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Eduardo de Ávila
Defender, comentar e resenhar sobre a paixão do Atleticano é o desafio proposto. Seria difícil explicar, fosse outro o time de coração do blogueiro. Falar sobre o Clube Atlético Mineiro, sua saga e conquistas, torna-se leve e divertido para quem acompanha o Galo tem mais de meio século. Quem viveu e não se entregou diante de raros momentos de entressafra, tem razões de sobra para comentar sobre a rica e invejável história de mais de cem anos, com o mesmo nome e as mesmas cores. Afinal, Belo Horizonte é Galo! Minas Gerais é Galo! O Brasil, as três Américas e o mundo também se rendem ao Galo.

SEMANA DE MANTER OS OLHOS ABERTOS!

Ricardo Galuppo

Repita comigo: o time do Galo para 2022 ainda está em formação. Por mais que os jogadores sejam praticamente a mesma, há uma série de detalhes diferentes e precisamos estar atentos a eles. Até o final do Campeonato Mineiro, todos os jogadores do elenco precisam ser oportunidades reais de mostrar a que vieram. Alternativas táticas precisam ser exploradas. Variações do esquema de jogo precisam ser postos em prática. 

E mais: as energias dos atletas precisam ser dosadas nas partidas de menor exigência técnica para que os jogadores não entrem na pilha de adversários menos talentosos nem corram o risco de se machucar ainda na largada da temporada. Mas, de qualquer forma, o time, que ainda não está pronto, ainda terá pela frente um mês inteiro para ganhar musculatura e encarar as primeiras partidas dos torneios mais importantes.

Dizer e compreender essa realidade, é claro, não significa supor que o time deva negligenciar a partida do próximo domingo, pela 9ª rodada do Mineiro, e entrar em campo com o pé frouxo. Nada disso. O jogo contra o time da firma do Ronalducho não pode ser encarado apenas como uma etapa do processo de formação do Galo para a temporada de 2022. Ainda que a partida em si não tenha lá muita importância e que o favoritismo alvinegro salte aos olhos até mesmo dos mais renitentes simpatizantes do outro lado da lagoa, é importante que os jogadores a encarem como um duelo de vida ou morte. 

Uma vitória maiúscula no próximo domingo, como a lógica sugere que virá, encherá a Massa de satisfação — não pelo prazer de bater num moribundo que luta para retornar à vida. Nossa comemoração, caso a vitória nos sorria com a generosidade merecida, acontecerá mais por culpa da postura e da atitude da torcida que perde o time, mas não perde a vaidade, do que pelo prazer de passar por cima de um time caquético como aquele.

FALA, ZEZÉ!

Futebol, no entanto, nem sempre se explica pela lógica e — até mesmo por isso — é bom ficarmos de olhos bem abertos. A diretoria, que até tem feito um trabalho à altura das ambições da Massa, deve prestar atenção a todos os detalhes extracampo que possam interferir no desfecho da partida. O apito sempre é uma preocupação, mas esse tema eu deixo para o titular deste espaço, Eduardo de Ávila, comentar. Minha preocupação é com um aspecto que, em outros momentos, aumentaria meu otimismo. Mas que, pelo ambiente que vem sendo criado em Minas Gerais e no Brasil, hoje merece um sinal de alerta: o mando de campo é nosso!

Esse fato, que em outras circunstâncias seria visto como um trunfo, pode se voltar contra nós caso algum torcedor mais exaltado, ou até mesmo alguma criatura vaidosa infiltrada no meio da Massa, faça alguma besteira. No sábado passado, em Porto Alegre, o Internacional viu a vantagem de enfrentar o conterrâneo Grêmio em seus domínios se transformar em problema por atitude de alguns imbecis. Algum babaca mais esquentadinho, querendo exibir a macheza típica dos covardes, atirou uma pedra contra o ônibus do adversário. O resultado foi que os donos da casa, que tinham tudo para, em campo, devolver aos gremistas as aporrinhações dos últimos anos, passaram a ser tratados como culpados por uma situação que poderia muito bem ter sido evitada. 

Portanto, vamos deixar para nos manifestar nas arquibancadas. Com entusiasmo, com alegria, mas sem exaltação. O menor deslize por parte de nossos torcedores será suficiente para dar aos adversários — chorões e despeitados como sempre foram — o pretexto de que necessitam para tentar diminuir a superioridade alvinegra. As hordas simpatizantes que irão ao Mineirão estarão ali dispostas a provocar, agredir e depredar o estádio — como fizeram há exatos 814 dias, quando seu time caiu para a Segunda Divisão.

