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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

A síndrome bipolar do Atleticano

torcedor Atleticano

É preciso saber entender essa nossa condição de bipolar. Tanto por nós mesmos, Torcedores, quanto por aqueles que nos representam, desde diretoria, comissão técnica e – principalmente – jogadores. A condição de Atleticano é algo que só é entendido por nós mesmos. Já pude escrever em várias ocasiões a respeito de nossa sagacidade, o que nos diferencia dos torcedores comuns, sejam mineiros, brasileiros ou de qualquer parte do planeta. Argentinos se aproximam do que é ser Atleticano. Copiam, na verdade. Não é por outra razão que sua seleção sempre se hospeda na Cidade do Galo.

Pois bem, vamos tentar discorrer sobre essas nossas particularidades aos infaustos e curiosos não-atleticanos que insistem em frequentar diariamente este espaço dedicado exclusivamente a Atleticanos. Até mesmo a uma ou outra pessoa que ainda não conseguiu perceber que o Atleticano pode ser bipolar com o time, mas não – necessariamente – na sua vida pessoal. São coisas distintas. Ontem, fui provocado a esse respeito, como se a bipolaridade fosse uma característica da minha vida pessoal. Não, definitivamente não. Quem me conhece pode atestar o que afirmo.

Nos tempos em que escrevia sobre o Galo no site “Mundo Vasto Mundo”, contei que convivi especificamente com duas mulheres absolutamente bipolares. Foram períodos duros, pois os momentos eram intercalados por normalidade e alterações de profundas incertezas. PQP! Era difícil, mas segui adiante. Com o Galo, não, os períodos são intercalados por paixão e tentativa de negação dessa paixão.

Um dos melhores textos que li sobre essa nossa particularidade, foi do saudoso amigo Roberto Drummond. Ele contava que, ao sair do Mineirão, depois de uma inesperada desilusão, avistou um torcedor inconformado que rasgava uma carteirinha de Atleticano. Picou o documento em vários pedaços e jurava nunca mais voltar aos jogos do Galo. No dia seguinte, casualmente, pelas ruas da cidade, avistou-se com aquele mesmo Torcedor. Indagou como ele estava e o Atleticano tirou do bolso a mesma carteirinha, toda colada e remendada, garantindo que iria à próxima partida do Galo. Assim é o Atleticano. Por isso que outras torcidas, especialmente formadas por simpatizantes, não entendem essa nossa paixão e devoção.

Transcrevo agora outro texto, este meu próprio, que está na contra capa do livro “Raça e Amor”, do amigo Ricardo Galuppo – segunda edição. “Ser Atleticano é chorar nas incontáveis vitórias e nos raros tropeços. É soluçar ao recordar dos ‘primórdios’ ou se lembrar do gol da última vitória. É não conter lágrimas ao ler ‘Raça e Amor’. É fazer dos nossos filhos mais Atleticanos ainda do que o muito que nós já somos. É voltar a pé do Mineirão e fazer longas caminhadas para pagar promessas, mesmo sabendo que, mais adiante, outras serão feitas – e ainda mais extravagantes. É não sair de Belo Horizonte só para estar perto dessa emoção chamada Galo. Isso não se explica. É pura paixão.”

Atleticano bipolar - Mundo Vasto Mundo
Foto: do blogueiro / imagem: Mundo Vasto Mundo

A título de explicação, embora, como disse, seja inexplicável. 1) o gol do Cazares na decisão da Copa Brasil não me sai da cabeça – acho que é o anúncio de um novo tempo; 2) tenho duas filhas, ambas se tornaram mais Atleticanas do que eu mesmo; 3) já voltei a pé do Mineirão, fui a Sabará e também a Itabirito, tudo pelo Galo; 4) tive propostas de trabalho no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, sendo que todas elas sofreram resistência, exatamente para não ficar longe do Galo. Então, isso é que nos faz diferentes de outras torcidas.

Em tempo: só para fechar. Faço este blog há quase um ano. Ao contrário do que alguns pensam, sem qualquer tipo de remuneração. Até tentei um apoio, especialmente, de empresas que teriam interesse e que estão entre os patrocinadores do Galo. Todas elas, três no caso, me deixaram na “sala de espera”. Ainda assim, resisto e – por várias vezes – assumi despesa para a manutenção deste espaço.

Não sou bipolar, sou Atleticano, afinal estou aqui todos os dias nas primeiras horas da manhã. Com a postagem de hoje, completando 474 posts desde o final de março do ano passado.

E segue o jogo!

