Refiro-me a modos e costumes, que aprendi desde a minha infância, já distante dos dias atuais. É uma série de situações que me deixam constrangido, quando na verdade – ao modo com que fui criado – a vergonha deveria ser da outra pessoa. Sei lá, os tempos modernos são tão velozes, que admitamos que esses conceitos tenham mudado.
Vamos lá. Entre tantas situações de desconforto, passo a elencar algumas que tenho convivido. Ao necessitar sair do elevador, sistematicamente, tenho encontrado dificuldade. Pessoas, especialmente jovens, não conseguem esperar minha saída e entram no espaço interno rapidamente. Ora, a dificuldade para sair aumenta, pois além da impaciência em esperar liberar a área, ainda se postam à minha frente, dificultando minha retirada do compartimento. Ceder lugar, então…
Sou de um tempo em que meus pais me ensinaram a ter respeito pelos mais velhos, via de regra, até pedir “benção” a tios, padrinhos, avós e outras pessoas do convívio familiar e vizinhança. Na minha escola primária, nem sei qual é o nome atual, rezávamos e cantávamos hinos em louvor à pátria com assiduidade. Atualmente, percebo muitos jovens que sequer sabem o hino nacional; nem menciono os demais, como da bandeira, da República e outros.
Ficando apenas na questão da fidalguia, cortesia, urbanidade e afins, todos nós percebemos maneiras grotescas que as pessoas se tratam. Independente da posição social, crença ou qualquer outro tipo, assistimos a uma total falta de consideração e respeito com aqueles que compartilham do mesmo espaço.
Aprendi, por exemplo, a dizer “obrigado”; voltar a cadeira que usei à posição original por debaixo da mesa; dar preferência de passagem – mesmo estando na direção de veículo – às pessoas que cruzam pelo meu caminho. Foram inúmeras lições de delicadeza aprendidas em casa e nas escolas da ocasião. Públicas, diga-se!
Atualmente, faço academia num dos clubes mais tradicionais de Belo Horizonte. O espaço, em determinados horários, parece ser insuficiente para a demanda. Ainda assim, a boa convivência permite congregar a necessidade física até com lazer, pelas boas prosas que esse período proporciona. Porém, nem tudo é do jeito que a gente quer.
Eventualmente acontece de pessoas se apoderarem, por exemplo, de dois aparelhos, atrasando quem necessita utilizar um deles. Sorrateiramente colocam uma toalha ou algum objeto como se marcasse o lugar à sua espera. Aprendi a conviver com a situação, embora entenda como um egoísmo inexplicável.
Tudo bem, até que nessa semana a paciência chegou ao limite. Uma moça, ao que soube geneticamente ligada à tradição e história do clube (família sempre na diretoria), ao mesmo tempo em que pelo celular assentada num dos aparelhos resolvia questão de seu trabalho, ainda extrapolou na “reserva” de outra peça da musculação.
Acreditem, a moça retirou do aparelho uma peça chamada “mosquetão” (que liga a argola ao objeto da musculação), impedindo seu uso. Assim que terminou de ocupar o aparelho anterior, voltou com a peça “amoitada” até que ela terminasse de resolver suas questões pessoais, particulares e/ou profissionais, em detrimento dos demais usuários do mesmo espaço fitness.
Gente assim, que não percebe o semelhante e enxerga tão e somente o seu próprio umbigo, são os responsáveis por grande parte desse jeito egoísta de se viver na modernidade. Uma pena!
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Muito bom o texto. Triste realidade de uma sociedade moderna.