Não podemos cair nas provocações que certamente serão feitas. Mas precisamos nos proteger. A solução para isso é cobrar da PM e dos administradores do Mineirão um reforço no policiamento externo e na segurança interna. E iniciar desde já um trabalho educativo para que a Massa não caia nas armadilhas que essa gente despeitada certamente irá armar nem tome a iniciativa de praticar qualquer gesto que possa ser considerado hostil. Vamos agir fora de campo com uma atitude que reflita a superioridade de nosso time sobre a equipe da firma do Ronalducho. Minha sugestão é responder com um sonoro “Fala, Zezé” a toda e qualquer provocação que eles nos lancem. 

JOGADAS IDÊNTICAS

Mas, falando do que interessa, uma vitória no próximo domingo dará a Antonio Mohamed o tempo e a tranquilidade de que ele necessita para continuar seu trabalho sem que o som das cornetas, que já começam a se ouvir contra ele, se torne mais estridente. Sim. Nas duas últimas partidas, em momentos que o placar esteve desfavorável ao Galo, percebi nas redes sociais algumas críticas mais ácidas ao treinador. Coincidência ou não, algumas dessas cornetagens partiram dos mesmos que, num passado recente, pediam a cabeça do goleiro Everson a cada gol sofrido pelo Galo…

Na minha modestíssima opinião — e sem querer tirar a razão de quem deseja ver o time pronto desde já —, creio que o caminho para as conquistas de 2022 está sendo bem pavimentado pelo comando do futebol atleticano. E alguns sinais dessa realidade já começaram a aparecer.

Muita gente reparou a incrível semelhança entre a jogada do segundo gol contra o Tri-Vice Flamengaço Classificadaço e o lance que resultou no segundo do Galo na partida contra o esforçado time do Pouso Alegre, sábado passado.  Em ambas as jogadas, o promissor Ademir fez um lançamento preciso que cobriu toda a defesa adversária. A bola, nas duas oportunidades, chegou a Vargas que, de cabeça, a passou para o meio da área. No jogo contra o Tri-Vice, a bola encontrou Hulk. Contra o Pouso Alegre, quem estava lá era o Eduardo Sasha.  

Essa semelhança, claro, é muito mais do que uma simples coincidência. Ao se posicionar naquela região do campo, Vargas simplesmente obrigou que as defesas adversárias se abrissem para marcá-lo. Isso, naturalmente, descongestionou o miolo da área e permitiu que os centroavantes pudessem mandar a bola para o fundo das redes. Este e alguns outros sinais de mudança tática tem sido suficientes para mostrar que Mohamed não está parado e pode ser tudo — mas bobo ele não é. O Turco entende de futebol e sabe o que está fazendo. Outras jogadas estão senso ensaiadas e, com o tempo, o time estará mais azeitado e os resultados grandiosos certamente aparecerão. Mas que, com o que temos hoje, temos elenco e conjunto para passar por cima do time da firma, isso nós temos. Vamos festejar sem nos deixar levar pelas provocações e pelos gestos de despeito!

GRANDE GRAPETE!

P.S: Não posso deixar mencionar a tremenda bola dentro da diretoria ao homenagear no sábado, antes da partida contra o Pouso Alegre, o grande José Borges do Couto. Se alguém não sabe, esse é o nome de Grapete, um dos zagueiros que mais honraram a camisa 3 do alvinegro. Campeão Mineiro de 1970 e Brasileiro de 1971, Grapete era um beque que impunha respeito sem precisar apelar para a violência. Tanto assim que passou quase dez anos de sua carreira sem ter sido expulso de campo. 

Só não ganhou o troféu Belfort Duarte, reservado aos zagueiros mais leais do futebol brasileiro porque o larápio que apitou a partida do Galo contra o Cerro Porteño pela Libertadores de 1972, em Assunção, o pôs para fora do campo depois de uma disputa de bola em que o adversário — e não ele — foi o agressor.  

Ver Grapete receber das mãos de Victor uma camisa com seu nome impresso nas costas é de encher qualquer atleticano de orgulho. Mais do que isso, o gesto demonstra que, por mais que esteja vivendo um novo momento em sua história, com o apoio dos empresários que decidiram investir para resolver os problemas financeiros que o clube sempre teve, o Galo é o mesmo de sempre. O Galo de 2022 é o mesmo clube fundado por um grupo de estudantes em 25 de março de 1908 — e essa corrente nunca será quebrada. Um time que emociona, apaixona e é, sem dúvida, objeto da paixão mais generosa já vista nas arquibancadas de todo o mundo! 

