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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

E agora, Galão da Massa, e esse Coronavírus?

Seguindo a proposta de trazer o leitor/comentarista a mostrar a sua cara, hoje é a vez do amiGalo Ernest Soares. Bom-Despachense de nascimento se tornou uberabense de coração, tendo passado pela minha Araxá – quando o conheci – no comando da Polícia Militar.

Sem alongar, um fato não posso deixar de mencionar. Foi dele, meu amigo Nenete, a sugestão de eternizar a camisa 12 em homenagem ao Torcedor Atleticano. Como fui o mensageiro da ideia, tem quem me credite essa homenagem.

Na verdade, no dia que levei a proposta ao então presidente do Galo, em ato contínuo – aí sim foi minha – sugeri que naquela última partida pela série B, o Galo utilizasse o telão para a torcida sem ingresso no Horto.

Fomos os primeiros a lotar duas arenas numa mesma partida. Então, todos os méritos da eternização da camisa 12 ao amiGalo Ernest que segue daqui pra frente. A palavra é sua.

* Ernest Soares

Meu caro Eduardo de Ávila, bom dia!!!

Um fraternal abraço a todos deste Canto do Galo!!!

Eduardo, que “responsa”, guru, você me jogou! Muita honra em cumprir seu chamado, embora, sinceramente, não me sinta a altura da missão. Mas segue o jogo.

Em tempos de pandemia declarada pelo Coronavírus, cabem três perguntas futebolísticas ao Galão da Massa:

  1. a) Quando a bola voltará a rolar no Atlético?
  2. b) Quais os principais impactos da COVID 19 na administração e no futebol do CAM?
  3. c) Com esse time dá para conquistar o Brasileirão 2020?

Sobre a primeira, é preciso admitir que muitas são as incógnitas decorrentes das variáveis incontroláveis desse temido e invisível inimigo.

Hoje as incertezas são tantas e o medo tão grande e generalizado que qualquer prognóstico pode ser jogado na lata de lixo no dia seguinte pela mudança brusca da situação a cada dia.

O vice-presidente do Atlético, Lásaro Cândido, em razão disso, acredita que o futebol só voltará à normalidade em julho.

Desde 1º de abril os jogadores estão de férias e depois disso será preciso nova pré-temporada para recondicionamento físico e técnico dos atletas. Só isso deve consumir quase um mês e meio pela frente.

Nas projeções de pesquisadores da área médica (UFMG) o pico do COVID-19 no Brasil deve se dar no final de abril e início de maio, quando a estrutura brasileira na área da saúde poderá conviver com o colapso logístico decorrente de falta de leitos e de respiradores mecânicos.

Em um cenário mais otimista, o Ministério da Saúde estima que o número de mortes no Brasil não passará de cem mil óbitos, isso se a letalidade cair de 3,5% para 0,1% em um índice semelhante ao que ocorreu na China, considerando dados chineses corretos.

Para um mundo que parecia muito próspero em 2020, quase 100 mil mortes não previstas somente para o Brasil é mesmo coisa para se provocar o pânico. Não é para menos.

O certo é que quando o futebol estiver com os jogadores prontos para reinício das competições, a crise decorrente do Corona poderá estar coincidentemente no seu ápice no Brasil.

Portanto, é ainda muito prematura a definição de uma data ou período no qual veremos de novo a bola rolar pelo Galão da Massa.

Por isso a previsão do vice-presidente do CAM, Lásaro Cândido, de bola rolando somente em julho, é factível diante das circunstâncias e de tantas incertezas.

Segundo ainda o vice-presidente, em um cenário mais otimista, o futebol no Atlético poderá voltar em junho ou daqui no mínimo 60 dias.

Sobre a segunda pergunta (quais os principais impactos do Coronavírus no Atlético?) podemos antever uma perda brutal nas receitas como o maior e mais preocupante dos problemas.

É muito plausível que o retorno do futebol aconteça em jogos com portões fechados para a proteção dos Torcedores e da própria sociedade que ainda está muito vulnerável ante a situação.

A queda na arrecadação de ingressos e bilheteria poderá ser muito significativa, além do programa sócio torcedor que poderá conviver com uma debandada generalizada pela crise econômica de recessão, segundo preveem analistas econômicos de todo o mundo.

Com o caixa do Clube combalido dentro de uma realidade anterior gravíssima (CAM no G4 dos clubes mais endividados no Brasil), o ano financeiro do Atlético será de pindaíba e de vacas magras.

Acertada então foi a decisão do presidente do Atlético, Sette Câmara, de concitar uma redução salarial de 25% dos jogadores, comissão técnica e dirigentes remunerados, enquanto perdurar o efeito da pandemia.

A medida foi correta pelo momento singular e de excepcionalidade que impõe ao CAM a adoção de ações limites para enfrentamento da situação diante da redução aguda das receitas do Clube.

