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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

Minha vida de Atleticano

Nosso amiGalo de hoje é leitor e comentarista frequente também aqui do nosso cantinho do Torcedor. Proprietário da linda camionete que encanta aos que passam por ele nas ruas, denominada “preciosa”, Gilmar é exemplo de Atleticanidade e superação.

Portador de deficiência auditiva, grau elevado, é servidor federal e tem uma historinha linda de paixão com o Galo. Aos 33 anos, já casado, perdeu um filho com oito meses, mas não se entregou e hoje – como nós – se delicia com essa condição superior de ser Atleticano nas Alterosas. Supremacia!

Caríssimos leitores do Blog do Ávila

Meu nome é Gilmar Diollí. Ao contrário da esmagadora maioria, eu não nasci Atleticano. Até os sete anos de idade, influenciado por meu irmão quatro anos mais velho, eu torcia pelo time da enseada das garças.

Meus pais eram separados. Eu morava com minha mãe. Foi quando meu pai me buscou para criar que me tornei Atleticano, por influência dele. Sua primeira providência foi comprar o uniforme completo do Galo para mim, incluindo o típico kichute.

O primeiro jogo no estádio a gente não esquece. Levado ao Mineirão por um casal de amigos do meu pai, assisti à virada de Dario (dois gols dele) e companhia por 2 a 1 no distante 1970 em cima do rival azul.

A paixão foi só crescendo. Matei aulas para ver Sua Majestade e companheiros nos anos setenta. Chorei sentado na geral do Mineirão na fatídica decisão do brasileiro de 1977.

Na final do Mineiro de 1978, invadi o gramado, subi em uma das traves e fui parar numa das páginas da Placar. Xinguei demais o maior ladrão do apito de todos os tempos no Serra Dourada, minha primeira viagem de avião.

Via o Galo massacrar sucessivos adversários e fraquejar nas decisões, mas não desisti. O amor foi sempre maior. Era para o Galo ser campeão de tudo mais de uma vez.

Em 1993, passando imensa dificuldade financeira, conheci um senhor que muito me ajudou com sua caminhonete. Havendo perdido um filho e desesperado, mudei-me para Santa Luzia. E esse senhor levou minha mudança em seis viagens, sem me cobrar nada.

Apaixonei-me pela caminhonete e com o passar dos anos, precisamente em 2012, pude adquiri-la, já bem desgastada, podre, mal cuidada, pois o senhor a abandonara ao sabor do tempo.

Ela veio a ser minha mascote do Galo. Transformei-a na minha “preciosa” do Galo, que já se exibiu até no telão do Independência. Em condições financeiras melhores, pude comparecer em Marrocos, minha primeira viagem internacional.

De nada me arrependo, porque Aqui é Galo! Sei e confio que dias ainda melhores virão. Sou Galo na Veia e espero estar presente na estreia da Arena do Galo. Que Deus me dê vida e saúde para ver. Vai pra cima deles, Galo!

Gilmar Diollí

*fotos: arquivo pessoal

17 thoughts to “Minha vida de Atleticano”

  1. Infelizmente na data do dia 29/01/2023. Este sujeito jogou o seu carro em cima de um motoqueiro com garupa na av Severino Ballesteros em contagem sentido Pampulha. Irresponsável no trânsito, quase dizimou uma família. Felizmente eles estão bem, mas o irresponsável acelerou e nem se quer parou. Agora fica mostrando essa cara lavada, cara de pau. Tenha vergonha na cara e mais respeito no trânsito. Fica aqui o meu desabafo.

    1. Sem pé e sem cabeça. Ia jogar esse comentário na lixeira, mas duas motivações tive pra liberar. Nada relacionado ao respeito pelas opiniões divergentes, pois essa é fora do contexto.
      1) curiosidade em saber quem o autor, se é real, pretendeu atingir;
      2) que fato é esse, pois até pesquisei sobre esse possível e eventual acontecimento e nada apurei.
      No mais, caríssimas e caríssimos, pra se ver o que estar blogüeiro nos reserva. Sigamos!!!

  2. Bom dia Massa e Guru

    Bacana a história deste atleticano. Ele e todos nós merecíamos mais respeito por parte de jogadores como o Bunda de Bigorna, que ontem entrou finalmente deu as caras, cobrando 2,7 milhões de indenização. A pergunta que fica: o que este cara fez para pleitear um valor tão alto? Jogador pilantra, irresponsável e que pra mim ao lado do cone caloteiro estão entre os piores que passaram pelo clube ultimamente.
    A legislação do futebol tem de mudar para que sujeito como estes parem de ganhar um mundo de dinheiro, sem merecimento e fora da realidade.

