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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

De geração em geração

Foto: Luíza Melo

Guardei para as leitoras e os leitores desde espaço Atleticano, neste domingo sem Galo, um depoimento singelo de uma adolescente que conheci no entorno do Independência na quarta-feira passada. Sucintamente, vou tentar explicar, como aconteceu este feliz encontro.

Portador de hérnia de disco, preciso ficar um tempo assentado para impedir a ação dessa danada. Estava eu no Bar da Tia Morena, momentos antes do jogo (registre que vejo do lado da Ismênia e rarissimamente passo pela Pitangui) quando entrou uma família (pai, mãe, filho e filha) que me chamou a atenção. Como estava sozinho na mesa, ofereci para que dividissem o espaço Atleticano.

Ao nos apresentarmos, despertou neste blogueiro e fiquei observando o olhar e a maneira que aquela garotinha falava do Galo. Curioso que sou, comecei a ouvir e especular a respeito de uma viagem de três horas da família, sistematicamente, para vir a Belo Horizonte ver o time jogando. Dito isso, passo aos amiGalos o depoimento pessoal dessa Atleticana da gema, como cada um de nós.

“Meu nome é Luiza Melo, tenho 15 anos, de Diamantina. Sou Atleticana desde sempre e tenho até fotos de bebê com o uniforme do Galo, mas essa história começou mesmo na primeira vez que fui ao Mineirão com minha família, aos cinco anos de idade. Lembro que antes da partida, meu tio me levou à loja do Galo e meu deu muitos presentes, inclusive a “Bandeira da Sorte”, que esta sempre comigo.

Essa bandeira tem muita história, a mais inesquecível, foi a final da Libertadores. Eu tinha nove anos e meu pai pediu aos outros torcedores um espacinho pra eu ver o jogo pelo vidro das cadeiras do Mineirão, bem atrás de onde o Léo Silva fez o segundo gol. No segundo tempo, meu pai pediu pra colocar a bandeira no vidro e falamos que era “da sorte” e ,mesmo não querendo, os torcedores deixaram. Logo no início do segundo tempo, Jô fez o primeiro gol. Nesse dia, o Galo me proporcionou fortes e bons sentimentos ansiedade, angustia e alegria.

No final do jogo,  ficamos todos emocionados. Enquanto minha mãe me segurava, choravam meu pai e eu – foi a primeira vez que o vi chorando. Que dia  fantástico! Dai, vários fotógrafos viraram para nós e começaram a tirar fotos, que saíram em sites, revistas (Veja e placar).

Foto da família, divulgada na Revista Veja

Depois, meu pai e meu irmão foram para o Mundial e eu queria ir, mas não me levaram. Fiquei com a promessa de que levariam a minha bandeira e a trariam de volta autografa. Ele voltou na véspera do natal e me fez uma surpresa inesquecível, “A Bandeira da Sorte estava toda autografada”. A felicidade e o choro vieram à tona.

Vitórias e derrotas só tinham me deixado mais apaixonada e fanática por esse time. Ano passado, fiz 15 anos e tive várias surpresas, além da valsa com hino e a charanga do Galo. Na madrugada anterior, meu pai plotou o Galaxie dele que ia me levar à igreja e ao baile, com fotos minhas, títulos do Galo que eu vi Libertadores, Recopa e Copa do Brasil.

E ainda mais, sem eu saber meu pai e meu irmão foram até a Cidade do Galo e gravaram vídeos com mensagens dos jogadores, técnico e Presidente do Galo. Foi emocionante. A paixão pelo Galo me move e me faz ter certeza, que terei ainda grandes emoções, que serei pra sempre alvinegra e que estou louca pra estudar em BH e poder ir a todos os jogos”.

23 thoughts to “De geração em geração”

  1. Bela história! Realmente emocionante!

    Quanto ao jogo de amanhã espero que Larghi não improvise. Precisamos observar Carlos Gabriel na LE. Gostei do pouco que vi jogo passado.
    Acreditando na vitória amanhã!
    Galooooo!

