Conforme disse no post de hoje, pela manhã, trago agora um depoimento de Atleticano que reside em São Paulo. Alessandro Zema Silva, filho de uma prima em primeiro grau (nossas mães eram irmãs), é daqueles Atleticanos da gema. Me lembro com carinho dele, ainda criança, na casa da Vovó Venina, quando esticávamos boas prosas sobre o Galo. Já nos encontramos no Mineirão, ele e toda a família, numa de suas vindas para ver o nosso time do coração. Sem delongas, devidamente autorizado pelo próprio, uma publicação do “pipeline valor day off” – em 18 de julho de 2021 – sobre seu hobby que é a Atleticanidade.
Você já deve ter escutado várias vezes a pergunta sobre qual é o seu hobby. Correr, pedalar, jogar tênis ou futebol estão entre os mais citados mas cada pessoa tem a sua “válvula de escape” para se livrar das tensões da vida executiva. No meu caso, a minha grande fonte de energia e prazer, para além da minha família, é uma palavra de quatro letrinhas apenas… Não, não é Yoga e sim o GALO (também conhecido por Clube Atlético Mineiro), uma paixão avassaladora que me acompanha pela vida toda.
Os dias de jogo do Galo, para mim, são sempre “sagrados”. É o momento em que realmente me desligo de tudo. Ganhando ou perdendo, aquele é o meu momento de fazer a “higiene mental”.
E o Galo também conseguiu tornar o elo com o meu núcleo familiar ainda mais forte. É o tema que une a todos e está presente em literalmente todas as nossas refeições. Falamos sobre a escola, amigos, o que está acontecendo no mundo etc, porém o Galo é sempre o tema que não pode faltar. Temos a nossa própria “mesa redonda” com comentaristas “afiados” (meus filhos) todo dia. O mau humor típico da adolescência e a compulsão pelo celular passam longe quando a conversa gira sobre a nossa paixão em comum. E muitas vezes, começar a falar sobre o Galo é a desculpa que preciso para engajá-los em temas e situações mais desafiadoras do dia a dia. Por incrível que pareça, o Galo nos permite fazer sessões profundas de terapia familiar de uma forma mais leve e descontraída.
Tentar explicar a um não Atleticano o que é esta paixão incomensurável não é uma tarefa trivial já que há torcedores apaixonados em qualquer time do mundo. Dito isto, há algumas distinções importantes entre o Atleticano e o torcedor de qualquer outro time. Para começo de conversa, você nunca encontrará um Atleticano que diga “não ligo muito pra futebol, mas tenho simpatia pelo Galo” como você já deve ter escutado diversas vezes de torcedores de outros clubes. O Atleticano é por definição um “grande apaixonado”. Não há exceção alguma entre todos os 6 milhões de atleticanos espalhados pelo Brasil.
Quer outro exemplo? Se o seu time fizer uma campanha horrorosa e o rebaixamento for inevitável, como você imagina que seria a bilheteria do último jogo do campeonato com o time virtualmente rebaixado? Vazio, com um lamentável quebra-quebra e protestos veementes contra os dirigentes e jogadores? Na única vez que isto aconteceu com o Galo (em 2005), a torcida não só compareceu em peso diante do inevitável desfecho como também cantou o hino do clube do começo até o final do jogo. O amor pelo Galo é absolutamente incondicional, na “alegria e na tristeza”.
Este amor e vibração também nos faz acreditar que resultados impossíveis possam ser alcançados (quem não se lembra do “eu acredito” da vitoriosa campanha da Libertadores de 2013 e da Copa do Brasil de 2014?)
O mais incrível é que este sentimento de amor tão “aflorado” não foi forjado só em decorrência de conquistas (até porque há vários times mais vitoriosos do que o Galo) mas também nos uniu pelo sofrimento diante de tantas injustiças cometidas ao longo da nossa história (desafio os leitores a pesquisarem qual time foi mais prejudicado pela arbitragem consistentemente ao longo dos anos).
Se você ainda não se convenceu de que o Galo é mesmo diferente, tire a prova dos nove. Assista a uma partida do Galo em BH no meio da sua apaixonada torcida. Garanto que em nenhum lugar do mundo você sentirá vibração igual.
