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Empresa para pensar o trânsito ou fazer receita aos cofres municipais?

Imagem: arquivo pessoal

 

Trato hoje sobre a BHTrans. Quando me mudei para Belo Horizonte, ainda na década de setenta, tínhamos aqui a gestão do transporte da Região Metropolitana de Belo Horizonte a cargo da Metrobel. Foi uma fase interessante e das mais inteligentes que já existiram em Belo Horizonte. A Metrobel foi extinta posteriormente, na constituição estadual de 1989, quando houve a transferência desta gestão aos municípios.

Criada para gerir e propor alterações no tráfego, visando segurança e conforto do cidadão, seja pedestre ou motorista, a BHTrans vem se notabilizando como deficiente para a finalidade e se transformando numa importante fonte de receita para os cofres da capital. Quando se fala no nome da empresa, a primeira ideia que vem à cabeça do cidadão é multa.

Aliado a isso, assistimos diariamente à falta de ação da guarda municipal para ajudar a desembolar o trânsito de Belo Horizonte. A começar pelos cruzamentos em horários de pico, onde a atuação de um agente facilitaria para desafogar. Exemplos do desserviço dariam páginas e páginas da ineficácia da empresa.

 

Imagem: arquivo pessoal

 

Temos locais onde existem duas placas dando conta do início de área de estacionamento proibido. Darei um exemplo onde habitualmente passo. No conhecido condomínio “Clube dos Caçadores”, precisamente na Rua Roberto Alvarenga de Paula – próximo ao número 85 –, existem duas placas de início de estacionamento proibido. Afinal, qual das duas vale (?), considerando ainda que a primeira delas está encoberta por uma árvore. O local se transformou em atrativo para a guarda municipal aplicar multas e gerar receitas ao município.

Na região do Pátio Savassi, tenho observado o desrespeito às vagas destinadas aos idosos, já que recentemente passei a fazer parte deste grupo. Uma delas na Rua Lavras e duas outras na Rua Orange. Constantemente estão ocupadas por veículos sem o cartão de prioridade e qualquer ação policial que fiscalize. E até moto, como pode ser observado na foto acima. Aí, sim, seria objeto de aplicação de multas.

Imagem: arquivo pessoal

Bem perto da minha casa, numa rua de mão única denominada Chefe Pereira, recentemente o serviço de trânsito pintou faixa no chão para alertar ao motorista que deveria respeitar o “PARE”. Perfeito, não fosse a pintura na contramão. Felizmente as recentes chuvas apagaram a borrada, mas a foto do registro não tem água que anule. Haja inteligência!

São inúmeras aberrações. Se o motorista e mesmo o pedestre ficar atento, poderá perceber e anotar diversas agressões ao bom senso por parte da BHTrans. Até aquele carnê de estacionamento, num período recente, veio com problema de confecção. O usuário comprava o talão e tinha quase que rasgar a folha para conseguir raspar e registrar data e horário de sua utilização.

Essas poucas considerações, aliadas a milhares de outras que temos conhecimento, seguramente justificam a intenção que passou tempos atrás de a BHTrans adquirir desfibriladores. Não soube se a ideia prosperou, pois teve resistência interna, mas, se concretizado, necessitaria de um aparelho a cada quarteirão da capital. Afinal, a empresa está diretamente relacionada à raiva do usuário, princípio básico para que um ataque de nervos aconteça.

Blogueiro

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  • Beleza, Dudu. Continue com suas críticas construtivas. É bom para quem é criticado, é bom para quem ainda não se deu conta do problema que gerou a crítica. Abs.

  • Parabéns Eduardo!
    Deu saudade do tempo em que os PMs chegavam com suas motos e resolviam em poucos minutos os engarrafamentos.

    • Bons tempos aqueles,sob sol ou chuva forte lá estavam os militares cumprindo o seu dever.

  • Caro Eduardo, bom dia!
    Ótimo tema abordado. Espero que as autoridades debrucem sobre o tema e que trabalhem visando soluções para a população.
    Afinal, todos contribuem com impostos e lamentavelmente na maioria dos casos, os recursos vão para o ralo.
    Acorda Kalil!

  • E a Rua Montes Claros com ônibus ?, mão e contra mão, verdadeiro absurdo!
    Liguei de dentro do ônibus (varias vezes para o nº do telefone afixado dentro do ônibus para sugestões da BHTTRANS )e não fui atendido !
    Faça o teste !
    Parabéns
    Abs

    • À primeira cabe fiscalizar, já à outra orientar. Ambas deveriam trabalhar em harmonia pelo conforto do cidadão. Jamais priorizando multar e punir para fazer receita ao erário público. Caberia ao guarda mubicipal, por exemplo, orientar para impedir que o motorista feche um cruzamento.
      O guarda municipal multa e a BHTrans gerencia o recebimento a ser repassado ao tesouro municipal. Se gerencia, saudável seria gerir bem, o que não faz.
      Nem entrei noutra celeuma mais interessante. Ainda!

      • "Jamais priorizando multar..." seria ótimo se muita gente não priorizasse a infração de trânsito! A indústria da multa, como muitos afirmam por aí, nada mais faz que seguir a indústria de infrações. O blogueiro mesmo deu alguns exemplos. Multa não é imposto. Paga quem quer!

  • Muito boa a critica. Acrescente-se aos seus comentários, a ineficiência da sincronização dos semáforos, que lembrando Chico Anísio, "a sincronização de semáforos de BH é perfeita. Abre um, fecha o próximo".

    • Se o pedestre fosse esperar a educação do condutor, nunca atravessaria uma rua de BH! o semáforo faz o papel que a educação não deu conta!

  • A bhtrans é o retrato da ineficiência do Estado brasileiro. Entra prefeito sai prefeito e nada muda. Muito pelo contrário: cada dia o trânsito piora mais. Socorro Kalil!!!!!!

  • BH TRANS, serve para financiar campanhas politicas, o Kaliu ficou de mexer na caixa preta da Bhtrans e ficou quieto, sei lá o que aconteceu.

  • Parabéns Eduardo, bela explanação. Voce foi perfeito. A empresa mais incompetente que conheço. Só faz besteira.

  • Oi Eduardo.Confesso que li seu primeiro post em atenção ao meu carinho por você . Fui surpreendida por um texto gostoso, irônico, atual. Parabéns !Daí fiquei esperando o novo assunto. Bom lembrar que não te leio no outro blog, pois meu coração é azul! Sobre esta obscura relação BHTrans, guarda municipal e trânsito, um ponto importante refere-se às vagas pra portadores de necessidades especiais que estão sempre ocupadas por outros que vão ao cinema, teatro ou shopping! Basta olhar em frente ao numero 300 na rua dos Goitacazes! Acessibilidade também nenhuma! Ao Mineirão é praticamente impossível chegar! Escreve aí.

    • Não entendi. Você critica a BHTRANS de ser ineficaz (ou será ineficiente?) e logo em seguida dá exemplos que exigiriam a presença e atuação (fiscalização enérgica, né?) da mesma. Sério, o que você acha que se deve fazer com condutores que ocupam, sem o devido direito, vagas reservadas a portadores de deficiência? Orientação??!!! Um tapinho nas costas, talvez?! Incoerência é um dos piores defeitos do ser humano!

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