E, para terminar, a terceira e última pergunta: com esse time que está aí veremos o Atlético, afinal, campeão do Brasileirão 2020?

Sinceramente, aqui retiro a pergunta em recuo da vontade diante da gravidade da situação mundial na qual vidas estão sendo perdidas e pessoas estão atemorizadas pelo porvir.

A propósito cabe aqui, por isso mesmo, a lembrança de uma frase antiga iídiche (língua germânica) que traz um alerta para momentos de arrogância do ser humano: “o homem planeja e DEUS dá uma risada“.

Não é hora de pensar ou exigir títulos no Atlético, por mais que sejamos exigentes aqui no Canto do Galo.

A hora é de respeito com a vida, com o próximo e com a sociedade, para que o foco de todos seja o mais assertivo possível a fim de que possamos todos alcançar o livramento dessa doença que chegou com peso de peste apocalíptica.

Cuidemo-nos todos com responsabilidade, serenidade e calma…

Viva a vida que é bela!!!

Amém, Amém e Amém!!!

E viva o Galão da Massa!!!

* fotos: 1)arquivo pessoal; 2 e 3) Bruno Cantini/Atlético

 

11 thoughts to “E agora, Galão da Massa, e esse Coronavírus?”

  1. Se depois dessa pandemia a humanidade não se mostrar melhor do que vinha sendo até tempos atrás, então, não teremos aprendido nada da vida e muito menos a lição que ela impõe ao Planeta. O universo cobra caro, muito caro; por enquanto são só números,vamos ver qual será o comportamento quando começarem a aparecer nomes.
    Você dá seu preço; a vida cobra!
    Quanto ao CAM não sabemos o que o futuro nos reserva,mas podemos escolher olhar p frente com otimismo. Fiquem bem! SAN

  2. Bom dia,

    Excelente texto, o Amigalo Ernest Soares deveria nos presentear mais vezes com seus post.
    Pergunto aos Amigalos, será que não seria o caso do Galo lançar novas ações no mercado para obter renda.
    Tivemos o lançamento do novo Galo na Veia, se o Atleticano enxergar que neste momento é uma forma de ajudar ao CAM a passar por esta fase, poderia sim, aqueles que continuam com sua renda normal, associar ao Galo na Veia.
    Eu pessoalmente sou sócio desde o início apenas com este intuito, ao longo destes anos só utilizei duas vezes para assistir jogos em Minas (Colón e o Clássico) e como não existe acordo entre os clubes, não obtenho vantagens quando assisto jogo em Santos ou São Paulo.
    O lançamento da camisa de 2020 também poderia ser uma saída, sei que a venda não seria normal como em campeonato em andamento, mas, neste momento é produzir o que poderia vender, neste caso também sou sincero que além de me sentir muito bem com o manto, compro também por outros dois motivos, ajudar ao CAM e dar continuidade a minha coleção que hoje já está em 45 camisas e tem ainda muito espaço para outras, compro 3 por ano, a número 1,2 as vezes a três ou uma de treino ou passeio, dependendo da mais bonita.
    Espero que todos passem por esta onda do COVID 19 sem nenhuma perda, que possam retomar a vida normal no mesmo ponto que está neste momento.
    Boa semana a todos!

  3. Bom dia a todos atleticanos que como eu estamos sofrendo sem jogos do nosso glorioso ficar sem poder sair de casa já esta sendo uma luta agora ficar em casa sem jogos do nosso time grandioso é pior ainda, mas hj estaremos sendo brindado com o jogão da semifinal da Copa do Brasil, Galooooooooo 4×1 Flamerda. Lembro muito bem desse jogo estava no sitio de um amigo meu em Diamantina e quando o galo tomou o gol ele atleticano que é ficou revoltado e foi dormi agora eu fanático pelo nosso time e teimoso que sou fiquei até o fim e fomos agraciado com a bela vitória e consequentemente classificação para a final

  4. Bom dia, massa atleticana! Em tempos de coronavírus não podemos esperar que somente o Estado, em todas as instâncias faça tudo, embora esperamos que faça o máximo. Contudo, são tempos de SOLIDARIEDADE entre as pessoas, sobretudo. Posso estar desinformado (espero que sim), mas não vi até agora gestos de contribuição solidária realizado por jogadores de futebol dos clubes mineiros. São profissionais muito bem remunerados, especialmente os do GALO e alguns do rival. Custa a eles retribuir o carinho que recebem das torcidas, doando um pouquinho dos milhões que ganham? Grande parte das torcidas são compostas de profissionais informais e desempregados, todos hoje passando por absoluta necessidade. O que esses caras estão fazendo para minimizar e retribuir um mínimo que seja desse sofrimento? É hora dos jogadores privilegiados de futebol serem solidários, aliás grade parte deles veio das camadas mais pobres e não podem e não devem dar as costas para seus irmãos.