17 thoughts to “A síndrome bipolar do Atleticano”

  1. SAUDAÇÕES ALVINEGRAS. PARABÉNS CARO EDUARDO PELAS 474 POSTAGENS. Postagens estas que em muitas vezes nos alegraram a alma e nos emocionaram. Sou leitor assíduo do blog e torço para que este número de postagens seja somente o início de milhares de outras. Infelizmente no seu primeiro ano aqui no blog o Galo não nos presenteou com um título, mas aqui é só Galo, e independente de título, somos felizes somente pelo nosso Galão da Massa existir. Este ano Vossa Senhoria e todos nós atleticanos seremos presenteados com um grande título, eu tenho fé, portanto vá se preparando para escrever uma crônica com a lágrimas caindo sobre o teclado em breve de tanta alegria. Tal como fez Fred Melo das Arquibancadas do Mineirão, quando do título da libertadores. Naquela ocasião,Fred Melo, profetizou ” e agora, o que faremos de nossas vidas, depois dessa conquista épica, pois tudo para nós agora perdeu a graça”. E GALO É AMOR DEMAIS POR VC. BICA BICUDO. E FIQUE FIRME EDUARDO ESTE ESPAÇO É MT VALOROSO PARA NÓS.

  2. Jornal “A Bola” de Portugal acaba de anunciar:”SPORTING
    Acordo com o Atlético Mineiro por Elias
    22:28 – 23-01-2017
    A- A A+
    Sporting e Atlético Mineiro já chegaram a acordo para a transferência de Elias e o médio poderá ainda esta terça-feira assinar contrato com o clube brasileiro.

    As negociações tiveram desenvolvimentos significativos após a chegada a Lisboa do presidente do Atlético Mineiro, Daniel Nepomuceno, e do empresário Giuliano Bertolucci para acertarem a compra dos 50 por cento do passe de Elias que pertencem ao Sporting, conforme noticiou o UOL Sports.”
    Ps: só falta o nepomuceno twitar agora….

  3. Eduardo, esse tema é ótimo para reflexões. Somos bipolares mesmo! Mas para mim, no momento a crise é de ansiedade, não de bipolaridade, pois não há euforia nem depressão. Somente uma ansiedade exagerada, alimentada em muito por jornais, blogs, comentaristas esportivos. Semana que vem haverá um clássico, por um torneio que não vale nada! Claro que não queremos perder, mas o resultado da partida não definirá como será o ano. Os jogadores contratados necessitam de tempo para provarem algo, quer seja bom ou ruim. A libertadores começa em Março, e o grupo do Galo não possui equipes tradicionais. Imaginem como estão os torcedores dos times adversários sabendo que enfrentarão Fred, Robinho, Pratto, Cazares? Se é necessário que o Galo respeite seus adversários, é compreensível o respeito dessas equipes ao time mais tradicional de seu grupo. 5 libertadores seguidas! As finais do mineiro só meio do ano. o início do brasileiro só após os regionais. As finais da libertadores só novembro, um mês antes dos jogos finais do brasileiro. Os volantes chegarão daqui a poucos dias. Tem tempo para as competições principais. Claro que queremos que o time vença sempre. Mas somos sabedores que ganhar torneio e jogos em janeiro e fevereiro não são garantias de que o ano será promissor.
    O elenco é bom e será reforçado. A diretoria está trabalhando.

  4. Eduardo, meus cumprimentos pelo seu artigo sobre a bipolaridade Atleticana, e agradecimentos pela sua eterna disposição de comentar sobre o GALO e dar oportunidades para os “bipolares” se manifestarem diariamente. Abraço, e viva o Galo!!!

      1. Caro Eduardo, parceiro de Portal Uai, por acaso decidi ler esse seu post de hoje. Às vezes passo por aqui para acompanhar seu trabalho. Não tenho problemas com isso. Fiquei surpreso ao ler este seu comentário sobre mim. Quero te agradecer e dizer que a recíproca é verdadeira. Com certeza, os atleticanos que acompanham seu blog se sentem bem representados. Sobre a idade, não significa muita coisa. Invejo as histórias e as vivências que vocês têm e que eu ainda não tenho. Mas o legal é essa troca entre gerações. Sucesso pra você e continue fazendo seu bom trabalho. Um abraço a todos vocês!

        1. Caro PH, alegria em recebe-lo aqui. Farei uma visita em seguida ao seu espaço similar aqui no UAI/Superesportes. Aproveito para convida-lo a uma saudável resenha em torno do futebol, especialmente o mineiro, e cada um – claro – puxando para o seu time do coração. Que o Benny, mesmo sendo do seu lado, promova este nosso encontro. Aqui ele atua, com maestria, na condição e isenção de coordenador. Nossa rivalidade é e sempre será saudável. Mas, confesso, para um sessentão é inevitável a inveja de um garoto de vinte anos. Forte abraço!

