momento tal a insignificância de suas legendas partidárias. Uma pena, pois seria uma boa oportunidade para saber se trariam alguma novidade ou apenas um café requentado de partidos que já pertenceram no passado.
Neste debate, entre os três candidatos considerados nanicos, dois deles tiveram desempenho razoável: os professores João Batista dos Mares Guia e Dirlene Marques. O primeiro, candidato pela REDE, perdeu tempo sistematicamente por se prolixo e não conseguiu concluir seu raciocínio algumas vezes. Já Dirlene Marques, candidata pelo PSOL, se destacou. A verdade é que ambos são meros panos de fundo e sequer ameaçam chegar ao segundo turno.
O outro, Claudiney Dulim, do insignificante AVANTE, apelou para a chantagem emocional do menino de periferia que está se candidatando a governador. Não comoveu.
Entre os três principais, sendo que Márcio Lacerda –do PSB – ainda depende de decisão dos Tribunais para levar sua candidatura a efeito, nada de especial.
Lacerda, fiel da balança para um eventual segundo turno, uma vez que os outros dois se distanciam e tendem a se credenciar para um novo embate, centrou criticas aos dois governos anteriores.
Exatamente dos seus concorrentes, Antônio Anastásia e Fernando Pimentel, diga-se aliados de Lacerda para que ele chegasse à Prefeitura de Belo Horizonte em 2008. Amigos ontem e hoje se gladiando. Existem imagens dos três no mesmo palanque.
As duas estrelas que têm chance de segundo turno foram decepcionantes, até mesmo para partidários de ambos. Ouvi muito petista insatisfeito com a postura de Pimentel e tucano criticando o desempenho de Anastásia. Isso só já me sugere que ambos perderam no debate.
Ao que pude ver, Pimentel insistia na “herança maldita dos tucanos” e em outra hora “Aécio, Anastásia e Temer”, sem, contudo explicar e convencer cobranças como parcelamento da folha de pagamento do funcionalismo e repasse dos recursos devidos aos municípios.
De seu lado, Anastásia, não conseguiu explicar e se desvencilhar da responsabilidade da crise que vive o Estado de Minas Gerais, preferindo atribuir o fato a efeitos de crises nacionais e internacionais.
Enquanto isso, durante o debate – ainda assim muito superficialmente – foi tratado o problema sério da duplicação das nossas estradas. Por Minas Gerais, circula quase toda a produção nacional, sem que o governo federal se atente a resolver a questão. O metrô de Belo Horizonte sequer foi mencionado. Quem vai ao Rio, São Paulo e até a Recife morre de inveja. Nem me refiro a outros países. O nosso é nada perto dos demais.
A última vez que o metrô foi debatido em campanha, foi na reeleição do prefeito Márcio Lacerda, quando a Prefeitura – numa escancarada manobra eleitoreira – colocou barraquinhas nas principais praças de Belo Horizonte, sugerindo que as obras estavam por iniciar. Tinha nas praças Sete, Tiradentes, Savassi e outras. Enfim, foi um debate pobre de propostas entre os principais candidatos. Os outros são os outros e só.
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No debate dos presidenciáveis, confesso, não vi ninguém com propostas e soluções.
O blablablá de sempre, todos no passado já fizeram. Mas... soluções, nenhuma.
O que vi, foi ataque e ofensas, para tentar tirar voto do adversário, o que caracteriza
interesse próprio.