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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

Muitas perguntas, poucas respostas

Max Pereira
@pretono46871088
@MaxGuaramax2012

E a bola rolou pela primeira vez em 2022. Como não podia ser diferente, um time nitidamente montado para cumprir tabela segundo critérios questionáveis e com, dificuldades táticas e coletivas naturais, entrou em campo no velho e acanhado estadinho Castor Cifuentes, reduto histórico do Leão do Bonfim, na vizinha Nova Lima, e fez um jogo marcado por muitas dificuldades, pouca ou nenhuma qualidade de transição ofensiva e poucos altos e muitos baixos.

Se a geografia facilitou em tudo a logística atleticana e não foi razão de nenhum desgaste, o gramado e a exiguidade de tempo para uma preparação minimamente decente e humana jogaram contra o Galo mais famoso e querido do mundo.

Já era sabido que o Atlético mandaria a campo um time alternativo, priorizando, conforme fartamente alardeado pelo clube, a escalação daqueles jogadores que estivessem em melhores condições físicas e, portanto, em melhores condições para suportar os 90 minutos de um jogo que, na verdade, nem deveria ter sido confirmado para esta data. Afinal, os jogadores atleticanos tinham reiniciado as atividades há exatos 10 dias e fazê-los entrar em campo nessas condições era algo extremante contra indicado e desumano.

Apenas para deixar registrado vale lembrar que a desfavor do time atleticano se conjugaram o péssimo gramado, tradicionalmente duro, seco e irregular e o fato de que os jogadores do Villa já vinham treinando desde o inicio do mês de dezembro, o que facilitou a eles a tarefa de jogar de igual para igual contra o amontado atleticano, impedindo que a supremacia técnica do 11 alvinegro não fosse determinante na partida. Mas isso não explica o jogo pouco eficiente do Atlético e nem todas as dificuldades que o time enfrentou.

Se de um lado foi apenas o primeiro jogo da temporada, com estreias, treinador novo, formação inédita e mais estranha do que curiosa e surpreendente e, assim, qualquer rejeição definitiva, seja em relação a qualquer jogador que tenha entrado em campo, seja em relação ao trabalho do comandante que pela vez primeira se sentou no banco atleticano, é equivocada, injusta e precipitada, de outro a partida nos deixou mais perguntas do que respostas.

Não é novidade até para o mais incauto dos observadores que “El Turco” Mohamed não teve tempo para treinar e ajustar o time que mandou a campo, assim como também para conhecer o elenco que tem à sua disposição. E isso ficou bastante claro a partir da escalação inicial e do que aconteceu durante os 90 minutos.

E, ainda que se lhe reconheça o direito de definir quem vai jogar, quem vai para o banco, quem deve ou não ser substituído e quem deve entrar ou não no decorrer do jogo, as escolhas de Antonio Mohamed deixaram muitas interrogações. Abrir mão, por exemplo, de um armador, de um construtor de jogadas por excelência ou de alguém capaz de executar essa função como o “El Turco” o fez, é intrigante e suscita mil e uma conjecturas, podendo alimentar, inclusive, algumas teorias da conspiração. Por que Calebe não foi utilizado nesse jogo e por que lançar Castilho na cabeça de área se eu tenho Neto, alguém, em tese, mais afeito a essa função?

Em todas as pesquisas e consultas feitas ao torcedor atleticano antes do jogo, Neto e Calebe, por exemplo, eram presenças mais do que certas no time alvinegro que estrearia no campeonato mineiro de 2022. A informação, contudo, de que o Atlético mandaria a campo um time formado por jogadores que haviam disputado a Copinha ao lado de outros que não vinham jogando regularmente na temporada passada, levou muita gente a conjecturar que garotos como Rubens, Felipe Felício e Luiz Felipe, integrados ao profissional no inicio dos trabalhos da equipe principal, poderiam começar jogando.

Destes, apenas Felipe Felício deu o ar de sua graça e, tão somente, no final do jogo, para manter a aposta do treinador em uma formação, teoricamente ofensiva, com dois homens de área, mas que, na prática, com Sasha e Fábio Gomes desde o início da partida, não funcionou. Não, não se trata de questionar por questionar as decisões do treinador e, nem tampouco, de impor-lhe as minhas escolhas, mas de buscar entender as preferências de “El Turco” e conhecer as respostas a algumas questões que clamam por algum esclarecimento.

