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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

Dificuldades no equilíbrio financeiro

A preocupação maior e quase única neste momento, é honrar salários do elenco e funcionários. Os atrasos, situação que convivemos por décadas, agora se apresentam com mais intensidade e gravidade. As informações não trazem, com precisão, valores, dados e números dessa contabilidade que nunca fecha.

É uma realidade entre os clubes brasileiros, não sendo privilégio nosso ou de adversários; fato é que num determinado momento essa situação acabou se tornando rotina. Basta um pequeno exercício de memória para nos lembrar de tempos em que assistimos jogadores reclamando de atraso salarial.

Existiram, e apesar da boa intenção em enxugar despesas e buscar equilíbrio orçamentário, gestões que investiram equivocadamente e os resultados foram as enormes dívidas dos clubes brasileiros. Reitero que falo de maneira geral, sendo que o Galo também faz parte deste mesmo mar de lama.

Quando isso começou? É muito difícil situar, mas nos anos 70, quando me mudei para Belo Horizonte a situação era diferente. Ora, os tempos são outros, claro! As renovações dos contratos dos nossos ídolos daquela ocasião, como Reinaldo, Cerezo, Marcelo, Paulo Isidoro e depois outros que sugiram ou foram adquiridos, eram honradas e quitadas em dia.

Quantas vezes pude ver algum deles saindo do cartório do Walmir Pereira na Rua Goiás – ao lado do Fórum e hoje TJ – com a cara boa. Era um alívio para quem passava por ali e acompanhava com ansiedade a renovação, via de regra por duas temporadas, daqueles contratos.

Dos quatro que citei acima, apenas Reinaldo continuou sua carreira no Galo. Saiu tempos depois que os brutamontes zagueiros adversários, notadamente uma dupla de zaga que jogou por anos num time menor. Covardemente foi detonando em sua carreira.

Cerezo rendeu uma boa grana ao Galo ao ser vendido para a Roma. Paulo Isidoro foi trocado por Eder Aleixo com o Grêmio. O mesmo ocorreu com Marcelo, que foi para o Botafogo e veio Osmar Guarnelli. Os salários, muito bons, seguramente eram 10%, 15% ou no máximo 20% da realidade atual. Não existiam cotas de TVs e a receita era praticamente da bilheteria.

Faço esse devaneio todo, evidentemente que consciente que os tempos mudaram, mas para trazer uma reflexão. O mundo pós-pandemia será outro. Eu não duvido disso. Também não sei exatamente como será, mas – com segurança – essa disparidade vai dar lugar a outro tipo de relação entre pessoas e suas atividades profissionais.

Em meio a isso, justiça seja feita, a diretoria do Galo tem se esforçado para tentar minimizar o problema. Ao que li, sem confirmação, dois possíveis reforços de caixa ajudarão o Galo nessa transição.

Parte da cota de TV sendo liberada aos clubes brasileiros e – no nosso caso específico – a tentativa de liberação de recursos depositados em juízo a favor do Galo. Trata-se daquela antiga demanda dos tempos do Nélio Brant com a Koch Tavares. Um dos engôdos que entrou na nossa história. Que tenham sucesso nessa ação.

Antes de encerrar a prosa de hoje, dois curtos e breves pitacos.

Na enquete feita pelo Superesportes, relacionada ao atrito entre Sette e Kalil, ficou evidente que o Torcedor não se envolve nessa disputa. Em nada ela contribui com o Galo. Em números para entender minha colocação. Foram pouco mais de três mil votos, que trouxe como resultado praticamente um empate técnico (54/46). E, a exemplo de um post recente deste blog, houve ação – via redes sociais – para sugerir voto a um deles.

Pois bem, em enquetes recentes para os melhores da década e a eleição dos piores jogadores que vestiram a camisa do Galo, foram mais de doze mil votantes em cada. No caso da seleção, dez entre doze eleitos –somando treinador – tiveram duas, três e até quatro vezes mais indicações que o total geral de votos dessa última sobre os dois dirigentes. Prova cabal que o Atleticano pensa no time e não em disputinha interna.

O segundo pitaco vai para a infelicidade de uma postagem do Galo Na Veia ontem no twitter. O post durou pouco, uma vez que a Torcida reagiu. Alguns jogadores entram e saem sem criar vínculos, mas no marketing e ações junto à Massa, é fundamental que se conheça a história e a saga Atleticana. Só quem tem o coração preto e branco sabe do que falo.

*imagens: 1) fotomontagem; 2) UAI/EM; 3) Bruno Cantini/Atlético

4 thoughts to “Dificuldades no equilíbrio financeiro”

