Um time em cada partida

Sou dos tempos em que a meninada decorava a escalação do seu time, que, via de regra, durava quatro, cinco e mais anos, com uma ou outra alteração pontual. De tempos para cá, com a Lei Pelé, depois a do Zico, que também chegou a ser ministro de um dos governos, a coisa tomou outro rumo e os salários dispararam.

Me lembro que, numa noite com meu pai na fazenda ouvindo o noticiário de uma emissora do Rio de Janeiro, um determinado ponta esquerda do time dele – Flamengo e o nome do cara era Arilson – renovou seu contrato e meu pai comentou: “Eu levo um ano para ganhar o que ele vai receber num mês”. Aquilo ficou na minha cabeça por tempos, uma vez que o meu pai – fazendeiro – levantava cedo e cuidava do gado e plantações numa modesta propriedade rural.

Hoje, se ele estivesse aqui, nem sei como iria reagir. Sei que o que eu ganho é muito mais que a renda dele que criou oito filhos. Mas, pelos salários atuais, eu levaria dez ou mais anos para receber o que muitos dos meus ídolos recebem num curto espaço de tempo. Não quero aqui criticar os salários deles, longe de uma pretensão desta ordem, mas o que mais me deixa perplexo são as constantes alterações nas escalações.

Do time do Galo, campeão da Copa Libertadores de 2013, restam Victor, Marcos Rocha, Leo Silva e Leandro Donizete. Só tem três anos e oito jogadores daquela equipe que ganhou o maior título da nossa história já tomaram rumo. Jogadores da base eram cuidadosamente lançados no time principal e quando estreavam – de tão esperados – sua escalação comemorada pelo torcedor. Vi Zico sendo lançado no time do Rio e acompanhei – passo a passo – Reinaldo em suas primeiras partidas, lançado nada menos que pelo Telê Santana.

Por falar no Rei, duas informações. Hoje, 7 de setembro, completa exatos 45 anos que Barbatana trouxe aquele garoto lá de Ponte Nova. Outra: daqui poucos dias, o blog ainda vai trazer detalhes, iniciando as comemorações dos 60 anos dEle, será lançada sua biografia.

Pois bem na base atual, quando surge alguma revelação, o clube já vem sendo assediado por empresários e clubes europeus. Deixando de lado essa questão de jogadores formados no clube e pensando só no Galo neste ano de 2016, vejamos. Até outro dia o time titular começava com Victor, Marcos Rocha, Leo Silva, Erazo e Douglas Santos. Quem joga hoje? Victor deve ficar de fora, então vamos de Giovanni, Carlos César, Gabriel, Edcarlos e Fábio Santos. Nenhum dos titulares em campo.

Victor depende de avaliação e sua presença é difícil. Rocha e Erazzo estão no Departamento Médico, ao lado de quase dez outros companheiros. Leo Silva está suspenso e Douglas Santos foi vendido. Entre os volantes, os titulares seriam Rafael Carioca e Leandro Donizete. O primeiro tem chance de jogar, uma vez que deve chegar no meio da manhã em Belo Horizonte. Donizete faz companhia a Rocha e Erazo. Vamos de Lucas Cândido. Até gosto dele.

Dali pra frente seria Maicosuel, Robinho, Pratto, e Fred. Deles, três estão garantidos, mas o argentino não chegará a tempo. Servindo às seleções de seus países, ele e Otero – que seria a opção – não estão nem nos planos do treinador pela inviabilidade temporal. Quem vai entrar, acreditem, será Carlos Eduardo. Só de pensar nele em campo, me dá sono. Assim como ele.

Ainda assim, o Atleticano acredita numa boa vitória sobre o Vitória e nos três importantes pontos para a sequência da competição. E mais, que nas próximas rodadas o DM nos livre das constantes baixas. Afinal, o que está acontecendo? A Torcida quer e merece saber!