Ao defender a escalação de um time mesclado com jogadores do Sub 20 e outros que foram pouco utilizados por Cuca na temporada passada, o Atlético sinalizava se preocupar não só em utilizar jogadores melhor condicionados fisicamente, como também colocar em campo um 11 minimamente entrosado e mais acostumado a jogar juntos. As estreias, portanto, seriam pontuais. Há que se dar tempo ao tempo. Pelo menos, era isto que muitos inferiam a partir do noticiário do clube.

Ademais, o bom senso indicava que o novo treinador não deveria buscar promover mudanças radicais na forma de jogar do time e, ao mesmo tempo, buscar preservar os legados de seus antecessores. O discurso, aliás, do clube e do treinador, não indicavam nada diferente disso. Na pratica, entretanto, a teoria parece indicar um caminho bem diferente, vez que o que se viu em campo, na verdade, foi um time inovando perigosamente, sem o treinamento e os ajustes necessários.

Aqui um alerta. Cuca quando chegou ao Atlético ano passado errou muito e viveu tempos turbulentos dentro do clube até começar a conhecer o elenco e a entender que seria inteligente e profícuo manter os legados de Sampaoli e se limitar a melhorar o que tinha que se melhorado. E tudo indica que o treinador argentino, naturalizado mexicano e de ascendência libanesa, se quiser ser vencedor, vai ter que passar pelo mesmo aprendizado. 

E, para dizer que nem tudo foram espinhos no jogo, a entrada de Dylan Borrero, a movimentação do jovem colombiano e a jogada do gol atleticano têm claramente o dedo de alguém. Não é mesmo, Mohamed? Mas, não é só isso. Senão, vejamos:

Em entrevista recente o próprio presidente deixou claro que uma das premissas básicas para o perfil do treinador que o clube buscava era um profissional que gostava de trabalhar as jovens promessas da base. Assim, indo muito além das escolhas de Mohamed para o jogo diante do Villa, necessário se faz questionar o Atlético em relação ao que o clube está fazendo, de fato, para garantir uma transição segura, eficiente e humana da base para o profissional.

As noticias recentes sobre saídas de jovens promessas indicam claramente que a necessidade de se fazer receita com vendas de jogadores está se sobrepondo perigosa e temerariamente ao projeto indicado pelo próprio clube que era o de qualificar a transição, apostar na evolução e na lapidação das joias da base e nas respostas esportivas que estes garotos, se bem trabalhados e orientados, podem dar. Os resultados financeiros seriam, portanto, consequência natural desse trabalho e viriam sem sacrificar os resultados esportivos.

O empate foi um resultado normal e explicável em razão de todas essas variáveis e pelo fato de que o time do Villa Nova não mereceu resultado pior. Se o Leão tivesse vencido, mais que aceitável, seria justo em razão do que o time de Nova Lima produziu e mostrou. Nem Mohamed e nem os jogadores que entraram em campo devem ser cobrados ou massacrados pelo resultado em si. E, antes de cobrar de Mohamed em relação às suas escolhas, há que se cobrar do clube as respostas às várias e várias questões que estão gritando por respostas.

15 thoughts to “Muitas perguntas, poucas respostas”

  1. boa tarde Eduardo e massa e max Pereira. ok vê no primeiro jogo um montes de peladeiros de várzea. espero eu que EL turco não seja outro dudamerda e teimoso se não a corneta vá piar.rsrs.simplismente tchê tchê e Guga avenida não são jogadores para o galo fracos e inúteis. a diretoria do galo faz péssimo negócio se não for meu engano comprou metade do passe do Fábio Bolt por milhões enquanto isso o flamerda foi no Santos e contratou Marinho por 1 milhão de euro acorda porraa. e nossa poderosa base que não revela ninguém e quando revela promessas e foguetes molhados iguais savinho. Carlos.Dodo.bruninho.etc.enquanto isto palmeiras esta para vender um jogador da base por mais de 80 milhões de reais. aliás está base só dar prejuízos com refugos etc.que venha tombense abre o olho EL turco. vai galooooooooooo.

  2. Bom dia!
    Penso (e boa parte da torcida) que o time deveria entrar do meio pra frente com Neto, Castilho e Calebe, Ademir, Fábio Gomes (que seria sacado na terceira canelada) e Echaporã. Simples assim. Tenho certeza que esse time renderia muito melhor. Mas tudo indica que não houve comunicação. O que essa comissão técnica permanente está fazendo que não deu sua orientação? Recuso me a crer que El Turco chegou teimando.

