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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

A marca indelével 

Seguindo as postagens de amiGalos, que teve início ontem e devem ir até na quinta, hoje é a vez do José Eduardo Barata. Na sexta-feira, o blogueiro posta a última e vamos seguir na nossa Atleticanidade. Quanto às manifestações que venho recebendo, que me deixam sensibilizado, tenho cá motivos pessoais que me encaminharam a tomar essa decisão. Sofro com a necessidade, não vou negar, mas necessito me preservar. Sabe aquele ditado, “da missa não sabe um terço”, pois bem segurei a onda e suas mazelas. Não deixaria um espaço, trabalhado com tanto carinho e dedicação, no meio de uma temporada. Por isso, apesar de tudo, segui até o final e o Galo chegou no G4. Ufaaaaa! Necessito me resguardar. A quem encontrar pelos caminhos, conto os terços faltantes. No mais, sigamos, amanhã tem mais amiGalo, serão seis, faltam ainda quatro.

A marca indelével 

José Eduardo Barata

Meados dos anos 60 e lá estávamos no Mineirão.

Victor Bastos, que nos animava no Horto com sua charanga, passou a dividir espaço com a Sinfônica do Júlio, que pouco a pouco assumiu de vez o entretenimento nas arquibancadas, centralizada bem no alto e no centro do anel superior.

Um festival de bandeiras, de tambores e metais enriqueciam nossas tardes de domingo com músicas que se tornaram icônicas, como, por exemplo, a marchinha “Se a canoa não virar “.

Mas, uma delas veio marcar para sempre a identidade da MASSA: “Pergunte ao João”.

O seu refrão é marcado por versos com cinco notas musicais que são interrompidos repentinamente.

Num dia, lá no meio da torcida, nesse breque da música, alguém gritou GALÔ.

E este refrão, composto por 4 versos, passou a ensejar o grito que se eternizaria mundo afora.

Daí, surgiram variantes que também provocam o grito que assombra gregos e troianos: um foguete a estourar, algum estalo, qualquer coisa que ao cair provoque algum barulho.

Assim se fez / faz conhecer o

CLUBE ATLÉTICO MINEIRO, em qualquer canto do planeta.

Nenhum outro clube de futebol onde quer que seja tem essa MARCA que o diferencia dos demais.

Portanto, senhores, o grito de GALÔ é uma obra de arte gestada anonimamente no ventre da MASSA.

PS: Não imponho nada a ninguém sobre meus relatos.

Apenas transcrevo fatos que pude vivenciar ao longo de minha vida como torcedor do glorioso CLUBE ATLÉTICO MINEIRO.

*foto: UAI/EM (arquivo)

23 thoughts to “A marca indelével ”

  1. Muito bom!! Revivi a arquibancada…!! No Horto, estive com o Movimento 105 Minutos, no dia comandado pelo Maestro “Zequinha” – também heróis do Galo.

  2. Boa tarde, Barata, Ávila e Massa,

    Que texto impecável, Barata, como não se emocionar com uma das gênesis da alma atleticana, o grito: Galo!

    Quando eu tinha uns 5 anos, minha mãe (cruzeirense doente) me levou ao mineirão, 1985. Antes da partida a Massa começou a gritar: “empurra as bich@$” e foi avançando fazendo o cordão de isolamento se mover. Perguntei a minha mãe: a torcida do Galo é maior e está empurrando a azul. Ela me disse: “cala boca menino, daqui a pouco a gente empurra eles de volta”. Claro que essa fala dela nunca aconteceu.

    Chegando em casa picotei na tesoura o boné azul e disse pra minha mãe: eu sou Galo. Ela então respondeu: pode torcer pra essa carniça, mas nunca te levarei no mineirão de novo. E assim se cumpriu.

    Minha tia que é atleticana até os ossos me deu o manto e passou a me levar ao gigante da Pampulha. Dali em diante sempre segui o Galo.

    As duas melhores escolhas que fiz na vida foram: o Galo e o Rock’n’roll.

    Barata, obrigado por me fazer recordar.

    Obrigado, Eduardo de Ávila.