    1. Obrigado, prezado.
      Até acho que o Elias teve seu grau relativo de importância. Jogou muito mais bola no Fla e no Corínthians, , eu sei. Veio com status de craque. Esperámos mais dele. Ele está cobrando o que a legislação permite a qualquer trabalhador. É muito pq ganhava muito. A lei não pode relativizar isso. Maioria dos atletas ganha muito mal. Os times da séria A estão quebrados por quererem competir com Europa, pagando salários fora da realidade. Mas como competir com o patrocínio do Flamengo? Talvez esteja ai o erro. Limitar verba de patrocínio, equanimizar, pode ser uma alternativa para equiparar as equipes, que já sofrem com as diferenças das verbas de TV e o governo faz vistas grossas.

  3. Prezado Gilmar,
    Dizem que toda torcida é apaixonada por seu Time, talvez seja; e eu com isso?! Torço pelos meus, leio e escrevo sobre e para os meus. Que prazer conhecer sua história, mais uma prova de que o Galo alimenta, anestesia, alivia e até cura.
    Já imagino o ronco do motor da Preciosa desfilando pelo Califórnia em dias de jogo. E eu quero dar ‘uma volta’…
    Um abraço.

    1. O ronco é bem alto, Lucy. Motor diesel perkins 4230. Fora a buzina de trem e as buzinas alternativas, dentre as quais a que toca um trecho do hino de clube mais lindo do mundo. Quanto a dar uma volta, será um prazer. A preciosa adora dar voltinhas.

  4. Bom dia,

    Muito legal mesmo ler o relato da sua Atleticanidade, parabéns Gilmar.
    Nossa torcida é realmente diferenciada, todos possuem história regada a muita paixão.
    Sinto que está iniciativa está deixando este blog com sentimento de família, é a família Galo.

    Boa sexta feira a todos.

    1. Obrigado, Wellington..falou a verdade. Mas existem alguns mal elementos. Vi certa vez alguns rapazes fortinhos da GL arrastando o bandeirão sobre outros torcedores, inclusive mulheres,sem o mínimo respeito. Tudo pq o Galo perdera o jogo.

  5. Bela história!!! Também tenho uma relíquia, uma CB 400 ano 1981 desde zero, com 99% de originalidade na placa preta. Na sua história tem a tristeza de uma derrota na primeira vez que fui no Mineirão com ela, perdemos para o América com gols do Paulinho Kiss, mas por muito tempo fui com ela nos jogos do Galão. Abração a todos os AMIGALOS!

    1. Show, Daniel. Desde que me envolvi num acidente de moto ainda rapazinho perdi o gosto. Deus me salvou e não quis mais saber de duas rodas. Mas acho linda essa turma das motocas organizadas. Às vezes compareço infiltrado em motocandos com a preciosa….rsrs.

  6. Voltando ao assunto das dívidas, os jornalistas Frederico Ribeiro e Guilherme Frossard (Globo Esporte) fizeram uma excelente investigação de tudo que o Galo deve na FIFA.
    60 milhões de reais foram pagos na gestão Sette Câmara. Ainda faltam muito milhões a serem quitados. O atual presidente está com um enorme abacaxi nas mãos. Não é culpado por tudo, mas quando assumiu já sabia e não pode alegar que foi pego de surpresa. Inclusive ele fazia parte das diretorias anteriores. Mas é fato que vem tentando equalizar o Clube.

    Além disso, o Galo deve muito dinheiro ao BMG e outros investidores – ao que parece mais de 100 milhões.
    Deve também ex-jogadores, ex-treinadores e fornecedores.
    Sem falar na enorme dívida com o governo.
    Então, se analisarmos friamente e sem achismos, o melhor a fazer seria vender a outra metade do shopping e liquidar essas dívidas. Vejam bem, vender não significa entregar de bandeja. Aquele imóvel vale 1 BILHÃO de reais. Então metade dele teria quer vendido por 500 milhões.

    Estamos assistindo, de camarote, a lama interminável que toma conta do rival. É bem difícil que consigam subir. Podem até cair pra série C por conta dessa situação.

    Por isso o melhor a fazer no Galo é entrar nos eixos enquanto é tempo. Vender o Diamond é a solução. E alterar o Estatuto DEFINITIVAMENTE para que futuros aproveitadores não consigam destruir as finanças.

  7. Prezados Ávila, atleticanas e atleticanos.
    Gilmar, que bela história de paixão pelo nosso glorioso galo. Como tantos outros relatos já postados neste blog, mais um atleticano veio nos blindar com a sua atleticanidade. É como sempre digo, o galo é paixão à primeira vista.
    Parabéns Ávila pela excelente iniciativa de dar espaço aos verdadeiros atleticanos que nos enchem de orgulho.
    Hoje e sempre GALO!

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