  3. Três prólogos em sequência falando, basicamente, do desempenho de um time que nem foi treinado por um técnico que não conhece nenhum jogador, num jogo de um campeonato rural que não vale nada… Só Freud explica!

    1. Teobaldo, simples assim.
      Vários já conseguiram em apenas um jogo, sem treino, afirmarem categoricamente que Fábio Gomes não joga nada. Incrível.

    2. Teobaldo, Se estiver falando do meu comentário, vou explicar: Falei do placar do jogo, vc concorda né?, critiquei o gramado, vc concorda né?, e dei minha humilde opinião sobre o atacante Fábio, se vc não concorda eu respeito.

  4. Bom dia!!!

    O Turco vai precisar mais do que os dez dias, pedidos por Cuca quando chegou, para acertar o ponto de jogo com bom desempenho do time atleticano…

    Diria que somente depois do quinto jogo do Mineiro o time pode achar o jogo…

    Até lá seria prudente, para todos os corneteiros, incluindo eu próprio, guardar a ansiedade no congelador e exercitar um pouco de paciência…

    Agora, se o time não se encontrar, e sofrer derrotas para o urubu da mão grande e o CSA de BH, o Turco pode subir no telhado da Cidade do Galo…

    Aí o presidente Sérgio Coelho vai precisar segurar a onda para blindar o treinador que pode entrar numa pressão pesada por resultados.

    Outra coisa: a torcida anda emocional e impaciente demais. Algo anormal para a Massa…

    Mas o bom dos maus resultados é o aprendizado. Que o Turco tenha percebido onde e de como melhorar a equipe para o próximo jogo…

    Vamo que vamo…

    1. Ernest, bom dia.

      “A torcida anda emocional e impaciente demais. Algo anormal para a Massa…”

      Será anormal mesmo?

      Vc tem razão, o bom dos maus resultados é o aprendizado. Mas, será que, dentro do Atlético, “El Turco” é o único que tem que aprender alguma coisa?

      Saudações alvinegras.

  5. Bom Dia! Eduardo: respeito muito suas opiniões, todavia não podemos tentar “tapar o sol com peneira.” Ao meu ver, além da troca do treinador – por sinal muito estranho -, e por motivos ainda não explicitados, além a do próprio ex treinador. Ao meu ver, haverá um despanche do time de 2021. O próprio Rodrigo Caetano está sinalizando. Arana, Natan, Zaracho, Savarino,devem ser os próximos. Achei um absurdo o empréstimo do Natan ao Flu. Com a eventual saida do Zaracho, Ele seria, ao meu ver, o substituto natural. Uma das justificativas do presidente, para a contratação do ” El Turco” foi saber trabalhar com as categorias de base. Balela! Infelizmente, o sub 20 do CAM está no nível do chão. A desclassificação na 2a fase da Copa São Paulo é exemplo.

    1. Jota Araújo, bom dia.

      Muito obrigado pela interação. Também respeito muito as opiniões do Esduardo.

      Concordo com quase tudo que vc escreveu. Como eu escrevi no artigo de hoje muitas perguntas e poucas respostas. A única ressalva que faço é em relação à base, na minha opinião, com dificuldades que precisam ser trabalhadas e, também, com questões que precisam estar aclaradas. Não sei se é o seu pensamento, mas qq crítica que explore e generalize uma possível deficiência técnica da garotada é injusta, precipitada e temerária.

      Saudações atleticanas.

    1. Edu, bom dia.

      Seria humanamente impossível que Nacho e qq outro jogador estivesse em forma com apenas 10 dias de treinamento. Cada jogador tem o seu tempo. Na temporada passada Nacho teve vários problemas que comprometeram o seu rendimento.

      Vamos dar tempo a ele, a seus companheiros e à comissão técnica atleticana.

      Saudações atleticanas.

  6. Boa tarde Massa, Max e Guru.
    Para mim a cobrança de respostas deve ser direta à diretoria, pois não havia necessidade de colocar El Turco no comando de uma equipe que ele mal conhecia e que culminou na cobrança intempestiva da torcida sobre o novo técnico
    . A torcida em peso cobra chances pra molecada da base e quando vamos pro jogo, quem é escalado? Tchê Tchê, que pelo que parece não ficará no clube. Que critério é este?
    A diretoria mesmo está tratando de queimar a molecada e dá mais combustível pra torcida falar mal da base. E a pergunta maior que não quer calar: se a molecada não tiver chance no rural, então quando terá?

    Mas, vida que segue. Espero que o primeiro jogo tenha servido de lição.

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