  2. Esta e minha sobrinha ela nos ensina a cada dia o amor e paixao que tem pelo Galo,que tenhamos mais Luiza na torcida do Galo pois assim saberemos que o futuro de cube jamais vai morrer,Luiza e atleticana de corpo e alma que nos enche de orgulho,nos te amamos muito.

  3. Eduardo
    Foi muito bom te conhecer, nosso Galo é isso, proporcionando novas amizades, boas experiências e muitas emoções. Valeu, com matérias como está aí a Luiza endoida mesmo com nosso Galo. ABS

  4. Belíssima história, família e exemplo de atleticaneidade. Ótimo registro fotográfico também. Tenho um filho que fará 15 anos semana que vem. Fiquei pensando. Vai que um dia ele conheça pessoalmente essa torcedora num carnaval em Diamantina… ou num jogo em BH, e possam falar de Galo e nascer uma paixão, um amor à primeira vista… rsrs. É o que o Galo é. Amor desmedido. Paixão eterna, de nascença, de geração em geração. Vamu, Galo!

  5. Bela historia Luiza, ATLETICANO JA NASCE ATLETICANO. Sua história me remeteu ao longinquo 1978 eu com 14 anos sozinho na sala ouvindo na radiola la de casa uma decisao menos importante em termos de titulo, mas para mim importantissima o Campeonato Mineiro daquele ano. O GALO perdia ate se nao me engano 35 do segundo tempo, gol do Fernando Roberto Mastiguinha para o Guarani de Divinopolis. E o timeco azul calcinha goleava o Uberaba por 6×3 e sagrava-se ate aquele momento campeao. Nao e que o GALO virou pra 3×1 e foi campeao? marcou-me por que foi o jogo que ouvi ali sofrendo e torcendo, comemorei como nunca eu sozinho e numa alegria imensa. Que a rodada nos seja benefica, mas amanha temos que fazer nossa parte. Saudacoes Alvinegras aos Atleticanos de verdade.

  6. Boa tarde, Eduardo e demais Amigalos. Belo depoimento da Luíza. Eu duvido que alguma mariposa (maria misturada com raposa) escreveria algo assim para o pequeno time azul. Deve ser por esse amor incondicional, que os atleticanos possuem pelo Galo, é que faz as vaidosas ficarem com tanta raiva do nosso time. Eles invejam o que não conseguem ser, ou ter.
    Sobre o jogo de amanhã, espero que o Burros Larghi não cometa nenhuma burrice. Mas eu acho que estou pedindo demais. Até mais.

  7. Que foto foi essa da Revista Veja Luiza… caramba… demais… momento mágico na história de sua família e de todos nós Atleticanos… essa Libertadores 2013 foi emoção pura nas nossas vidas!!!!!!!!!

    E assim vamos por aqui de tempos em tempos conhecendo torcedores e seus momentos de glória junto ao nosso amado CAM, paixão maior de todos nós!!!!!!!!!!!!

  8. Linda história! Eu que cresci frequentando o Mineirão no meio da Massa, sei o que a Luiza sentiu vivendo esses momentos mágicos. Parabéns Luiza, você muito bem representa essa nova geração de Mulheres Atleticanas.

    Lindo também vê-la usando nosso manto no tamanho certo e corte feminino, pois em minha época de infância e adolescência tinha que vestir as largas camisas do meu irmão…
    Não gosto do termo ‘feminista’, penso que hoje tem sido deturpado e usado por pessoas que buscam privilégios e não igualdade. Não gosto de quem usa o nome do CAM com viés político como na história do desfile ou das faixas contra o Robinho. No entanto, entendo que falta no Galo um pouco mais de atenção as Torcedoras do sexo feminino. É discutível, mas dizem que nós mulheres, somos 41% dos torcedores do CAM, então não deveríamos representar apenas 12% do número de sócios torcedores. Tem algo errado aí…
    Sei que enquanto na loja oficial do Grêmio tem mais de 30 produtos direcionados ao público feminino, na loja do Galo são apenas 8. Ora, teriam as gremistas mais paixão que as Atleticanas?! Eu duvido. Falta é marketing direcionado, falta entender que temos poder de compra, falta alguém no Galo descobrir o que o mundo já sabe; Mulheres gostam, querem e podem consumir o produto futebol. A Luiza está aí para provar isso.