    1. Educruise, eu não falo em nome do Eduardo e nem do blog. Nós atleticanos em nossa bipolaridade somos harmônicos e independentes. O que você está admirando no blog é a autenticidade de cada um de nós e a volúpia com que mudamos de ideia em relação ao nosso Galo. Qualquer opinião que damos a favor ou contra estamos sempre defendendo o nosso Galo e expondo as entranhas de nossa paixão. É difícil fazer isso sendo cruzeirense. Desculpe-me mas, falta em vocês a essência da paixão. A sua admiração pelo blog e por extensão pelo Eduardo é porque nele e aqui você sente a essência da paixão. Quer ser feliz? Vem prá cá.

  5. Vi o jogo do schalke 04 no último sábado, o Roger atuou como zagueiro. Diante disso, creio que a Diretoria não investirá neste setor, por ora. Porém, essa “tranquilidade” da Diretoria em contratar volantes me preocupa. Já é quase fevereiro, a Libertadores começa dia 08.03. Tem o tempo de adaptação, entrar em forma, entrosar o time, etc… É preciso agir de forma mais agressiva no mercado, ir lá e buscar o jogador. A impaciência da torcida é justificável!!!! Elias e Gago são ótimos reforços, vale o investimento. Espero finalmente ver o Galo campeão brasileiro.

  6. Bom dia pra todos aqui nesse blog que aos poucos estou virando fã e parabéns a você meu caro Eduardo que nos proporciona estar aqui pra falar dessa paixão que temos O CLUBE ATLÉTICO MINEIRO NOSSO GALÃO . pra este ano como já disse aqui tenho muita convicção que vai emplacar quem trabalha tem resultado e o Roger quer trabalhar e já tem o grupo nas mãos , sinto que os jogadores estão entendendo o recado por isso confio que esse ano tem surpresas muito boas por vir . AQUI É GALO P………

  7. Os 2 primeiros comentários do presente texto, ilustram bem a nossa “bipolaridade”. A respeito do Roger, num primeiro momento tinham uma opinião. Agora outra. Como não aprovei a contratação, ainda tenho dúvidas se foi o nome certo. Muitos Atleticanos “bipolares”, acham o elenco UMA MARAVILHA. Outros “bipolares” (como Eu), acham que falta MUITO para se tornar um TIME COMPETITIVO. O contraditório SADIO, é a marca registrada (TM) do Blog. Apenas para análise: Cazares no time B?

  8. Bipolaridade também é equilíbrio caro ! O mundo em que vivemos também é bipolar , não fosse isso, viveríamos de ponta – cabeça né não?! … Martha Medeiros define muito bem : “Toda emoção é inconstante, toda paixão é bipolar. Tudo é mistério, tudo é instável, e sorte de quem aprende a se equilibrar nessa gangorra”. … digo eu ; nós Atleticanos somos bem assim, que mal que há nisto … nenhum ! Boa semana à todos e sucesso sempre … SAN

  9. Eduardo, na contratação do Roger, pensei como o Paulo e agora sinto a mesma confiança. Falando das lambanças dos figurões que passaram pelo Galo, não esqueço do hoje endeusado Tite que quando aqui esteve nos colocou na série B.

  10. Bom dia, Eduardo e atleticanos que fazem deste mundo um lugar melhor. Se não existisse o Atlético e os atleticanos esse mundo seria uma merda e você, Eduardo estaria no Rio, São Paulo ou Brasília e deprimido sentindo falta de algo em tua existência. Ser atleticano como todo atleticano já disse não tem explicação. Sem querer explicar nada acho que é a parte masoquista da nossa psique que nos transforma em atleticanos. Mas, como temos também o sadismo como companhia nas vitórias ficamos um tanto divididos. Então, na verdade somos sadomasoquistas e pronto, não expliquei nada porque não tem explicação. O bom mesmo é ser atleticano. Quanto ao Roger, quando foi contratado eu falei aqui mesmo no blog que ele nunca mostrou nada de importante nem como jogador e muito menos depois que virou técnico. Depois, observando melhor deixei de desconfiar dele e comecei a ver algumas virtudes. É trabalhador incansável, estudioso de futebol e anseia por acertar aqui no Galo. Isso está contaminando os jogadores e já podemos perceber mudança de atitude de alguns deles.
    Não custa nada termos paciência com ele. Já fomos decepcionados por um monte de figurões que aqui aportaram fizeram suas lambanças e nos deixaram com a nossa bipolaridade exposta. O Galo 2017 vai dar certo.

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