13 thoughts to “SEMANA DE MANTER OS OLHOS ABERTOS!”

  1. Concordo plenamente com as críticas ao sistema de jogo do El Turco. O time piorou. Mas, levar bola de cruzamentos na área, desde há muito tempo o Galo vem sofrendo desse mal. Os caras da defesa não se posicionam adequadamente. Esse é um problema crônico. Toda vez que a bola é alçada na área do Galo sinto um frio no estômago.

    1. Pois é, caro Marcelo da Astra Norte, a ansiedade e a afoiteza fazem o cidadão morder no arame. Ou no travesseiro. Como diria o filósofo da Enseada das Garças: “vamos aguardar”.

  2. Apesar do título da supercopa, na minha opinião, e de boa parte da torcida do galo, o esquema 4-2-4 utilizado pelo Turco, e HORROROSO, acabou o futebol bonito, é um buraco gigante no meio campo e ligação direta entre zagueiros e pontas. Com essa bola, vai ser difícil no Brasileiro, espero que o Turco não seja professor “pardal” e coloque o time mais equilibrado no campo. Apenas 2 jogadores de marcação no meio NÃO DÁ.

  3. Boa tarde para todos!
    Toda semana de clássico sempre vimos a catimba,a safadeza,a tremedeira e muitas de atitudes rasteiras dessa gentinha mesquinha que dirige o ex rival. Temos que ganhar o jogo e de preferência sem lances polêmicos e acabar com a única possibilidade de orgasmo dessas marias no ano.
    Saudações atleticanas!

  4. Nossa! parece que o Grapete encolheu. Ele era forte, altivo e um excepcional zagueiro. Parabéns à diretoria pela iniciativa, que deverá se estender a outros.

  5. DEFESA
    Com o futebol que o Allan tem jogado , nem com Beckenbauer de líbero a defesa se aguenta .

    BASE
    Nas antigas tínhamos a várzea com incontáveis torneios que levavam a campo os mirins , nas preliminares .

    Tínhamos o metropolitano de salão com a participação de todos os clubes esportivos e de laser da cidade .

    Também os campeonatos escolares pra turma entre 10 e 14 anos , quase todos os colégios tinham um campo de futebol .

    Os clubes profissionais tinham lá os infantis , que recebiam dezenas de garotos com suas chuteiras de pregos para testes , levados pelos seus proprios sonhos ( seu Zé das Camisas que o diga ) .

    Desse desfilar “in natura” de atletas em potencial surgiam os jogadores (alguns geniais) que faziam a alegria do futebol pelo futebol .

    E hoje o que movimenta o esporte-paixão mundo afora são as SAs.

    Volta logo , campeonato mineiro !
    Quero ver é bola rolando .

  6. Bom dia,

    O resultado do jogo contra o Pouso Alegre foi mais do que normal, equipes que vem de um momento de alto estresse dá uma relaxada quando julga que o adversário é menos qualificado do que o anterior, ainda erguendo a taxa fica mais difícil ainda.
    Só para exemplificar: Flamengo 2 x 2 Resende, Palmeiras 0 x 0 Inter de Limeira e Athlético-PR 1 x 2 Operário-PR, resultados pós disputas de título.
    Nesta época de 2021, exatamente estava sendo cobrado performa-se ao treinador Cuca que arrastou o mal futebol até as decisões do Mineiro.
    Não é querer ser superior, mas só me preocupo com o Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil, na sequencia Mundial.
    O Mineiro para mim é preparativo, treinamento, peneira, condicionamento físico e adaptação ao novo esquema e treinador.
    Isso não descredencia o jogo do próximo domingo e as vitória que torço e as espero a cada vez que o Galo entra em campo.
    Fico daqui torcendo mesmo é pelo sucesso dos jogadores da base, me frusto a cada escalação quando não vejo relacionado entre os 11 o Castilho, Neto e Vitor Mendes.
    Quando não entra nenhum deles em campo, muito mais frustrado e quando não vejo nem no banco como no último jogo (Vitor Mendes) fico profundamente decepcionado.
    Por isso sou favorável a venda do Sávio, Marquinhos e outros que possa deixar dinheiro nos cofres, acredito que pelos campos utilizando a camisa do Galo vão envelhecer sem oportunidades.
    No caso específico do Castilho e Vitor Mendes, a saída do Cuca prejudicou ainda mais, porque o desempenho deles no Juventude foi destaque do campeonato.
    Boa semana a todos!