    Ontem falava com amigos sobre a tragédia do incêndio na creche em Janaúba. Lembrei-me que entre os Anjos que faleceram ali estava a pequena Cecília, uma Atleticana ‘enjoada’, do alto dos seus 4 aninhos, já com muito orgulho de vestir o manto alvinegro, sua roupa favorita… e segundo os pais, era só vestir a camisa que ela batia no peito com muita raça e dizia “ eu sou Galo doido!”.
    A Estrela que carregamos no peito representa a Massa, representa a Cecília e outras Estrelas que estão no céu.
    “Aqui é dor, aqui é amor. Aqui é amor e dor”. Aqui é Galo!

    ps; Eduardo, já tem uns 3 comentários que envio e não são publicados, o que acontece?

  9. Oi Eduardo e Amigos, bom dia!
    Luiza, lindo depoimento e que a sua vida seja repleta de alegrias e conquistas.
    Precisamos muito da sua “Bandeira da Sorte” para quebrar esse jejum do Brasileirao.
    Sem o Galo hoje, o negócio é torcer para que a rodada nos beneficie novamente.
    Saudações Alvinegras e feliz domingo a todos Amigalos.

  10. Belo texto, essência e exemplo de ateticanidade. Bom questionamento sobre o lateral que deveria ser a opção para o Fábio Santos, o tal do Kevin sumiu? Ou empresário e família estão querendo crescer os olhos e a diretoria está dando um gelo no moleques? Li a entrevista de nosso ex-presidente, não tenho dúvidas de sua participação na gestão de nosso time, mais cada dia está mais político, não fala da dívida de Ronaldinho que deixou sem pagar, não fala do processo das vendas de Guilherme e Caçapa que barrigou jogando para frente, etc. Agora ruim mesmo foi o Nepomuceno, esse não fez nada e ainda aumentou o rombo, ehhh galo…

  11. Bom dia xará, Luiza e demais amiGalos. Realmente, incrivelmente emocionante o texto da Luiza Melo que reflete bem a alma atleticana, o nosso sentimento maior em relação ao nosso querido Galo, parabéns Luiza por fazer parte dessa família maravilhosa e também a você querido guru por nos proporcionar momentos de grande emoção. Como você diz, vida que segue e esperar uma bela vitória amanhã contra o Bahia. Saudações atleticanas.

  12. Linda essa história de da Luiza, cada torcedor tem uma bela lembrança pra contar e a dela não é diferente. Obrigado por compartilhar.
    Pessoal desculpem se perdi algo na vida do meu time, mas cadê o Kevin kesley, promessa contratada para lateral esquerda?

  13. Que bonito, maravilhoso depoimento! Parabéns, Eduardo pelo encontro com a família e pelo depoimento desta atleticana que descreveu tão bem a alma, o coração e a paixão de ser Galo! Nosso DNAtleticano! Nossa RNAtleticanidade!

    Parabéns para Luiza e famila também!

    Muito obrigado pelo cedo texto! Me emocionei! Me lembrei da primeira vez no Miineirão, em 1987 com 9 anos! Se não me engano, Atlético 6×1 no Esportivo ou Desportiva, de Passos, a memória falhou! Fui com meus irmãos e meu pai, que também comprou uma bandeira para mim! O que mais me marcou, foi que quando a torcida começava a cantar o hino, meu pai dizia: Canta, filho, canta! Isso é para sempre! Ser Galo é ao mesmo tempo ter uma alma atleticana comum, mas diferente, é como o DNA mesmo! Que é basicamente igual para todos humanos mas com poucas diferenças! Nós atleticanos temos DNAtlético e almatleticana!

    Um abraço e mais uma vez obrigado! Ótima semana!

  14. Emocionante o depoimento da jovem Luiza:
    Ela estava no Mineirão no dia mais feliz da história do Galo: a conquista da Libertadores com sua bandeira da sorte.
    Seu pai esteve no mundial do Marrocos e felizmente a jovem atleticana ficou.
    Na festa de seus 15 anos outra emoção linda ligada ao Galo.
    Isto é Galo.
    Isto é felicidade.

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