  3. Uma ótima semana a todos. Ouvi recentemente notícia de que o Galo tem 40 milhões disponíveis para contratações de reforços em 2024, fora eventuais vendas. A meu ver, embora com um bom elenco atual (se não sair ninguém do andar de cima), ainda é pouco, diante do que alguns clubes prometem investir e terão que fazê-lo sem dúvida alguma. Ano que vem, certamente será mais difícil que neste ano. Contudo, eu ACREDITO e, espero e torço, que dias melhores virão! Aqui é Galo, como sempre diz o blogueiro democrático.

  4. Bom dia Atleticanas e Atleticanos. Mais uma crônica de tirar o folêgo, esta do Barata. Também vou retirar meu pedido que reconsidere sua decisão, Ávila, pois com saúde não se pode brincar. Ficam na lembrança os agradáveis comentários de nossos fanáticos torcedores. A companhia desta turma, diariamente, foi extremamente prazerosa. Valeu demais. Mais uma vez, Feliz Natal e um Ano Novo cheio de graças para todos.

  5. Bom dia !
    Um dos sonhos do Menin é ver o GALO SA na bolsa de valores . Novos tempos, nova realidade que se implantará e irá moldar uma nova geração de Atleticanos .
    Camisas estilizadas, Arena mais tecnológica, bolsa de valores e por aí vão dando novos valores a nossa torcida. O sentimento do fundo da alma de cada torcedor Atleticano moldou nosso dna, mas agora temos donos que irão ditar para onde seguirá o Galo Forte e Vingador, que hoje já se apresenta como o mais simpático.
    Se eu tinha um sonho era da volta do protagonismo da charanga, que surgisse alguém como o Júlio Mais Amigo e fizesse a charanga voltar aos seus bons tempos.
    Construíram o Estádio Antônio Carlos para comportar a nossa torcida que já se fazia gigante naqueles tempos. A torcida continuou crescendo e passamos para o Independência. Depois o Independência ficou pequeno e passamos a dominar no Mineirão. Agora nossa torcida foi tolhida de espaço na Arena MRV. O capital hoje fala mais alto.
    Disseram que estão salvando o coração e alma Atleticana, só o tempo dirá.
    “Quem quiser ver é só subir o morro…..Pergunte ao Tião….Galooooo”

  6. O CAM foi/é um Clube privilegiado, pode-se assim dizer, por ter grandes demonstrações de amor vindas de seus torcedores. São vários exemplos de pessoas que se doaram e se sacrificaram em nome das cores branca e preta. Muito se diz que é impossível tentar explicar o que seja e de onde vem a paixão. Talvez caro, pode ser que exista algo sobrenatural que envolva todo esse sentimento o qual realmente é muito difícil, “só sendo um para explicar!” Além da Charanga com 18 músicos e 40 percursionistas, naquele GALO 2 x 1 time da cbf, Júlio,o Carijó garantido fez a primeira maior bandeira do mundo com + – 1.400 mts² para estender no gramado, antes da partida.Uma pena q os “novos donos” tentem enterrar a rica História do GALO ad_ antes deles_ com isso tbm os feitos de personagens como o Júlio Firmino da Rocha,Vicente Mota e os de milhões de torcedores anônimos,p eles nada disso importa,pois a vaidade e a fome pelo poder ñ os deixa reconhecer quem realmente fez/faz o CAM,q são os torcedores. Bela letra e um forte abraço braço José Eduardo.

  7. Barata , bom dia e bom domingo . Quando criança , quase adolescente , no interior , parece que foi a milhoes de anos atras , dois fatos me marcaram no futebol : a visita , aqui no interior , de cruzeiro e atletico. cruzeiro , da decada de 60, um dos melhores times do mundo , com tostao , ze carlos, natal, vanderlea , dirceu lopes, etc e duas semanas depois , a visita do galo. Qual criança no mundo não ficaria fascinada, como fiquei com aquele time do cruzeiro , hoje, csa mg ? Fiquei. A visita do galo aconteceu com a charanga do mais amigo do onibus ate o estadio, show de vibração , parecia uma escola de samba , batuque espontaneo e com muita , muita alegria em cantar nosso clube do coração. A arrogancia e antipatia da visita dos azuis e a naturalidade e alegria do nosso clube , acabaram por me transformar num fanatico atleticano, o que agradeça Deus até hoje . Abraço amigo Barata

    1. EVANDRO ,

      nenhuma outra torcida foi tão entusiasticamente comandada por uma charanga como a do Júlio , aliás, SINFÔNICA do Júlio .