  5. bom dia Eduardo e massa. grande texto Ernest soares. infelizmente este vírus veio parar o mundo. como dizia o grande Raul Seixas o dia que a terra parou. mas já isto vai passar e voltamos a assistir e ver nosso galo de volta. amigalos se cuidam. vai galooo.

  6. Bom dia, Eduardo, Domingos Sávio e Massa!
    Concordo com o que você disse, especialmente sobre Patric. Me recordo muito bem dele mandando a torcida calar a boca como se ele fosse o Messi.
    Acho engraçado é que muita gente que nunca ousou defender o péssimo jogador que esse sujeito sempre foi, agora aparecem querendo colocar esse cara como um herói, alguém que “honrou” a camisa do Galo. Hora, faça-me o favor! Pra honrar essa camisa tem é que jogar muita bola e não ficar fazendo carinha de bom moço. Esse cara enganou e consequentemente explorou os cofres atleticanos por incríveis quase 10 anos. Acho um absurdo, além disso, alguém agora querer dar lição de moral em “agradecimento” ao “comprometimento” desse maléfico jogador (não estou falando da pessoa mas do JOGADOR(?)).

  7. Bom día a todos os atleticanos e atleticanas de TODOS os matizes!
    Bom dia Soares! Belo texto! Sabia citação iídiche!
    De tudo que você abordou, lembrei-me de um pensamento de Ésquilo: a recompensa do sofrimento é a experiência ”
    TORCER sempre sem nunca PERDER a capacidade de julgar!

  8. Bom dia Eduardo, atleticanas e atleticanos que como eu já não sabem mais o que fazer para parar de não fazer nada.

    Bom dia ERNEST SOARES. Ótimo texto. Civilidade, humanismo e atleticanidade andam juntos.

    Confinado, ontem inventei de fazer alguma coisa para provar que ainda estou vivo. E como o meu pai dizia, a pior coisa de procurar o que fazer é que a gente acaba achando.

    Pois bem, achei e fui fazer. Fiquei o dia inteiro envolvido em afazeres que nada têm a ver comigo.

    E quando tive uma folga já era noite e ao abrir a página do blog tive a maior surpresa. NENHUM COMENTÁRIO POSTADO ATÉ ÀS 18:40. Achei que o mundo tinha acabado e não me avisaram. Então postei um mostrando a minha surpresa e o blogueiro respondeu com outros sete. Ufa! “Está tudo como dantes no quartel de Abrantes.”

    Li o artigo do guru blogueiro e lembrei que minha sobrinha que morou em Londres alguns anos me disse numa conversa informal, há algum tempo, que fora com uma amiga em uma igreja de um pastor brasileiro. Lá, após o culto, conversou com ele e a esposa e para sua surpresa ficou sabendo que o pastor era ex jogador do Galo. Na época o assunto, embora interessante, não rendeu muito e eu acabei por esquecer. Agora estou aflito para conversar com ela novamente e saber se era o Paulo Sérgio, gentilmente trazido à nossa memória pelo blogueiro.

    Deve ser o Paulo Sérgio mesmo. Não creio que seja outro. Afinal, dois pastores brasileiros na Inglaterra e ex jogadores do Galo por melhor que seja não me parece factível.

    Esse mundo é pequeno mesmo, já dizia meu pai que achava que a invenção do rádio era a coisa mais maravilhosa porque tinha “encurtado” o mundo.

    Uma ótima semana para todos nós em prisão domiciliar. Espero que quando acabar a quarentena não inventem de colocar tornozeleira na gente.

  9. Bom dia Avila. Bom dia Ernest. Rapaz, eu tô desconfiado que foi a Sandra que escreveu o texto. Brincadeiras à parte, parabéns pelo excelente conteúdo, principalmente, pela sabedoria e coerência nas análises empreitadas. Eu que estou animado, planejando a conquista do Brasileirão 2020, vou refletir.melhor diante da carraspana inserida na resposta a terceira pergunta. Aproveitando o espaço, peço vênia, para dizer que, na contramão da maioria da torcida eu respeito o problema pessoal do Patrick e a sua luta, mas não o incluo como idolo, por dois motivos: antes de seu primeiro empréstimo ele desrespeitou a torcida, inclusive com um gesto a ” lá Givanildo”, quando foi vaiado. Posteriormente, ao comemorar um.dos raros gols, fez gesto de silêncio. Depois, certamente orientado por seus assessores de marketing, mudou o comportamento. Por fim, penso que entrega física em.jogos e treinos nao apagam as inúmeras derrotas decorrentes de falhas grotesca de um dos piores jogadores que ocupou a lateral esquerda do Galo. Agradeço ao Sport por nós livrar, de uma tacada só, de Patrick, Bruninho e Maidana. E do Patrick em definitivo!!

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