Não poderia deixar de dizer que o Galo também já me salvou de alguns apuros… O mercado financeiro, onde trabalho, é apaixonante e intenso ao mesmo tempo. O grande temor para alguém em começo de carreira é ser envolvido em algum novo projeto no final da tarde de sexta-feira, o que pode implicar trabalhar durante todo o final de semana. Quando passei um período fora do Brasil, fui alocado em um destes projetos justamente quando havia planejado uma viagem com amigos. O projeto envolvia o escritório do Brasil também e era liderado por um diretor que, até então, eu não conhecia. Hesitando muito, liguei para este diretor para negociar o cronograma de entrega e tentar salvar meu final de semana. Expliquei a viagem programada e perguntei se poderia circular uma primeira versão do material no final do dia de segunda. Percebendo que eu era mineiro, ele me fez apenas uma pergunta: “você é Cruzeirense ou Atleticano?” Pego de surpresa, me dei conta de que a resposta iria definir a viagem. Respondi com a voz trêmula: “sou Atleticano fanático”. Só ouvi de volta “resposta certa, pode entregar depois” e desligou (soube depois que era outro Atleticano fanático).
Mesmo morando em São Paulo desde a adolescência e com meus filhos sendo os únicos Atleticanos da escola em que estudam, a devoção ao Galo nunca foi abalada. Os carros da família tem a placa CAM ou GALO, viagens a BH com a família só para assistir aos jogos (saímos de SP de manhã e voltamos à noite), inclusive como pedido de presente de aniversário, acontecem com alguma frequência, nossa casa de fim de semana é preta e branca em homenagem ao glorioso e só aceitei ter o primeiro “pet” na pandemia com a explícita condição de que o mesmo fosse também das cores do clube. Ainda não consegui convencer minha mulher de que deveríamos ter o escudo do Galo no fundo da piscina de casa, porém espero chegar lá.
O meu hobby pode ser até meio diferente do normal, apesar esta paixão transcendeu gerações (além dos meus três filhos, meu pai é tão fanático quanto eu), gerando como consequência um elo familiar ainda mais forte. Os problemas e o stress do dia a dia não deixam de existir, porém eles dão uma pausa importante e revitalizadora quando o Galo “entra em campo” na minha casa.”
Alessandro Zema é presidente do banco Morgan Stanley no Brasil
Boa noite! Sensacional depoimento! Certamente para nós, cujos corações, desde que nos entendemos por gente, param e disparam com o Clube Atlético Mineiro, este depoimento é um conforto espiritual, por nos mostrar como existem irmãos alvinegros tão semelhantes! Obrigado sempre, também, ao nosso Eduardo, voz e sentimento atual de todos nós! Êêê Galo!!
Boa tarde xará e amigalos!
Lindo e emocionante depoimento! Atleticano não é simpatizante como são os torcedores do ex e falecido rival. Atleticano nasce assim….sempre “torcendo contra o vento”….
Dá-lhe Galo mais famoso do mundo!!!!
Boa Tarde,
Não sabia que eu também tenho mais esse robe, agora sim passarei a ver o Galo dessa forma.
Grande verdade.
Parabéns por sua Atleticanidade.
Boa noite! Sensacional depoimento! Certamente para nós, cujos corações, desde que nos entendemos por gente, param e disparam com o Clube Atlético Mineiro, este depoimento é um conforto espiritual, por nos mostrar como existem irmãos alvinegros tão semelhantes! Obrigado sempre, também, ao nosso Eduardo, voz e sentimento atual de todos nós! Êêê Galo!!
Boa tarde!!!
Eduardo, o Alessandro não é parente só seu. Também é meu parente.
Sendo ele Galo e eu também, somos irmãos de atleticanidade.
O Galo é nossa pátria, o Galo é nossa nação…
Vida longa ao nosso parente!!!
Kkkkkkkkk
E viva o Galoooooooo!!!
O Alesssandro se mostra unido aos outros milhões e foi mais um que passou no teste cardíaco de ontem…
E assim seguimos nossas vidas sendo Atleticanos, nas alegrias ou nas tristezas, não abrimos mão dessa paixão chamada Clube Atlético Mineiro…
Que venham mais vitórias e conquistas pra nosso deleite, merecemos!!!!!
Sensacional! Atleticanidade exacerbada e difundida na família. Aqui em casa só dá Galo também. Nada melhor para difundir o amor e a união. Mas, tem que ter coração forte e o meu já está capengando.