      Um abraço de volta .

  8. FANTÁSTICO TEXTO!!!
    Parabéns, JOSÉ EDUARDO BARATA!!!
    Como menino pobre do interior de Minas, não vivi esse tempo maravilhoso do CAM,mas na infância pude ver o ReiReinaldo,Cerezo e cia…
    Abs!
    Ao Ávila, as nossas compreensões e agradecimentos.

  9. “(…) O grito de GALÔ é uma obra de arte gestada anonimamente no ventre da MASSA”…

    Sensacional, magnífico e genuinamente CLUBE ATLÉTICO MINEIRO.

    O BARATA, o Enciclopédia do CANTO DO GALO, tem o dom de exprimir em poucas palavras o sentimento de ATLETICANIDADE que não cabe em uma BARSA toda.

    O que, afinal, une os atleticanos de todas cores, credos, ideologias e pensamentos é o grito de GALÔ.

    Basta cair um copo…

    GALÔOOOOOOOOO!!!!

  10. Eduardo, “se não sabemos da missa a metade”, o que posso te desejar é saúde. Ainda espero o encontrar seja na Arena ou nas caminhadas por nossa BH. Você é uma figura importante para a grande massa. Enquanto viveremos o tempo natalino e de mercado da bola, aguardemos a todos nós um 2024 melhor em todos os sentidos e para nosso Galo visualizo um ano melhor.

  11. Bom domingo a todos. Estou começando a me sentir órfão dos textos que leio logo pela manhã. Notícia ruim, mas compreensível. E já que é PRAKABA, permita me o amigalo Barata, que seja em grande estilo.
    Ontem mesmo em.uma festa de criança, numa cidade do Espírito Santo, onde estou, estouraram um balao e não pude resistir, soltei logo o Gaaaloooo!!!!!.
    Que sejamos eternos enquanto duremos.

  12. Bom dia Eduardo. Bom dia Barata. O registro nesse espaço de parte da rica historia do Galo, foi uma brilhante ideia. Parabéns Barata. Agora, hoje, o Eduardo disse : ” necessito me preservar” e depois ” necessito me resguardar”. Diante dessa situação, recorro as licoes de Padre Torga: ” Cessa tudo que a musa antiga canta, pois um valor mais alto se levanta”, para agradecer ao Eduardo a sua dedicação ao nós torcedores e retirar meu pedido para a continuidade do blog. Se a questão é a necessidade de se preservar, não acho justo, te exigir sacrificio. Eu só acho, mas como diz o Teobaldo, minha opinião e nada é a mesma coisa, que o Galo lhe deve um reconhecimento pelo trabalho prestado: um Galo de prata, ou uma vaga no Conselho do Clube como representante da torcida.

    1. DOMINGOS SÁVIO ,

      o moço precisa de um descanso , não é mesmo ?

      Quem sabe uma temporada com chá de camomila o revigore e o faça voltar com “sangue nos óio” ?

  13. Prezados Ávila, atleticanas e atleticanos!
    Obrigado Barata, as suas postagens relembram sempre fatos que vivenciamos e que poucos conhecem. São histórias é não folclores! GALOOOOO…….
    abraço.

    1. ÂNGELO ,

      há que se preservar a história do CLUBE ATLÉTICO MINEIRO .

      Risível é o fato dos donos do clube terem se valido da expertise do “melhor marqueteiro do país” que , num vislumbre de gênio , entendeu que o místico canto de GALÔ é o que se tem de mais marcante para que a instituição seja divulgada país e mundo afora .

      Os anônimos das arquibancadas dão de goleada nessa gente “emponderada” .

      E vale para a nova geração de torcedores entender o que significou a força da torcida de antanho .

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