  7. Bom dia!!!

    Na temporada passada, a 21, o Atlético alcançou o ápice de seu desempenho em campo graças ao equilíbrio entre todos os setores do time e ao elenco muito bom que permitiam trocas que não quebravam a qualidade da equipe.

    Esse alto desempenho só chegou quando Cuca conseguiu blindar o sistema defensivo que simplesmente não funcionava com seu antecessor (Sampaoli).

    Pois é, esse tempo de defesa exposta parece ter voltado com o Turco.

    O esquema 4-2-4, que o Turco tenta implantar, não tem funcionado a contento.

    O meio campo está aberto e um buraco, a zaga desprotegida e insegura, e em toda e qualquer partida o que se vê é o time passar sufoco.

    O time perdeu a transição, os chutões da defesa para o ataque voltaram a aparecer e esse buraco no meio campo expõe o grande defeito desse time atual (desequilíbrio entre setores).

    Até o Allan, que fez uma belíssima temporada 21 e chegou a condição de selecionável, de repente começou a falhar.

    Para mim é um grande equívoco de grande parte da Torcida pedir a contratação de dois zagueiros sob alegação de que Godín está velho e acabado para o futebol e o Natan virou um perna de pau.

    O problema não está nos caras, mas sim no desarranjo tático que o Turco produziu nesse time que está estourando na contenção e na defesa.

    Para o jogo contra o CSA penso que só um palpite triplo, como permite a Loteca, pode garantir a certeza de acerto de antemão no resultado.

    Vou de triplo para me garantir.

    Tá osso…

  8. Essa foto aí é pesada,hein Galuppo?!
    Além dos 910 jogos pelo GALO, soma-se tbm TRÊS títulos enormes,dois Nacionais e um dos torneios mais importantes do mundo, juntamente com a liga dos campeões da UEFA,que é a Libertadores da América. Gostaria de ver a diretiva do GALO prestando homenagem ao Vanderlei Paiva,o carregador de piano Alvinegro,CAMpeão Brasileiro e o jogador de linha que mais atuou com a Armadura Alvinegra. Salvo melhor juízo, de 1966 a 1976 foram 559 jogos honrando nossas cores. Fica aí a dica GALO. Qdo ao próximo jogo, clássico_ ex clássico,vai_ não se joga,se ganha!
    Saudações Atleticanas

  9. Bom dia Massa.

    Belo texto Galuppo,um alerta pontual sem a repetitividade e o clima de terra arrasada de outro escriba aqui deste espaço (com todo respeito é claro).
    Mas como teremos ainda tempo para falar do clássico (clássico?), prefiro comentar sobre o troca troca tsunâmico e preocupante ocorrido nas categorias de base.
    A meu ver, o clube tem um problema crônico que nem esta diretoria e os mecenas estão conseguindo sanar.
    Não há continuidade no trabalho, profissionais chegam e vão com a mesma velocidade e os resultados são bem inferiores ao que se espera na revelação de jogadores.
    Onde erramos? Porque times com muito menos estrutura e dinheiro conseguem resultados melhores? Será que não estamos sendo prematuros no lançamento de jogadores e na passagem deles pra equipe principal? Será que não estamos supervalorizando as chamadas joias? Porque o clube não faz parcerias para emprestar e colocar seus jovens talentos na vitrine e ainda valorizá-los?
    Se a diretoria conseguir a resposta para estas perguntas e a torcida contribuir com sua paciência, com certeza os resultados serão melhores e a dança das cadeiras irá acabar.
    Quem sabe desta vez?

  10. Bom dia!
    Todo o cuidado é pouco com “la bestia negra”, o barcelona da américa. O cuidado que eu digo é em relação a catimba, a apelação de não se conformar em morar no andar de baixo. Se o mando de campo é do Galo, acharia prudente que esses delinquentes torcedores nem entrassem no salão de festas.
    Quanto ao time, é verdade que tem aquela jogada ensaiada do Ademir, que os jogadores são praticamente os mesmos, mas é verdade também que a defesa voltou a ser uma peneira. Pra quem disse que não ia mexer no esquema do time, tem muita coisa mudada pra pior, pelo menos por enquanto.

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