  1. Bom dia,

    Finanças, vamos ver o que resta pós Covid-19.
    Fato interessante, curiosidade, meu saudoso tio torcedor do rival, trabalhou durante 50 anos como fiscal na prefeitura de BH e me disse várias vezes que nas gerações de 60, 70 e até 80, todos os jogadores do Atlético e do rival eram funcionários da prefeitura de BH.
    Vários deles colegas dele na fiscalização dos mercados de BH, com obrigação de comparecer de uma a dua vezes por mês para garantir os seus salários.
    Hoje os times não possuem mais esse parceiro para compor os salários dos jogadores.
    Voltando ao futebol e a pandemia.
    Matéria de hoje, Cazares e Otero flagrados jogando pelada em Santa Luzia.
    Vão punir ambos, ou vão questionar esse confinamento.
    Então pergunto, porque não voltar aos treinos, é muito mi…mi…mi.
    Repórter na rua, no estúdio fechado e com ar condicionado circulando o ar, redação repleta, e a pandemia?
    E reporte de esporte, é essencial?
    Pode? Porque foi dito que são essenciais, daí pode.
    Hoje, dezenas de fiscais da prefeitura de SP agarrando pessoas nas ruas para tomar suas mercadorias, isso pode, deve ser porque agarrava, mas estava de máscara.
    Volto a dizer, não sou contra, todos que possuem qualquer coisa que os classifique como grupo de risco, deve ficar em casa se resguardando.
    Mas, jogador de futebol não é grupo de risco.
    Para quem não sabe, a dimensão do campo oficial vai de 105 metros de comprimento por 68 de largura, me baseio no Mineirão.
    Se colocarmos um jogador a cada 3 metros podemos treinar fisicamente até 35 jogadores.
    Se levarmos isso para o Atlético, temos ainda 4 campos para as atividades.
    Chutes da gol, cruzamentos, academia.
    Se as pessoas que trabalham com essas atividades não tem competência para programar treinamento para 30 atletas mantendo distanciamento com todo o espaço disponível que existe no CT, pode mandar embora, porque não sabem nada.
    Dizem que o problema é as instalações internas e os funcionário que devera ter que voltar ao trabalho.
    Funcionários de limpeza estão liberados, médicos e ramos da medicina também.
    Talvez só o treinador é que não poderia porque fez 60 anos em março deste ano, porém é um atleta.
    Por outro lado, se voltarem a treinar os salários deverá voltar ao normal, como não tem previsão para o início de jogo, então, penso que o presidente também não esta tendo presa ao retorno por este motivo.
    Boa Quarta feira aos Amigalos.

  2. É, no CAM tudo é obscuro, porém, ao que eu saiba essa semana foi pago parte dos salários de março, restando os de abril e vincendos em maio. Lembrando que os que recebem até 5mil não tiveram redução e estão em dia. Levando em conta os 53 dias de paralisação ( e os inúmeros inúteis pendurados na folha), temos que aguardar o balanço pra opinarmos sobre o tamanho do problema.
    Kalil x 7, que vença o CAM, com os dois bem longe.
    Quanto à postagem do GNV, o Blogueiro é comedido tal qual um príncipe. Como eu – com quem agride meu Galo e minha Torcida – tenho modos da princesa Fiona, e estou indignada, mando 7 TNC.
    Canalha o senhor 7 Câmara, canalha o maria de merda do marketing, e canalhas TODOS que apoiam a permanência desse sujeito dentro do CAM.
    Processe-me, Tenente, como fez com outros Torcedores no passado. Repito: Sergio Sette Câmara, o senhor é um canalha, mau caráter e OPORTUNISTA que usa o Galo e sua Torcida pra alavancar patrocínio e mídia para o seu filho Serginho.
    Colocar e manter esse maria que zomba descaradamente do Galo, é uma afronta das mais odiosas. E O PIOR é que a provocação agora foi na rede social oficial do GNV. Galo Na Veia, sabe o que isso significa 7? Não sabe.
    Vai esperar ele usar o twitter oficial do Atlético pra chamar o Torcedor de franga? No meu caso, ate gosto, na minha idade isso é um elogio, mas…
    O senhor não tem competência nem moral pra presidir o CAM! Some do Galo e leve esse maria junto pra PQP.

  3. As coisas devem voltar ao “normal” em breve porque os políticos bonzinhos devem ter que retomar as atividades de campanha para as próximas eleições e aí o covid vai sumir da mesma forma que sumiu ou foi ignorado no carnaval. Pelo menos o nosso time de craques feminino está com os salários em dia.

  4. Bom dia Massa e Guru

    É fato que os problemas financeiros dos clubes advém da irresponsabilidade de dirigentes que pressionados pela torcida acabam contratando e pagando salários fora da realidade aos seus atletas, sem levar em consideração a equação, receita x despesas.
    Resultado: clubes cada dia mais endividados e jogadores e empresários cada dia mais ricos. No galo não foi diferente e chegamos ao absurdo de pagar 900 mil, segundo dizem por ai, a um vigarista camisa 9 que hoje nos deve 10 milhões. Isto sem contar as dívidas de compras que num círculo vicioso acabam por ninguém pagar a ninguém. Exemplo? O caso Pratto: o Galo deve ao Velez, o São Paulo deve ao Galo e o River deve ao São Paulo.
    A continuar como está, com os clubes sem condições de pagar os jogadores e atrasando salários, certamente os jogadores vão adotar a famosa lei de Vampeta “Os clubes fingem que pagam e nós fingimos que jogamos”.
    No Galo, primeiramente precisamos urgentemente implantar a cultura do custo benefício, ou seja, qualquer jogador ter inicialmente contrato para no máximo 2 temporadas e com metas. Caso estas metas sejam cumpridas, ai sim, renovação automática por mais 2 ou 3 temporadas.
    Não podemos mais jogar dinheiro no lixo com contratações com as de Bolt, Terans, Zé Wellerson, Clayton, Mansur, Denilson entre outros.

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